Com o clima a aquecer, vamos continuar a ter fogos. “O que não podemos é ter grandes incêndios, e para isso temos de transformar a paisagem”, diz João Pedro Matos Fernandes, 54 anos, ministro do Ambiente e da Ação Climática, em vésperas de partir para Glasgow, onde vai participar na COP26, a Cimeira do Clima em que se vai tentar alcançar um acordo num plano para se reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
Em vésperas da cimeira de Glasgow, o mundo está mergulhado numa crise energética que dá o retrato exato do quanto somos dependentes dos combustíveis fósseis. Será que na COP26, mais uma vez, os líderes mundiais vão adiar as grandes decisões para o futuro, por estarem apenas preocupados com os problemas do presente?
Não, porque aquilo que está a criar esta crise energética é a dependência que o mundo ainda tem dos combustíveis fósseis. No caso de países como Portugal, isso é ainda mais evidente, porque não só não temos nem queremos ter nem explorar qualquer combustível fóssil, até porque temos água, sol e vento para podermos produzir 100% da eletricidade que consumimos. Já produzimos 60%, e é também por isso que temos hoje o terceiro preço mais baixo da eletricidade no mercado grossista da Europa. Eu sei que o preço é alto, mas é sempre só isso que é noticiado. Não é noticiado que Portugal, precisamente por já ter esta penetração de renováveis, tem amortecido o preço da eletricidade.