Pode ser muito constrangedor, mas a verdade é que acontece com muita frequência trocar-se o nome de alguém por outro qualquer.
Psicólogos analisaram esta situação e tentaram descobrir, através de um estudo, explicações para o facto de as pessoas errarem, tantas vezes, o nome de quem lhes é próximo, mais até do que o de meros conhecidos.
Para a realização da investigação, publicada na revista científica Memory and Cognition, em outubro de 2016, os pesquisadores fizeram inquéritos a mais de 1700 pessoas, questionando-as se já tinham, em algum momento, trocado o nome de alguém ou se, pelo contrário, tinham sido chamadas por um nome que não era o seu.
Depois disso, a equipa perguntiu que nomes tinham sido utilizados incorretamente e qual a relação entre as pessoas. “Os nossos resultados confirmaram que esses erros são comuns e cometidos frequentemente por pessoas de todas as idades”, escrevem os psicólogos, no site de notícias Quartz.
Os enganos mais frequentes observados pelos investigadores foram pais que trocavam o nome dos filhos, mas houve também quem chamasse os filhos com o nome dos seus animais de estimação.
A equipa explica que estes resultados não estão relacionados com semelhanças entre as pessoas nem com nomes similares, mas têm a ver com “grupos sociais”, ou seja, os erros de linguagem acontecem entre membros da família, ou entre membros de um mesmo grupo de amigos.
“Armazenamos informações sobre determinada pessoa numa rede semântica mental que contém informações sobre outras pessoas, lugares e coisas relacionadas”, explicam. “Quando tentamos lembrar-nos de alguma coisa, diferentes unidades da nossa rede semântica são ativadas.
Através de um processo denominado ativação de propagação, outras informações relacionadas com um conceito também podem ser ativadas, o que pode levar a erros, caso algumas informações que não sejam “corretas” forem lembradas”.
Por exemplo, uma mãe que quer chamar por um filho, mais provavelmente menciona o nome do outro filho do que o nome de um colega de trabalho, devido à ligação criada entre os seus nomes na sua rede semântica mental. “Por outras palavras, a sua mãe chama-o pelo nome do seu irmão porque o ama e vos associa um ao outro”, explicam.
Quanto aos resultados que mostraram que as pessoas confundem, também, nomes de pessoas com nomes de animais de estimação, principalmente com cães, os investigadores referem que esses resultados têm a ver com o facto de estes animais serem uma parte central das famílias que os têm.
“O cão é, provavelmentem armazenado na mesma rede semântica que outros membros da família, o que sugere que consideramos os cães uma parte da família”, dizem.