De acordo com a Teoria geracional de Strauss-Howe, desenvolvida pelos historiadores norte-americanos William Strauss e Neil Howe, a História divide-se em vários saeculum – períodos de cerca de 85 anos, o equivalente a uma vida longa. Cada saeculum é, por sua vez, constituído por quatro vagas, que duram, em média, 21 anos cada, e que se repetem sucessivamente. A saber: uma era de Fortaleza (High), uma era de Despertar (Awakening), uma era de Descoberta (Unraveling) e uma era de Crise (Crisis).

É, precisamente, nesta última que nos encontramos atualmente, segundo os mesmos autores – que, no seu livro The Fourth Turning, escrito em 1994, previram a sua chegada precisamente para a época em que o mundo viu estalar a grande crise do sub-prime, em 2008.

A Teoria de Strauss-Howe descreve as épocas de crise como eras de destruição, que envolvem revoluções ou guerras. É durante este tempo que se percecionam ameaças à sobrevivência das nações, que promovem o crescimento de movimentos extremistas e o descrédito das instituições democráticas – esta enumeração recorda-lhe algo?

Dizem, também, os autores, que depois destes períodos – a última vaga de crise que o mundo viveu antes desta culminou com a II Guerra Mundial – surge sempre uma era de Fortaleza (uma tradução muito livre do termo inglês High). É durante essas décadas que as instituições democráticas voltam ao seu esplendor, as pessoas percebem que fazem parte de um bem maior e deixam de lado as ideias individuais, olhando mais para o bem comum do que para o seu próprio umbigo. A sociedade torna-se mais confiante no que quer e no que pretende conquistar coletivamente, ainda que algumas franjas se possam sentir um bocadinho incomodados pelo statu quo.

Estes são períodos muito relevantes para a História, onde geralmente se consegue uma melhoria genérica da qualidade de vida, estabilidade política, financeira e social e comunidades mais fortes e coesas. Se tudo correr bem, é nesse período que entraremos em 2030, o que a mim, pelo menos, me sossega um pouco.

Tomei conhecimento desta teoria no final do ano passado, em conversa com um gestor português que vive fora do País. Foi ele quem me falou deste livro, The Fourth Turning, que comecei a ler logo no dia 1 de janeiro de 2024, em vésperas das nossas eleições legislativas. Porque, confesso-lhe, precisava de algo que me explicasse o que se passava no mundo.

É absolutamente impressionante como a História se repete desde séculos antigos, e como nós parecemos aprender pouco com ela. É curioso como as gerações vão cursando trilhos tão idênticos, mesmo que separadas por tantos anos, simplesmente porque quem as educa passou por situações semelhantes. Mas para além da indignação pela dificuldade de aprendizagem, há um grande alívio nisto de a História se repetir. Porque, se por um lado, temos de assistir a novas atrocidades – a Guerra na Ucrânia, a Guerra em Israel, o perigo do regresso de Trump e a vergonha da vitória da extrema-direita na Alemanha… – por outro temos a certeza de que “também isto passará”.

E isso, por agora, tem de chegar para manter viva a nossa esperança. E  para nos ajudar a ignorar o ruído que muitos tentam fazer sobre coisas que importam pouco no grande esquema das nossas vidas. E da nossa História.

Os rumores já circulavam há muito, mas só agora a Acer anunciou as especificações da sua consola portátil. A Nitro Blaze 7, anunciada em antecipação à IFA 2024, vai ter especificações de topo, pelo que devemos poder contar com uma boa experiência de jogo, fluida e detalhada.

No que toca a ecrã, temos um painel FHD IPS com taxa de atualização de 144 Hz (acima mesmo da Steam Deck OLED), embora seja um é LCD tátil e não um OLED. Lá dentro, há um processador AMD Ryzen 8040 com até 39 AI TOPS e 16 GB de RAM e 2 TB de armazenamento.

Apesar de o sistema operativo de base ser Windows 11, esta máquina corre Acer Game Space, que parece ser uma interface de utilização própria para tornar a navegação na biblioteca semelhante a uma consola. Os utilizadores podem contar com três meses gratuitos de PC Game Pass com a compra da consola.

Em termos de ligações, temos Wi-Fi 6E e USB-C e uma slot para cartão microSD para expandir o armazenamento.

