Faz 50 anos neste mês de dezembro, mais exatamente no dia 30, que um grupo de católicos e oposicionistas iniciava, na Capela do Rato, em Lisboa, uma vigília pela paz. Apanhado de surpresa, o governo de Marcelo Caetano reagiu, mandando a polícia deter os participantes, despedindo funcionários públicos e «atiçando» os ultras do regime contra os deputados da Ala Liberal que saíram em defesa da «liberdade de pensamento e de expressão» de católicos e não católicos envolvidos no protesto.
Duas semanas antes, a 16 de dezembro, acontecia no distrito de Tete, em Moçambique, o maior massacre de civis praticado durante a Guerra Colonial de 1961-1974, de que resultaram, pelo menos, 385 vítimas assassinadas pelas tropas portuguesas no triângulo de Wiriamu.