Segundo a Proteção Civil, o incêndio de Coimbra já está em fase de resolução. Continua sob vigilância, com mais de três centenas de bombeiros, um meio aéreo e 100 viaturas.
Ainda ativos e “descontrolados” mantêm-se os fogos em Vila Pouca de Aguiar. Meios insuficiente, terrestres e aéreos, e o vento forte são as grandes preocupações sentidas no combate aos três incêndios rurais que “estão descontrolados” no concelho. “Temos três incêndios ativos, todos eles descontrolados, sem meios suficientes, e não há previsão de meios para aqui”, lamentou o comandante dos bombeiros, Hugo Silva, à agência Lusa.
“E a situação de hoje é muito mais grave do que a de ontem, porque a área ardida é extensa, há frentes a arder livremente sem meios de combate, sem meios para pôr no terreno, e os meios que cá estão já estão cá há mais de 24 horas em trabalho”, afirmou.
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Os incêndios lavram desde segunda-feira neste concelho de Vila Pouca de Aguiar e foram progredindo ao longo do dia em Bornes de Aguiar, Telões e Vreia de Jales.
Ao todo, estão envolvidos esta manhã operações de combate e rescaldo dos incêndios que lavram sobretudo no centro e norte do País mais de 5.000 operacionais e 21 meios aéreos.
Em declarações à Lusa, o comandante José Miranda acrescentou que as autoridades foram obrigadas a deslocar cerca de uma centena de pessoas, por prevenção, e que entre os 40 feridos estão 23 agentes da proteção civil e 17 civis.
Várias estradas cortadas
Várias estradas dos distritos de Aveiro, Coimbra, Viseu, Vila Real, Braga e Porto estão com cortes ou condicionamentos.
“No que diz respeito aos incêndios no distrito de Aveiro continuamos com corte na Autoestrada 1 entre os nós de Aveiro sul e Albergaria-a-Velha em ambos os sentidos. Temos também um corte na A25 que se prolonga para a zona do Reigoso. Já no distrito de Viseu há cortes no IC2 entre a A25 e EN1/12 e a EN16 com corte total entre Cacia e Sever do Vouga”, disse Lusa a major Lígia Santos, da GNR.
De acordo com a força de segurança, na região de Coimbra há também corte de estrada na A13 na zona de Condeixa-a-Nova e há ainda condicionamentos na EN17.
“No distrito de Viseu há também corte na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares, na EN234 corte total em Canas de Senhorim e Oliveirinha, e no IC2 e EN234 em Carregal do Sal. Temos também corte na EN16 em Mangualde e Chãs de Tavares, bem como na A24, entre os nós de Castro Daire e Arcas”, adiantou.
Na zona de Vila Pouca de Aguiar estão interditadas a A24 entre o nó de Samardã e Vila Pouca de Aguiar e a EN2 entre Covelo e Pedras Salgadas. Registam-se também um corte nos dois sentidos na A43 na zona de Gondomar e em Chaves na EN2, na zona entre Vilarinho de Paranheiras.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Quando entrámos no primeiro Pipistrel Velis Electro da International Flight Academy (IFA), o contador de tempo de voo total, o equivalente ao odómetro de um carro, ainda só marcava três horas. Estávamos em junho, no Aeródromo Municipal de Viseu, apenas alguns dias depois de o primeiro avião 100% elétrico certificado ter feito o voo inaugural no nosso país. Aos comandos, o piloto Sérgio Almaça, que não escondia o seu entusiasmo por estar associado ao pioneirismo dos primeiros voos de um avião sem emissões em Portugal, explicou-nos que, em termos de desempenho e instrumentos, a versão elétrica do Pipistrel Velis é similar à versão com motor a combustão. Na verdade, a versão elétrica “tem maior disponibilidade, reagindo de imediato quando aplicamos potência, à semelhança do que acontece com os carros elétricos”, assegurou, destacando ainda “a distribuição do peso das baterias, que torna a aeronave muito estável”. E o menor ruído: “em voo houve-se algum ruído, mas até podemos conversar dentro do cockpit, o que não conseguimos fazer na versão da aeronave com motor a combustão”. O que se confirmou logo depois, quando fomos os primeiros convidados a voar no Velis Electro em Portugal. Sérgio Almaça é instrutor de voo na IFA. Uma empresa mais conhecida pela formação, de pilotos, mecânicos e pessoal de cabine, mas que também representa comercialmente a Pipistrel. Isto significa que o Velis Electro já pode ser adquirido no nosso país.