Ainda não se conhecem as datas de lançamento, preços e as diferentes configurações que possam chegar ao mercado.


Ao longo de dez dias, mais de mil atletas passam pelos Jogos Paralímpicos de Paris. Histórias há muitas, mas nenhuma como a da desportista grávida de sete meses, a da arqueira que ficou noiva em frente à Torre Eiffel (e também está grávida), a do homem que de tão alto não cabe nas camas olímpicas ou a de um infeliz caso de doping, made in Portugal…

Tracy Otto, a noiva

Publicação do Instagram de Tracy Otto

Talvez pela violência da razão que pôs esta atleta numa cadeira de rodas, o final feliz da história de Tracy tem emocionado estes jogos paralímpicos.

Esta desportista da equipa de tiro com arco americana ficou paraplégica na sequência de um ataque por parte de um ex-namorado que já havia deixado há mais de um ano. Ele violou-a, esfaqueou-a, deu-lhe socos e um tiro no olho, enquanto ela dormia com o novo parceiro em sua casa, na Florida, em 2019.

Ricky Riessle, que ainda hoje é o seu companheiro, também sofreu duros golpes durante a agressão a ambos, há cinco anos. Agora, em Paris, aonde foi para ver o desempenho da namorada, que se agarrou ao desporto adaptado para compensar tudo o que perdeu naquela noite, e foi muito mais do que a mobilidade, decidiu pedi-la em casamento, com a Torre Eiffel como cenário. Nas fotos do Instagram, vê-se este americano ajoelhado junto à cadeira de rodas a dar um vistoso anel a Tracy Otto. “Posso não ter ganho nenhuma medalha, mas levo algo brilhante para casa”, escreveu, emocionada.

Mais: o casal aproveitou para anunciar o nascimento do primeiro filho, em janeiro, algo que até então tinham mantido em segredo, por precaução.

Morteza Mehrzadselakjani, ser demasiado alto para o mundo real

Lisa Martin para o Comité Paralímpico Internacional

O iraniano Mehrzad, como lhe chamam os amigos, mede 2,46 metros e tem os títulos de segunda pessoa mais alta do mundo e a sétima mais alta de sempre. Ao mesmo tempo, tornou-se bicampeão paralímpico de voleibol sentado e está nesta edição dos jogos a competir pelo terceiro ouro da sua carreira. ⁠

Apesar de já ter sido considerado o melhor jogador do mundo, por três vezes, isso não lhe garante que lhe sejam concedidas todas as condições para estar confortável com a sua altura. Por estes dias, o atleta dorme no chão, pois as camas que a organização dos Jogos disponibilizam são, evidentemente, demasiado pequenas para que Morteza lá caiba e possa descansar como estas provas exigem.

Não se percebe a distração: em Tóquio, o atleta esteve bem instalado numa cama especial, feita ao seu tamanho. Em Paris, só depois do treinador reclamar para a comunicação social é que a organização garantiu que iria arranjar uma cama à sua medida. Um porta-voz dos Paralímpicos afirmou que poderiam providenciar duas extensões, mas mesmo assim não foi suficiente.

“Ele não se importa se tiver de dormir no chão ou se não houver comida suficiente. Em qualquer dos casos, está mentalizado que vai ser campeão novamente”, afirmou o seu treinador.

Jodie Grinham, uma medalhada grávida

Publicação do Instagram de Jodie Grinham

A organização garante: a britânica Jodie Grinham foi a primeira atleta a subir ao pódio (logo duas vezes, uma em terceiro lugar, outra, em equipa, em primeiro) com um bebé na barriga. Aos 31 anos, a atiradora com arco, está grávida de sete meses do seu segundo filho e por causa disso não pode saltar nem berrar como queria, na hora de receber as medalhas. “Como estou grávida, o melhor a fazer foi agachar-me e esperar um segundo e depois já pude dar abraços e essas coisas. Foi como ser uma criança no Natal e receber o meu brinquedo favorito”, disse à BBC, meio atabalhoada pela emoção.

Na semana passada, a desportista que arriscou em ir para a maior das competições grávida, teve um susto que a levou a um hospital da capital francesa. Só depois de saber que tudo estava bem, Jodie seguiu para as suas provas de tiro ao alvo. “Nada é impossível”, é a mensagem que quer deixar nestes Paralímpicos.

