Quando apareceu, o arroz dourado foi considerado uma mina. Não de ouro, mas de saúde. Ativando alguns genes adormecidos no cereal, uma equipa de cientistas alemães conseguiu produzir uma espécie enriquecida com vitamina A.
E logo aí se pensou em produzi-la na Ásia, onde o arroz é a base da alimentação. É que a deficiência nesta vitamina degenera em cegueira e problemas imunitários e nas Filipinas, por exemplo, estima-se que 15% das crianças, entre os seis meses e os 5 anos, e 10% das grávidas, vivam em déficit.
Para alguns grupos ambientalistas, no entanto, a manipulação genética continua a ser um bicho papão, o que levou à destruição de um campo onde se ensaiava a produção deste cereal, sob alçada do Governo filipino.
Indignada, a comunidade científica não tardou em responder, pondo a circular uma petição que condena este ato de “vandalismo”. Em duas semanas, mais de 5 mil pessoas, muitas das quais cientistas de renome, assinaram o manifesto.
Porque sim
Num mundo a rebentar pelas costuras, a manipulação genética é uma maneira de fazer face às necessidades alimentares, de uma forma mais eficiente e menos poluente. Pode também resolver situações particulares de deficiências alimentares. Hoje em dia, há um alargado consenso em torno da inocuidade dos organismos geneticamente modificados (OGM).
Porque não
Os estudos sobre transgénicos não são conclusivos. A população mundial fica nas mãos das multinacionais que vendem as sementes.