Pela primeira
vez desde que cheguei ao continente asiático,
começa a chover
. Uma chuva miudinha, mas incomodativa. Não vai ser a chuva que me vai estragar a visita ao meu primeiro pagode.
Pensava que os pagodes eram exclusivos do Japão
. Echo explica-me que vou encontrar muitos destes edifícios com uma base pequena e muito altos. Serviam como local de culto e para trazer boa sorte.
Percorro a área que possui alguns edifícios de culto que circundam a torre do pagode com 64m de altura. Além disso, o complexo também possui diversos jardins com uma grande quantidade de pinheiros mansos.
Lanço maldições à chuva
que já me está a irritar e que me obriga a andar a correr de telheiro em telheiro.
Tenho pouco tempo para visitar a área, por isso decido não subir as longas escadarias do pagode. Mais tarde vou arrepender-me, tenho a certeza. Opto por visitar os edifícios que circundam a torre.
Além dos turistas, impressionam-me diversos chineses que continuam a utilizar o pagode como local de culto e que são imunes ao burburinho e aos flashes.
Num templo adjacente tiro fotografias a
um Buda gigante, penso que de madeira
. Está uma fila de chineses a rezar de joelhos diante Dele. São rápidos. Ajoelham-se, rezam, fazem gestos com as mãos e saem do templo. Alguns turistas fazem o mesmo, copiando-os. Considero que não o devo fazer. Acho que estaria a desrespeitar esta religião, que nem sequer conheço.
No regresso ao autocarro que me espera à saída, bebo um café bem quentinho debaixo de um chapéu-de-sol que me protege da chuva.
É impressionante como,
do nada, aparecem chapéus-de-chuva à venda
, tanto em lojas como nos vendedores ambulantes. O chapéu-de-chuva passa de imediato a ser um bom negócio.
Os pinheiros são muito pequenos e parecem ser diferentes dos que estou habituado a ver. Decido cheirá-los e puxo um ramo. Talvez sejam iguais. Ao soltá-lo,
uma caruma pica-me olho
. Arde, arde muito. Penso de imediato que lesei seriamente o olho. Lavo-o com água diversas vezes. Mas o ardor não passa e impede-me de ter o olho naturalmente aberto. Choro apenas daquele olho.
Amanhã passa. Se não passar logo se vê
.