Há cidades que conhecem a data da sua fundação. Outras cuja primeira referência escrita remonta a um tempo não muito distante de nós. Outras ainda que são novas, planeadas de raiz, concebidas para serem capitais. Nenhum destes é o caso de Lisboa – porque Lisboa é um pouco disto tudo. A sua história é tão rica que poderíamos dedicar-lhe vários números da VISÃO História. Dedicámos-lhe este, o número 80. Esta é, pois, uma revista sobre a cidade de Lisboa, desde o século I à atualidade.
Como sempre fazemos antes de cada edição, contactámos especialistas no tema a abordar – neste caso, a equipa do Museu de Lisboa, nomeadamente a diretora, Joana Sousa Monteiro, e o investigador principal, Paulo Almeida Fernandes, que aceitaram o desafio. Em conjunto, foram escolhidos como fio condutor 17 datas e momentos que determinaram a evolução da cidade ao longo dos tempos. Para os retratar, recorremos a investigadores especializados nos assuntos selecionados e, para os ilustrar, ao vasto acervo do museu.
Neste novo número da Visão História, convidamos o leitor para uma viagem ao tempo da presença romana, quando a cidade era designada como Felicitas Iulia Olisipo e atraía gentes de outras partes do império, e daí partimos para outros acontecimentos como a conquista de Lisboa, a crise dinástica e o cerco de Castela, a expansão marítima de Quinhentos e ainda a devastação causada pelo Grande Terramoto de 1755 – essa face da cidade, irremediavelmente perdida, pode ser vista numa imagem da detalhada maqueta em madeira e gesto que se encontra exposta no Museu de Lisboa, construída com cerca de dez mil miniaturas de edifícios anteriores à catástrofe.
A reconstrução da Baixa Pombalina, a industrialização da zona ribeirinha oriental, a iluminação pública a gás que tornou a cidade mais segura e mais vivida, o Chiado burguês e chic de Eça e o atrevimento dos grandes boulevards, desenhados à semelhança do que se fazia em Paris e Barcelona, são outros dos temas desenvolvidos, assim como a construção da «nova Lisboa» de Duarte Pacheco, a novidade do metropolitano e, finalmente, a reconversão da zona ribeirinha oriental para a realização da Expo’98 já na viragem do milénio. São muitas as vidas de Lisboa que aqui são contadas, nesta nova edição da VISÃO História.
É mais uma edição da VISÃO HISTÓRIA, a não perder, que pode comprar aqui, sem sair de casa, na loja Trust in News. Para assinar a VISÃO História, clique aqui.
SUMÁRIO DESTA EDIÇÃO:
Mapa A expansão de Lisboa desde o século III à atualidade
57 d.C., Viver à romana Em meados do século I d.C., a cidade, então denominada Felicitas Iulia Olisipo, expandia-se para acolher uma população em rápido crescimento Por Lídia Fernandes
985 d.C., A herança de Al-Mansur O célebre governante cordovês deixou a sua marca na muralha da cidade moura Por Santiago Macias
1147, A Conquista de Lisboa A 25 de outubro, muçulmanos, moçárabes e judeus começaram a abandonar a cidade, que passou a integrar o jovem reino cristão de Portugal Por Paulo Almeida Fernandes
1384, O cerco de Castela Durante a crise dinástica, foi grande o sofrimento da cidade assediada Por Ana Paula Antunes
1505, Paço Real, do Castelo para o rio Com a expansão marítima de Quinhentos, o centro de decisão desceu a colina em direção ao Tejo Por Margarida Almeida Bastos
1731, A construção do Aqueduto Edificado ao longo de mais de um século, a monumental obra permitiu a condução da água das nascentes até à capital Por Bárbara Sofia Bruno
1755, O Grande Terramoto A 1 de novembro, a catástrofe natural arrasou mais de dois terços da cidade, à época uma das mais ricas da Europa Por Ana Cristina Araújo
1758, Nasce a Baixa pombalina O plano que reconstruiu a Baixa-Chiado, aprovado quase três anos depois do terramoto, foi desenhado por Manuel da Maia e executado com mão firme pelo Marquês de Pombal Por Walter Rossa
1840, Industrialização a oriente Importantes fábricas nacionais apropriaram-se de edifícios com funções iniciais distintas, como o Convento de Xabregas Por Deolinda Folgado
1848, Iluminação pública Começou por ser feita com azeite e apenas nas noites sem luar. Mas foi o gás que tornou a capital mais segura e mais vivida Por Clara Teixeira
1849, Calçada portuguesa no Rossio O arranjo estético e o empedramento transformou a praça num ícone da Lisboa oitocentista e liberal Por Rita Fragoso de Almeida
1864, Chiado: Abertura da Casa Havaneza No último quartel do século XIX, o Chiado funcionava como uma espécie de polo de atração para as classes mais requintadas Por Luís Almeida Martins
1879, As grandes avenidas Mais de cem anos depois do terramoto, a Avenida da Liberdade corporizou a primeira ampliação da cidade Por Raquel Henriques da Silva
1887, Porto de Lisboa, porta da Europa As grande obras da zona ribeirinha mudaram a relação entre a cidade e o Tejo Por Mário Nascimento
1934, Monsanto, obra capital de Duarte Pacheco A «nova Lisboa» do ministro de Salazar ganhou corpo com a criação de uma enorme zona verde na serra de Monsanto Por Sandra Vaz Costa
1959, Lisboa debaixo da terra Horas depois do primeiro comboio ter partido dos Restauradores, algumas estações do Metropolitano tiveram de encerrar para estancar a afluência dos lisboetas Por Cláudia Lobo
1998, Expo’98: Renovação a oriente Uma nova cidade emergiu à beira Tejo na viragem do milénio, revitalizada pela Exposição Mundial de 1998 Por Clara Teixeira
Última São Vicente e Santo António, os santos da casa
NÚMEROS ANTERIORES QUE AINDA PODE COMPRAR ONLINE:
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