O centro de Praga é pequeno e demasiado apertado. Tem muitos turistas apressados, muitos grupos estrangeiros perdidos e ruas pouco espaçosas. O centro histórico torna-se caótico com tanta gente, e há lojas, restaurantes e cafés enfiados literalmente em tudo quanto é espaço vazio – inclusive em corredores de acessos a igrejas históricas, de tal forma que as entradas se confundem.
Sentimo-nos sufocados com tanta gente, principalmente depois da cidade acordar na totalidade – o que, felizmente, só a acontece por volta do meio-dia. Apetece-nos constantemente fugir dos empurrões persistentes e encontrar esconderijos menos atractivos a turistas, com extensão suficiente para cheirarmos a cidade. E os menos atractivos são apenas os menos badalados, não são os menos bonitos, de todo.
É nesses espaços, maioritariamente à beira-rio ou nos miradouros mais vistosos da cidade, que encontramos a espectacularidade de Praga, que tem um encanto especial só pelas cores vivas – diferentes de dia para dia, e consoante as horas do dia.
Se, no primeiro dia, achamos o pôr-do-sol sobre o rio Moldava fantástico, no dia seguinte, não podíamos achar mais fascinante a vista que tivemos sobre a cidade, depois de subirmos os jardins de Furstenberg, que dão acesso ao Castelo de Praga.
E, à noite, não podíamos ficar mais cativados com as cores que chuvosamente se espalharam sobre a Charles Bridge, a ponte mais velha da cidade, que remonta ao século XII.
Encontrar o deslumbramento de Praga revelou-se difícil. Mas depois de apaixonados, foi complicado apanharmos o comboio para o destino seguinte.