O Governo apelou hoje para o uso de máscaras respiratórias reutilizáveis para reduzir os custos ambientais das descartáveis, que podem representar seis toneladas de plástico a ir parar aos mares todos os meses, só a partir de Portugal.
A secretária de Estado do Ambiente, Inês Santos Costa, afirmou que as máscaras reutilizáveis são “completamente seguras” na proteção que conferem das gotículas através das quais se pode transmitir o novo coronavírus e que as máscaras cirúrgicas na população em geral devem ser reservadas para pessoas “com problemas de saúde específicos que exijam a sua utilização”.
As reutilizáveis são “uma barreira de segurança fiável para o dia a dia” desde que lavadas e tratadas, indicou ainda.
A governante referiu que a nível mundial estão a ser usadas “120 mil milhões de máscaras descartáveis todos os meses” e que em Portugal, onde o uso de máscara no exterior foi tornado obrigatório pelo Governo desde que não haja condições para manter o distanciamento físico entre as pessoas, esse número rondará “150 milhões” mensalmente.
“Se 1% for depositado incorretamente [fora dos contentores de lixo indiferenciado], são seis toneladas de plástico a entrar nos nossos solos, rios, ribeiros e no nosso mar todos os meses”, afirmou.
Inês Santos Costa falava no lançamento da campanha “Não deixes cair a máscara”, em que se apela, além do uso de reutilizáveis, a pôr as descartáveis usadas no lixo normal, uma iniciativa que é financiada pelo Fundo Ambiental.
A secretária de Estado afirmou que foi pessoalmente andar na rua para ver se encontrava máscaras no chão e se deparou com uma situação “aflitiva, com máscaras às dezenas em parques de estacionamento, em canteiros, levadas pelo vento, abandonadas a escassos metros dos caixotes de lixo”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.397.322 mortos resultantes de mais de 59,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.971 pessoas dos 264.802 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
APN // HB