Do livro Escuta o teu corpo, de Francisca Guimarães, autora do blogue Miss Kale, publicamos um excerto do capítulo dedicado às “6 principais causas de desarmonia” do nosso corpo, sobre a toxicidade, que se pode dividir em duas categorias principais: toxinas e tóxicos.
“As toxinas consistem em substâncias prejudiciais ao organismo, resultantes das atividades metabólicas de organismos vivos como, por exemplo, bactérias, vírus ou fungos, e também resultantes das atividades metabólicas das nossas próprias células, como é o caso do ácido úrico, da amónia e do ácido láctico.
Os tóxicos, por outro lado, são substâncias sintéticas como, por exemplo, os pesticidas que são utilizados na agricultura convencional, o mercúrio que pode ser encontrado no peixe, o monóxido de carbono que é emitido pelos carros e o parabeno presente em cosméticos convencionais.
Além destes dois tipos principais de toxicidade, a medicina natural adiciona uma outra categoria que se baseia na toxicidade mental e emocional.
Esta consiste num tipo de toxicidade que, embora invisível, pode ser tão ou mais prejudicial à saúde e ao bem-estar, e que geralmente se encontra na origem de todos e quaisquer desequilíbrios e doenças. Pensamentos e emoções negativas, baseados em medo, relações destrutivas, experiências dolorosas e mal processadas, assim como comportamentos cruéis para com nós mesmas e com os outros, são alguns dos exemplos que geram toxicidade dentro de nós e que, a longo prazo, poderão ser somatizados, contribuindo para o aparecimento de um «desequilíbrio» físico ou mental.
As 7 principais fontes de toxicidade
● Alimentação
Nos dias que correm, a qualidade dos alimentos que comemos é cada vez mais dúbia. Este facto deve-se não só ao aumento da produção e do consumo de comida processada – cheia de químicos e aditivos – como também à fraca qualidade do solo, cada vez mais rico em pesticidas e pobre em minerais. Além da presença de químicos tóxicos, há alimentos de origem animal que contêm substâncias como mercúrio, antibióticos e hormonas, que afetam seriamente o bom funcionamento do nosso organismo.
– Álcool
O álcool é uma bebida que conta com séculos de tradição. Mas é também uma substância que, consumida regularmente e em excesso, pode comprometer o eficaz funcionamento do fígado – o maior órgão de desintoxicação do corpo.
Pode também elevar os níveis de toxicidade devido à potencial acumulação de aldeídos, compostos derivados do metabolismo do álcool, prejudiciais ao organismo.
– Tabaco
Penso que já faz parte do senso comum que «fumar faz mal». Ainda assim, a taxa de fumadores é elevada e o tabaco continua a ser uma das principais causas de morte da atualidade. Talvez desconheças, mas existem cerca de 4 mil compostos químicos num único cigarro, sendo que 69 deles são considerados carcinogéneos. Agora imagina introduzires esses milhares de tóxicos no teu organismo, todos os dias, várias vezes ao dia – por que razão farias isto ao teu corpo?
– Fármacos
Apesar de, originalmente, terem sido criados para auxiliar o organismo, a grande maioria dos fármacos pode causar mais danos do que benefícios – principalmente quando tomados por longos períodos de tempo –, uma vez que podem aumentar os níveis de toxicidade e interferir com os mecanismos de autocura que o organismo possui. Aliás, a prova disto encontra-se nas longas listas de efeitos secundários que normalmente acompanham os seus princípios ativos. Além disso, a toma continuada destes químicos pode criar também bloqueios e enfraquecimento na energia vital.
Porém, é importante frisar que os fármacos têm o seu lugar. Ou seja, em determinadas circunstâncias, nomeadamente em situações graves e urgentes, a toma deste tipo de medicamentos pode ser mesmo essencial e insubstituível.