Reportagem no Exame Informática TV, emitido a 30 de junho na SIC Notícias
Missões limitadas, por enquanto
A grande diferença para as versões a combustão do Pipistrel Velis está na autonomia, que é de algumas horas na versão com motor a combustão e de apenas 50 minutos na versão elétrica. “Uma limitação evidente”, admite José Madeira, diretor executivo da IFA, “mas a autonomia responde perfeitamente à nossa missão”. Isto porque a IFA vai usar o Velis Electro para dar uma parte da formação ATPL (Airline Transport Pilot License), a licença que permitirá aos futuros pilotos evoluírem para uma carreira comercial.
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O piloto e formador Sérgio Almaça deu-nos boleia num dos primeiros voos do Pipistrel Velis Electro, meses antes da apresentação oficial do novo avião da IFA
José Madeira explica: “Usámos este avião nas primeiras missões de voo, a que chamamos missões de contacto. Onde o aluno e o instrutor realizam missões curtas, porque são, de certa forma, missões cansativas para o aluno. Nestas missões, trabalham numa área de voo muito próxima do aeródromo ou estão a fazer ‘toque e anda’, ou seja, manobras de aterrar e descolar em contínuo. Uma missão típica deste tipo são sete ‘toque e anda’ porque, como referi, mais seria cansativo para o aluno. Ora, este avião tem capacidade para estas missões”. O que verificámos já que Sérgio Almaça levou-nos a fazer sete ‘toca e anda’ no aeródromo de Viseu e terminámos a experiência com 30% da capacidade da bateria, exatamente a capacidade prevista – uma reserva necessária por razões de segurança. O que parece comprovar as capacidades anunciadas pelo fabricante.
Naturalmente, o curso ATPL da IFA não se limita a descolagens e aterragens. Esta formação prevê um total de 150 horas de voo e mais cerca de 50 horas em simulador. E o Velis Electro poderá ser usado em cerca de 20 das 150 horas de voo. “Para as restantes horas, teremos de usar a versão com motor de combustão, que tem as mesmas especificações e design”, explicou-nos José Madeira.
À exceção do motor e da bateria, Pipistrel Velis Electro é muito semelhante aos Pipistrel Velis com motor a combustão
O tempo de carregamento também não é um problema para esta missão, porque José Madeira defende que o tempo de carregamento “não se afasta muito do padrão normal da nossa operação” no que diz respeito aos intervalos entre voos: “A operação típica é de 50 minutos de voo para uma hora e meia parado a carregar as baterias. Pode parecer muito, mas, na verdade, não é uma paragem muito maior do que quando a usar um avião a combustão. Isto porque a preparação do voo, a inspeção antes do voo, o briefing, o debriefing da missão anterior… Tudo isto leva tempo e o normal é que todo este processo demore uma hora ou até um pouco mais”.
Custos: 1 para 25!
No âmbito do curso ATPL da IFA, percentagem de utilização do Velis Electro relativamente ao Velis com motor a combustão não muito grande, mas promete reduzir significativamente os custos. É que o Velis Electro tem uma vantagem avassaladora para o seu ‘irmão’ com motor térmico: o custo de utilização. Apesar de o Pipistrel Velis com motor tradicional já ser considerando um dos aviões mais eficientes da sua classe, tanto em termos de consumo de combustível, como em termos de custos de utilização total, a diferença para a versão elétrica é avassaladora. “O custo direto de operação é muito mais baixo no elétrico. Refiro-me ao custo de energia, manutenção, utilização do motor… porque não podemos esquecer que o motor elétrico praticamente não tem manutenção. No avião com motor a combustão, esse custo de operação direto é superior a €100 por hora. No caso do elétrico, uma hora custa à volta dos €4. A diferença é, de facto, muito grande. Claro que há que considerar outros custos não diretos, mas esses são idênticos nos dois modelos”.
