Se hoje Lucas Rodrigues está bem, feliz e a ajudar os outros, há uns meses não conseguia sequer sair da sua própria cama. O que mudou? As redes sociais. O tiktoker com mais visualizações do país veio ao VISÃO Fest contar a sua experiência e deixar a mensagem: “As redes sociais podem ser uma ferramenta para mudar o mundo”.
No Tiktok, o que o jovem faz é ir para a rua, abordar transeuntes e fazer a pergunta que hoje é a sua imagem de marca: “Como é que eu te posso fazer feliz?”. Com a ajuda dos seus seguidores e da comunidade, concretiza os sonhos destes “estranhos”, que umas vezes são mais materiais, outras vezes mais pessoais.
Mas nem sempre foi assim: “Há dois anos eu odiava as redes sociais, odiava o ambiente tóxico que elas causavam nas pessoas e a idealização de uma vida fácil e perfeita. Só via o lado negativo das redes”, conta.
Começou por ser estudante de gestão e acabou por desistir da universidade para abrir o seu próprio negócio. Mas bastou um dia para toda a sua vida mudar: foi acampar com a namorada e, a meio da noite, acordou com ela aos gritos. “Ela tinha um homem em cima dela a assediá-la sexualmente e eu tinha outro em cima de mim com uma faca”, recorda.
Durante cinco horas esteve sequestrado e, apesar de lhe terem roubado todos os bens materiais, tiraram-lhe uma coisa muito mais valiosa: “A sensação de segurança”. A partir daí foi uma bola de neve.
“Eu achei que os problemas se resolviam a tentar minimizá-los. Depois do que aconteceu, comecei a ficar muito stressado na rua, chegando até a ter ataques de pânico. Houve uma altura em que só de pensar que tinha de sair à rua já tinha um ataque”, conta. “Eu, que tinha tantos sonhos e uma vida promissora, de repente estava fechado no meu quarto”. Sentiu também que a psicoterapia não o estava a ajudar.
Até ao dia em que viu o filme “Yes Man”, com o ator Jim Carrey. “No filme, a personagem diz sim a tudo. E eu levei-o demasiado a sério”. Como? Decidiu fazer o mesmo. “Já não tinha nada a perder”, conclui. E assim, começou a dizer sim a todos os desafios que lhe eram propostos, inclusive ao desafio de criar páginas nas redes sociais. “Uma amiga desafiou-me a criar uma página em que tinha de ir para a rua falar com estranhos. Estes eram os meus três maiores medos, mas eu fi-lo”.
Num dia de chuva, conta, foi o dia em que percebeu que tinha mudado. “Cheguei a casa doente, mas muito feliz. Pela primeira vez depois de ano e meio fechado em casa, fui útil para o mundo”.
“Se contribuirmos todos para tornar as redes sociais um bocadinho melhor, estas podem ser uma grande ferramenta para mudar o mundo, principalmente para os mais jovens”, conclui.