– Meio ambiente
Hoje em dia, o simples ato de respirar tornou-se numa fonte de toxicidade para o nosso organismo. O ar, principalmente o das grandes cidades, encontra-se poluído e cheio de tóxicos, provenientes de fábricas, fumos de carros e tabaco. Não só estes tóxicos afetam a nossa saúde através da sua inalação, como também a qualidade da água e do solo. O meio ambiente acaba por ser a fonte de toxicidade mais difícil de controlar, pois precisamos respirar e este é o ar que temos disponível.
No entanto, podemos, a nível individual, reduzir o impacto que criamos nos níveis de poluição e, através de determinados meios, ir removendo do nosso organismo os potenciais tóxicos que se encontram no ar.
– Água
O nosso corpo é constituído por cerca de 70% de água, sendo que esta é absolutamente essencial à nossa sobrevivência. Contudo, a maioria da água que hoje em dia chega até nós – e que utilizamos para beber, cozinhar e tomar banho – pode apresentar-se repleta de tóxicos (como inseticidas e pesticidas) e outras substâncias que podem prejudicar o organismo (cloro, flúor, amónia, alumínio, arsénico e tantos outros químicos que foram detetados em vários tipos de água).
Quanto à água vendida em garrafas de plástico, além de estas não serem amigas do ambiente, também apresentam desvantagens, uma vez que poderão absorver alguns dos químicos presentes no plástico, nomeadamente BPA’s e ftalatos, que passam depois para o nosso organismo.
– Cosméticos e produtos de higiene pessoal
A maioria dos cosméticos e produtos de higiene pessoal convencionais – como champô, sabonete, gel de banho, desodorizante, creme hidratante, pasta de dentes, maquilhagem, verniz para as unhas, etc. – apresenta uma série de substâncias que são tóxicas para o organismo. Ingredientes como Triclosan, PEG, Parabens, Sodium Lauryl sulfate, Phtalares, BHA e BHT, DEA, Formaldeído, perfumes e aromas sintéticos, Petrolatum, Aluminium Propylene giycol, entre outros, encontram-se frequentemente em cosméticos e produtos de higiene pessoal convencionais.
Apesar de estes ingredientes, considerados tóxicos, serem aplicados na parte externa do teu corpo, podem ser absorvidos, pois penetram as camadas da pele e passam para a corrente sanguínea, aumentando assim os níveis de toxicidade.
– Stresse
Apesar do stresse não encaixar diretamente com a definição de tóxico ou toxina, ainda assim ele é um fator que contribui para os níveis de toxicidade, devido aos efeitos prejudiciais que tem no nosso corpo e energia vital.
Aliás, existem cientistas que se dedicam ao estudo da relação que a mente tem com o corpo, e que explicam como os nossos pensamentos e sentimentos afetam o funcionamento do nosso organismo.
Por exemplo, o cortisol, hormona libertada durante episódios de stresse, tem um impacto no sistema imunitário, suprimindo-o; daí pessoas que sofram de stresse ou ansiedade crónica, apresentarem uma maior tendência a desenvolver determinadas doenças, nomeadamente do foro crónico. Além disso, pensamentos e sentimentos considerados negativos — como raiva, ciúme, medo, rancor, culpa, tristeza — intoxicam as camadas mais etéreas do nosso ser, criando bloqueios na nossa energia vital e aura e que, mais tarde, poderão manifestar-se em desequilíbrios físicos.
A triste realidade é que habitamos um planeta que se encontra cada vez mais tóxico e, por isso, encontramo-nos diariamente expostos a altos níveis de toxicidade. Esta encontra-se espalhada por todo o lado, desde o ar que respiramos à comida e a água que bebemos, ao stresse, às emoções, aos pensamentos e aos comportamentos tóxicos que temos.
Eliminar a toxicidade presente no mundo é algo praticamente impossível.
No entanto, tu podes escolher reduzir a toxicidade existente no teu mundo, ou seja, no teu corpo, na tua mente e no teu coração.”
Escuta o teu corpo, Francisca Guimarães, matéria-prima edições