Fartura no Norte, carestia no Sul. É isso que salta à vista no mapa do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. As albufeiras da bacia hidrográfica do Douro encontravam-se, no final da primeira semana de janeiro, a 90,4% da capacidade máxima – acima da média para esta altura, de 87,7%; as do Cávado, a 91,3%; as do Vouga, a 88,7%. No Sul, as da bacia do Mira ficam-se por 30,8%; no Sotavento, 29,1%; no Arade, 24,6%; no Barlavento, uns críticos 7,8% – dez vezes menos do que a média para a primeira semana de janeiro nas albufeiras da zona, de 71,9%. Um País de extremos.
Este mapa encaixa na perfeição nos cenários dos modelos climáticos para Portugal Continental, que apontam para um ligeiro aumento da precipitação no Norte e uma acentuada queda no Sul. Ou seja, tudo aponta para que estes desequilíbrios venham a manter-se (e a intensificar-se). A seca no Algarve não é conjuntural, é sinal de um clima mais agreste e que veio para ficar.