“Pensamos que daqui a uns cinco anos teremos um fator de 1,7x na autonomia, para cerca de 1h30 ou 1h40. Parecendo que não, é um aumento significativo. No caso do nosso avião, será mesmo só uma troca de bateria”
José Madeira
A vantagem dos custos é reforçada pela diferença pouco relevante do preço de aquisição e pelas garantias extra dadas pela marca. Segundo a IFA, a versão a combustão do Velis custa cerca de 300 mil euros e a versão elétrica custa 330 mil euros. Não menos importante, nesta fase de desenvolvimento, a Pipistrel dá garantias especiais para as baterias, que até incluem a troca, sem custos, para novas versões com maior capacidade deverão surgir no futuro próximo.
O painel de instrumentos inclui informação detalhada sobre a gestão de energiaAs duas baterias, com capacidade total de 25 kWh de capacidade, estão alojadas por detrás dos bancos. Cada bateria pesa 70 kg e usa um sistema de refrigeração avançado. É possível operar o avião com apenas uma bateria
Na crista da onda
José Madeira é um entusiasta assumido pela tecnologia e pela eletrificação em particular. Aliás, quando chegámos ao hangar da IFA no aeródromo de Viseu, fomos imediatamente convidados a carregar o nosso carro numa wallbox disponível nas instalações. José Madeira conduz um Tesla e garantiu-nos, com orgulho evidente, que “somos a escola mais bem apetrechada do ponto de vista dos equipamentos para o treino dos nossos alunos, onde incluímos os aviões e dois simuladores avançadíssimos, um deles de Airbus A320”. É este olhar para o futuro que levou a IFA a associar-se à Pipistrel, uma empresa que nasceu na Eslovénia em 1989 como fabricante de asas delta e de planadores. Estas origens foram importantes para o desenvolvimento da Pipistrel na medida em que a eficiência foi sempre um foco da marca, que em 2007 foi pioneira mundial ao criar um primeiro avião 100% elétrico de dois lugares, o Taurus Electro, uma adaptação de um planador.
Um carregador portátil facilita o processo de carregamento do avião, que é conseguido em uma hora e meia
“Há cerca de três anos, quando começámos esta parceria, a Pipistrel era só uma empresa com capital de engenharia muito grande, com muita capacidade para inovar. E, pouco tempo depois, a empresa foi comprada por um gigante da aviação mundial, a Textron, que produz, entre outras, a Cessna e Beechcraft. Tivemos essa visão e, ao mesmo tempo, sorte. A aposta da Textron no avião elétrico deu-nos ainda mais confiança para investir no avião. Começámos a testá-lo, começámos a voá-lo, a ouvir opiniões de outros e concluímos que é um avião que cumpre perfeitamente com a missão de treino que queremos dar aos nossos alunos.” José Madeira também é da opinião que, como já acontece na área automóvel, a indústria da aviação também terá cada vez mais limitações regulamentares e taxas relacionadas com a poluição. O que significa que, a apostar em aviões elétricos, a IFA estará a ganhar vantagens competitivas para um futuro cada vez mais próximo.
Características técnicas Potência 58 kW (80 cavalos) Velocidade de cruzeiro 98 nós (181 km/h) Altitude máxima: 12.000 pés (3660 metros) Autonomia máxima 40 minutos Carga útil 172 kg
Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu. A morte desta idosa, cuja idade não foi indicada, eleva para quatro o número de mortos nos incêndios rurais que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do País e que provocaram ainda 40 feridos. Destes, 33 são bombeiros e os restantes civis, que sofreram queimaduras ou foram vítimas de inalação de fumos ou intoxicação.
Na segunda-feira as autoridades tinham confirmado duas mortes na sequência dos incêndios: uma pessoa carbonizada e outra que sofreu um ataque cardíaco. Na noite de domingo morreu um bombeiro de doença súbita quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis.