Simone Fragoso, aqui há doping

Publicação no Instagram de Simone Fragoso, já a caminho de Portugal

O seu nome deveria ter ficado inscrito na História como a primeira mulher portuguesa a participar de uma prova paralímpica de powerlifting, um desporto de força, cujo objetivo é levantar o maior peso possível em cada um dos movimentos de agachamento, supino e peso morto. Em vez dessa competição, na categoria -41 kg, Simone já está a caminho de Portugal como a atleta desclassificada por ter tido um resultado positivo nas análises antidoping.

“É com enorme desilusão que informo que não me será possível participar nas competições. Regresso a casa sem a sensação de dever cumprido e com uma enorme tristeza. Agradeço a todos os que, mais uma vez, me apoiaram incondicionalmente neste percurso, garantindo que tudo farei para contestar esta decisão”, escreveu no seu perfil de Instagram.

Luís Figueiredo, chefe da missão portuguesa nos Paralímpicos, disse à agência Lusa que “a atleta está agora suspensa e tem 10 dias para argumentar e apresentar provas que, eventualmente, a possam ilibar, num processo que terá de ser gerido pela própria, de acordo com as regras que emanam da Agência Mundial Antidoping”.

Apesar deste episódio, é impossível manchar a carreira da atleta de Palmela, de 44 anos. Esta seria a sua quarta participação em Paralímpicos, embora nas anteriores edições (Pequim, Londres e Rio de Janeiro) o tenha feita enquanto nadadora, desporto que praticou desde os 24 anos, para obviar os seus problemas de mobilidade. O powerlifting é mais recente na sua vida, um desafio a que se atirou depois de não ter sido qualificada para Tóquio 2020, mas já consegue levantar quase o dobro do seu peso (28,5 quilos).

É comum vermos pessoas a treinar sozinhas no ginásio, enquanto disfrutam da sua banda sonora favorita pelos auscultadores, a caminhar sozinhas e a pensar nas atividades domésticas que terão de fazer quando chegarem a casa, ou até mesmo a pedalarem sozinhas estrada fora com os pensamentos a vaguearem durante o percurso. Todas estas opções são válidas, uma vez que, ao treinar, a pessoa está a aumentar os seus níveis de saúde. O que sabemos é que treinar acompanhado pode potenciar ainda mais os resultados.

O ser humano é um ser social e esta suposição é empiricamente incontestável. Vivemos, por inerência biológica, em sociedade e o desenvolvimento cultural ocorre quando as pessoas unem esforços em prol de um objetivo comum. A variável relacionamento transporta-nos para uma dimensão de interação entre duas ou mais pessoas. Por exemplo, quando vemos um jogo desportivo, existe uma resposta afetiva mais intensa quando é vivida em grupo. Qualquer pessoa que tenha estado num estádio confirmará facilmente esta afirmação. A componente social, também designada por relação, em termos científicos, é uma necessidade individual definida como sendo a capacidade de uma pessoa procurar e desenvolver ligações e relações interpessoais com os restantes pares no contexto onde se encontra inserido. Também representa o sentimento de vínculo pessoal, emocional e carinho pelos outros. Isso sugere que a relação, a necessidade de sentir conexão com os outros é centralmente importante para a internalização do comportamento. Em termos práticos, a adesão ao exercício físico é potenciada quando duas ou mais pessoas com objetivos comuns se motivam uma à outra.

Um estudo publicado em 2023 mostrou que casais que se motivavam a treinar eram fisicamente mais ativos. Outro estudo mostrou que casais que frequentavam regularmente um centro de fitness em conjunto tinham níveis de frequência quase 15% superiores e menos 37% abandonaram a prática de exercício físico comparativamente a pessoas solteiras. Porém, este efeito motivacional da parte social não diz respeito apenas a relacionamentos amorosos. Uma meta-análise de 44 estudos científicos concluiu que treinar em grupo produziu maiores e melhores resultados a nível físico e mental comparativamente com quem treina sozinho. Inclusive na população envelhecida, parece haver um efeito significativamente positivo na qualidade de vida dos praticantes quando a atividade física é praticando em grupo, destacando que a probabilidade de se manterem fisicamente ativos no futuro será de 36% se as sessões forem realizadas em grupo, reporta um estudo realizado por investigadores japoneses.

