Desenvolvido pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, um novo teste que poderá fazer toda a diferença no caso de mulheres com cancro da mama. Publicada na última quinta-feira no JAMA Oncology, a investigação permitiu a criação de um teste que deteta, no sangue ou na saliva, 70 genes associados ao risco de retorno e propagação de cancro na mama.
O estudo envolveu 652 mulheres que removeram tumores de cancro da mama há vinte anos. Desse número, ao realizar o teste, denominado MammaPrint, 42% apresentaram alto risco de voltar a ter cancro e 58% baixo risco. Os investigadores indicaram que os participantes com baixo risco tinham uma taxa de sobrevivência de 95% nos cinco anos seguintes, após o teste.
A maioria das mulheres em estágio inicial da doença submete-se a tratamentos de quimioterapia, após cirurgia ou radioterapia, como medida de prevenção para diminuir o risco de retorno e propagação do tumor. No entanto, a quimioterapia não distingue as células saudáveis das cancerígenas, pelo que o tratamento provoca fortes efeitos colaterais, como náuseas, perda de cabelo, hemorragias, úlceras e dor torácica.
“Existem casos de cancro da mama que representam pouco ou nenhum risco sistémico”, disse Laura Esserman, principal autora do estudo. O teste, dizem os investigadores, pode evitar que metade dos pacientes com cancro da mama, em estágio inicial, sofram os graves efeitos físicos e emocionais que advêm dos tratamentos de quimioterapia.
“Ter um teste que identifica com precisão uma população de mulheres que tem um baixo risco de desenvolver cancro deve ser bem aceite por pacientes e médicos. Estas ferramentas permitirão aos médicos melhorar as terapias personalizadas e tranquilizar as mulheres se o cancro for de risco utra-baixo”, acrescenta Esserman.