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Segundo as contas da Proteção Civil, já arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Até em Lisboa, distante centenas de quilómetros do focos de incêndio, o dia amanheceu com nuvens espessas e cheiro a fumo, a lembrar o combate às chamas que ocupou tanta gente durante a noite no centro e norte do País. Um combate desigual num cenário de temperaturas altas, humidade baixa e vento forte que não era visto há mais de vinte anos.
“O perigo meteorológico excecional torna mais provável incêndios com elevada capacidade de destruição”, alertou ontem Tiago Oliveira, presidente da Agência Integrada para a Gestão de Fogos Rurais, ao Expresso.
Em apenas dois dias, arderam mais de 15 mil hectares (quase tanto como durante o resto do ano), morreram quatro pessoas e ficaram feridas mais de quatro dezenas, algumas delas com gravidade. Há já dezenas de casas destruídas, instalações fabris e até um estádio, e continuam várias estradas cortadas.
A cidade do Porto volta a receber, esta terça-feira, a maior conferência europeia dedicada à felicidade corporativa, o Hapiness Camp. Promovido pela Associação Happiness Camp, o evento procura promover a discussão sobre as questões de saúde mental – como o burnout, stress e a depressão – no mundo corporativo e contribuir, através da partilha de estratégias e experiências, para um ambiente de trabalho mais saudável e feliz para trabalhadores e empresas. Nesta terceira edição, que terá lugar esta terça-feira, na Alfândega do Porto, são esperados mais 15 mil participantes, de mais de 50 nacionalidades.
Mas afinal o que é isto da “felicidade corporativa” e que estratégias é que podem as empresas adotar de forma a contribuírem para a manutenção da saúde mental dos seus trabalhadores? A VISÃO falou com Liliana Dias, psicóloga especialista na área da saúde e bem-estar no trabalho há 20 anos. “O Happiness Camp tem o objetivo de procurar alterar o paradigma vigente no mundo corporativo onde, muitas vezes, o bem-estar não é a prioridade nem é tratado de uma forma séria”, explicou.
Desde a pandemia que as questões relacionadas com a saúde mental tem adquirido novos contornos, com o aumento do número de casos registados de burnout, stress crónico em contexto de trabalho, ansiedade e depressão. De acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, as doenças mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças no País – uma percentagem superior à das doenças oncológicas. Para além disso, cerca de 16,5% da população portuguesa apresenta perturbações de ansiedade e 7,9% possui perturbações do humor. Problemas que, segundo os especialistas, demonstram a degradação da saúde mental na população portuguesa.
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Burnout
Ao contrário da ansiedade e da depressão – que são perturbações de prevalência global – o Burnout não é considerado uma doença mental, sendo definida como uma síndrome que ocorre em resposta à exposição a stress laboral crónico. + Para saber mais sobre o burnout leia aqui
“Este ano, mais do que nunca, queremos abordar a urgência da felicidade corporativa, especialmente num momento em que os dados mostram uma realidade de degradação alarmante da saúde mental em Portugal, mas também uma crise de emigração de talento jovem, onde o burnout e a depressão predominam a realidade corporativa portuguesa”, referiu António Pedro Pinto, Presidente da Associação Happiness Camp, em comunicado.
O que é a felicidade corporativa?
O conceito de felicidade corporativa é bem mais amplo do que se possa pensar inicialmente. Primeiro, e de forma a compreender o que engloba, é necessário fazer a distinção entre dois tipos de felicidade: a felicidade hedónica – um estado de felicidade curto e transitório, ancorada em momentos positivos e de prazer – e a felicidade eudaimónica – associada ao sentido de entidade, a um propósito de vida e aos valores de cada pessoa. “É um termo muito lato, porque no fundo ele engloba muito mais do que aquilo que nós associamos como felicidade”, refere a especialista.
Num contexto profissional é, assim, fundamental perceber as diferenças entre ambos os tipos de felicidade que se proporcionam aos profissionais, uma vez que não basta apenas dar aos trabalhadores momentos – curtos – de felicidade hedónica mas estabelecer condições para estes se sintam realizados e apoiados na sua situação profissional – de felicidade eudaimónica. “Os colaboradores têm de sentir que há propósito no seu trabalho e no seu desenvolvimento e que estão a contribuir seja para um mundo melhor, para o um crescimento, para uma inovação”, defendeu a especialista.
