Aniceto Afonso, Filipe Ribeiro de Menzes, Irene Flunser Pimentel, Luís Farinha, Luís Salgado de Matos e Rúben Serém Leitão são os seis investigadores que escrevem neste número da VISÃO História, dedicado à figura de Salazar.
Estes investigadores contam como Salazar chegou ao poder, como lá se manteve durante tanto tempo, o que foi a repressão do Estado Novo, como funcionaram as oposições, como Salazar atuou durante a Guerra Civil de Espanha e a Segunda Guerra Mundial.
Para este mesmo número, um grupo de jornalistas reconstitui o que se passou ha 50 anos, na sequência de uma queda de Salazar de uma cadeira de lona quando passava férias no forte de Santo António do Estoril: os bastidores da sua substituição à frente do governo, as reações internas e externas, a equipa médica que o acompanhou, o período de farsa que se viveu até à sua morte.
O médico que diz ter assinado a certidão de óbito de Salazar, e que tinha ligações ao Partido Comunista, dá uma entrevista exclusiva à VISÃO História. Os correspondentes estrangeiros que foram enviados a Portugal na altura recordam o que escreveram – e, em alguns casos, as consequências que sofreram.
Esta edição pode ser encomendada aqui e recebida comodamente pelo correio. Ou pode ser encomendada através do telefone 21 870 50 50.
Para assinar a VISÃO História, carregue aqui.
SUMÁRIO
Subitamente naquele verão Sobreviveu a tentativas de golpe militar, a atentados à bomba e até à Guerra Colonial que, naquela altura, já se estendia por sete anos. Mas Salazar cairia por si próprio. Em todos os sentidos do termo. Por Emília Caetano
A guerra dos médicos Salazar foi acompanhado por 48 clínicos. Depois da alta, uma equipa de cuidados intensivos mudou-se para São Bento. Por Luís Pedro Cabral
Nos bastidores da transição Quem escolher para suceder a Salazar? Um liberal que levasse ao fim da Guerra Colonial e à democracia, ou um conservador que mantivesse o status quo? A solução não foi uma coisa nem outra. E Marcelo Caetano pagaria o seu preço. Por Filipe Luís
Nas bocas do mundo O País estava ausente da imprensa internacional. E de repente vieram de toda a parte jornalistas estrangeiros, para relatar o que parecia ser o fim do ditador europeu há mais tempo no poder. Por João Pacheco
O padre do quarto 68 Todos os dias, há um missionário holandês entre as visitas ao ditador hospitalizado. O enviado especial do jornal De Telegraaf acha que está ali uma grande história. E está mesmo
A farsa Quando Salazar saiu do coma já não era presidente do Conselho, e a sua ignorância desse facto tornou-se política. A peça de teatro que durante quase um ano se representou foi uma encenação perfeita. Por Luís Pedro Cabral
A última entrevista Com uma cunha de um comendador de Braga e a cumplicidade de D. Maria, uma jornalista luso-brasileira conseguiu chegar à fala com Salazar
«Senti perplexidade, mas nunca medo» Os momentos finais de Salazar foram seguidos por um médico comunista, que assinou a certidão de óbito. A entrevista com Manuel Souto Teixeira 50 anos depois. Por Luís Pedro Cabral
Verdes anos O País profundo, a estação na linha que tem numa ponta Paris e na outra Lisboa com Coimbra na passagem, os pais camponeses e estalajadeiros, as irmãs convencionais – e um futuro inesperado para um jovem beirão fin de siècle, Por Luís Almeida Martins
No Centro Católico, o adeus à inocência Em outubro de 1910, Salazar entrou em Coimbra inocente. Em abril de 1928, ao despedir-se, perdera a inocência. Procuremos compreender esta mutação, nos seus aspetos públicos. Por Luís Salgado Matos
Salazar e o poder Ele fez valer o cálculo de que da sua permanência na chefia do Governo dependia o Estado Novo e da sobrevivência deste dependia o futuro de Portugal independente. Por Filipe Ribeiro de Menezes
Ventos de EspanhabSalazar serviu-se da guerra no país vizinho para sobraçar a pasta dos Negócios Estrangeiros e assumir o controlo do Exército, afastando o risco de um golpe militar. Por Rúben Serém
No turbilhão da II Guerra Mundial Apesar de simpatizante da Alemanha nazi, o ditador português (que beneficiou do desvio da atenção de Hitler da Península Ibérica para os Balcãs) acabou por definir uma ‘neutralidade colaborante’ com os Aliados. Por Irene Flunser Pimentel
Guerra Colonial, opção deliberada Os últimos anos do longo consulado de Salazar, entre 1961 e a sua morte política em 1968, foram dominados pelo problema colonial e pela guerra. Por Aniceto Afonso
As oposições ao regime Salazar chefiou o Governo durante 36 anos (de 1932 a 1968) e a ditadura durou mais 12, metade antes metade depois dessas datas. Mas durante essa ‘eternidade’, as oposições nunca estiveram adormecidas. Por Irene Flunser Pimentel
Violência política e repressão A real dimensão da máquina repressiva salazarista continua a ser ignorada por muita gente, no estrangeiro e em Portugal. Por Luís Farinha
Feminino plural O ditador que construiu para si próprio a imagem de masculino singular escondeu sempre o que parece ter sido uma das facetas dominantes do seu caráter: a de colecionador de aventuras galantes. Por Luís Almeida Martins
A ditadura de trazer por casa D. Maria mandava num regime doméstico também marcado por prisões, tareias, avarezas e censura. Por Miguel Carvalho