Andamos há anos a ouvir dizer que a gordura presente na carne vermelha e em alguns laticínios não é compatível com um coração saudável. Há anos que, por isso mesmo, tentamos evitá-los, procurando esquecer o bem que nos sabem – conseguimos dizer não a um suculento bife ou deixamos de lado um belo pedaço de queijo da serra.
Se se identifica com o parágrafo que acabou de ler, caro leitor, continue a seguir estas linhas, porque vêm aí boas notícias. Diz que uma recente investigação concluiu que o consumo regular de carne vermelha não processada e laticínios pode reduzir o risco de morte prematura, ao melhorar a saúde cardiovascular.
Eis os pormenores, que não são de desprezar: Os estudiosos da McMaster University, no Canadá, levaram a cabo um estudo que envolveu 218 mil adultos, de mais de 50 países e dividiram-nos em cinco categorias, consoante as dietas. No final, chegaram à conclusão de que ingerir uma quantidade moderada de carne e laticínios, quando esse consumo é integrado num regime equilibrado, pode reduzir drasticamente as hipóteses de morte prematura. Estes resultados bombásticos, que contradizem as guidelines mundiais dominantes, foram apresentados recentemente numa conferência da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Munique, para espanto da comunidade científica.
Porém, se prestarmos atenção à justificação de Andrew Mente, o investigador principal deste estudo, até nem há razão para grande admiração: “As pessoas que fazem uma dieta com ênfase na fruta, legumes, frutos secos, leguminosas, peixe, laticínios e carne mostraram ter um risco menor de sofrer de doença cardiovascular e morte prematura.” Mais uma vez se conclui que na moderação é que está o ganho.