Não existem dúvidas, tanto empíricas como científicas, que a componente social pode ter um efeito potenciador na prática de exercício físico. Por exemplo, nos centros de fitness, o conceito de “tribo” remete para um conjunto de pessoas que frequentam regularmente as aulas de grupo, que convivem em harmonia e que apresentam suporte social bastante forte na motivação dos pares. Obviamente que a qualidade das interações também possui um peso considerável na parte motivacional. Assim, destacamos a importância de ter ou procurar pessoas no seu ciclo mais próximo que estejam interessadas em serem fisicamente ativas e assim motivarem-se mutuamente a praticarem regularmente exercício físico a longo prazo. Se for para fazer habitualmente uma caminhada, encontrem na vossa agenda uma data que possa ser consistente ao longo das semanas. Para criar um hábito saudável, a frequência e a consistência são palavras-chave. Outra opção será criar um grupo nas redes sociais para que todos estejam a par das aulas de grupo do ginásio local e assim criarem um suporte social promotor da frequência das aulas em conjunto. Outra forma interessante poderá ser uma notificação digital, por mail ou telemóvel, por exemplo, no local de trabalho, que leve os colaboradores a fazerem pausas ativas ou uma sessão de ginástica laboral. Sabemos que pessoas que treinam em grupo tendem a esforçar-se mais e a motivar os outros a fazer mais e melhor pela sua saúde. Já dizia o provérbio antigo: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.”

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Astrónomos descobriram com algumas horas de antecedência que o astrónomo CAQTDL2 iria atingir a Terra. A descoberta foi feita com recurso ao Catalina Sky Survey da NASA e a colisão estava prevista para as 17h45, hora de Lisboa, para uma área a norte do arquipélago das Filipinas. A entrada devia acontecer a 17,6 quilómetros por segundo ou 63360 km/h.

Alan Fitzsimmons, da Queen’s University de Belfast, assevera que se trata de uma velocidade média para este tipo de objetos: “não se iludam com os filmes de Hollywood, onde podemos ver a coisa a aproximar-se nos céu e temos tempo para correr para dentro de casa, ir buscar o gato, saltar para o carro e conduzir para longe. Não temos tempo para isso”, cita o website New Scientist. “Um objeto deste tamanho não pode fazer qualquer dano no solo. Estamos protegidos com a atmosfera da Terra”, realça o especialista.

Naquela região do globo, à hora de entrada do asteroide, estavam muitas nuvens, o que fez com que não fosse visto por muitas pessoas no solo, embora circulem alguns vídeos cuja origem ainda está por confirmar.

O asteroide acabou por ser rebatizado para 2024 RW1 e, segundo Fitzsimmons, não é um caso único, havendo dois ou três objetos deste tamanho a chegar ao nosso planeta todos os anos. Este é o nono asteroide previsto correta e precisamente a atingir a Terra.

“O aspeto positivo é que estes telescópios são bons o suficiente para detetar estas coisas e dar-nos um aviso com alguma antecedência. Visto de outra forma, se este objeto fosse maior e constituísse uma ameaça para as pessoas em terra, seria muito mais brilhante e tê-lo-íamos visto muito antes. Portanto, esta é uma boa demonstração de que os atuais sistemas telescópicos estão a fazer um bom trabalho”, afirma o especialista.

Além da deteção antecipada, em 2022 a NASA provou com a DART (Double Asteroid Redirection Test) que pode ser capaz de defletir alguma ameaça e salvar o planeta de um impacto catastrófico, quando apontou ao asteroide Dimorphos e conseguiu abrandar a sua rota.

Carriageworks, um centro cultural na cidade de Sydney, na Austrália, acolhe nos próximos dias a 8.ª edição da feira “Sydney Contemporary“, o maior evento de arte contemporânea da Australásia. A feira, realizada em parceria com o grupo MA Financial, abrange 90 galerias de arte da região – da Austrália à Indonésia – e peças de mais 500 artistas contemporâneos.

O evento começa esta quinta-feira, dia 5 de setembro, e dura até dia 8. Para além das exposições de arte contemporânea, o evento conta ainda com apresentações de arte performativa, palestras, workshops e visitas guiadas.

Nos últimos anos, segundo o jornal australiano Goulburn Post, a feira gerou cerca de 20 milhões de dólares com a vendas de peças.