O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, pediu desculpas aos diplomatas estrangeiros residentes no país pelas inconveniências causadas pela greve geral e protestos nacionais motivados pela subida do preço dos combustíveis.
“Lamento as inconveniências que alguns de vós passaram devido à tentativa do governo de ajustar os preços dos combustíveis e à questão da desregulação do setor do petróleo”, disse numa receção na noite de terça-feira.
As suas palavras surgiram numa altura em que os nigerianos estavam já a manifestar-se há uma semana, através de greves e protestos convocados pelos sindicatos, após Goodluck Jonathan ter decretado que os preços dos combustíveis seriam duplicados.
“Tendo em conta as dificuldades enfrentadas pelos nigerianos (…), o governo aprovou uma redução do preço dos combustíveis a 97 nairas [o que equivale a 0,72€] o litro” disse o presidente nigeriano à televisão, numa altura em que os militares ocupavam o lugar das manifestações.
Ao longo dos dias as manifestações subiram de tom e passaram para a violência e confrontos com as autoridades. Mais de uma dezena de pessoas morreram durante os protestos registados em todo o país, incluindo dois indivíduos mortos pela polícia.
Mais mortes em conflitos religiosos
Para além dos confrontos com as autoridades e do descontentamento para com o Governo, os nigerianos enfrentam ainda um conflito inter-religioso e ataques reivindicados pela seita islâmica Boko Haram, que causaram cerca de 100 mortos desde o natal, segundo a agência de notícias angolana ANGOP.
O presidente Jonathan havia decidido parar com as subvenções dos combustíveis para financiar a modernização das infra-estruturas. Mas a duplicação dos preços dos combustíveis atingiu duramente uma população cuja maioria vive com menos de dois dólares por dia.