Trabalhadores mais felizes são mais produtivos
Portanto, a criação de um sentido de propósito dentro das organizações contribui para a felicidade e, acima de tudo, para a produtividade dos trabalhadores. Esta tem-se tornado uma questão imperativa nos últimos anos, uma vez que os trabalhadores – independentemente da sua geração – procuram cada vez mais ambientes de trabalho que se adaptem aos seus objetivos profissionais e pessoais. “Vamos ter de repensar como é que as organizações estão estruturadas, como é que a colaboração acontece e como é que a liderança pode evoluir também, que não seja uma liderança limitadora mas uma liderança potenciadora de melhores ambientes de trabalho e de maior produtividade, de crescimento e florescimento das organizações”, conta.
Deste modo, as estratégias das empresas devem procurar responder a questões como “Qual é a realidade de trabalho que estamos a criar?” ou “Quais são os fatores que prezam os meus colaboradores?” de forma a mitigar os riscos de problemas de saúde mental.
Porque é que criar um ambiente mais feliz é importante para as empresas?
A falta de condições ou recursos de trabalho, a falta de apoio prestado pelas lideranças ou a falta de acompanhamento aos profissionais são fatores que resultam numa maior experiência de stress e ansiedade no local de trabalho e acabam por culminar no desenvolvimento de problemas de saúde mental. Assim, é essencial que as empresas saibam reconhecer – e mitigar – os riscos que levam ao desenvolvimentos de distúrbios mentais e adotar medidas preventivas.
Os problemas de saúde mental – especialmente os casos de burnout – não afetam apenas a dimensão pessoal dos trabalhadores, tendo implicações na gestão e custos das organizações. “Trabalhadores mais felizes são mais produtivos, estão mais vinculados à organização, portanto estão mais comprometidos às mudanças de contexto, inovam mais, são mais resilientes na sua capacidade de adaptação ao mercado e, portanto, tornam as organizações bem mais bem-sucedidas no médio longo prazo”, referiu a psicóloga.
Assim, mitigar os riscos de stress – os principais fatores que anulam a felicidade em contexto de trabalho – contribui para uma maior felicidade no mundo corporativo. “Quanto mais nos aproximarmos deste modelo de gestão de saúde em contexto organizacional, mais felicidade estamos a promover e necessariamente, mais desempenho, e também maior capacidade das organizações de reinventarem, ajustarem, flexibilizarem e inovarem”, acrescentou.
Um dos objetivos do Hapiness Camp é precisamente dar a conhecer as estratégias adotadas por diversas empresas que resultaram na redução dos riscos de desenvolvimento destas patologias e, por conseguinte, levaram à diminuição da queda do número de casos e situações de baixas médicas. “Não é numa ótica de ‘como é que eu vou ser mais feliz no trabalho’ (…) [mas de] aquilo que são temas críticos para a mudança acontecer nas práticas de gestão de pessoas, de gestão do trabalho e até da própria organização”, referiu.
Novidades na organização da conferência
Este ano a agenda do Happiness Camp divide-se em dois formatos – o Happy Stage e o Joyful Stage – com mais de 25 palestras de especialistas de diferentes organizações internacionais e nacionais com o intuito de partilhar medidas e resultados da promoção do bem-estar no local de trabalho.
O Happy Stage, de formato palestra, conta com figuras como Lori George – Ex-Diretora Mundial de Diversidade, Equidade e Inclusão na Coca-Cola – Kerri Warner, Diretora Mundial de Comunicação Interna na Spotify – e Jen Fisher – Diretora de Sustentabilidade Humana da Deloitte. Já no Joyful Stage o foco centra-se em temas como a neurodiversidade e as expectativas da geração Z no mercado de trabalho, através da experiência de convidados como Sonya Barlow – Apresentadora da BBC – Zaheer Ahmad – Membro do Conselho de Diversidade, Equidade & Inclusão da Toyota Motors – e Stefanie Sword-Williams – CEO da Fuck Being Humble.
Para Liliana Dias o foco está sobretudo nos convidados “que arriscam mais na mudança, nas suas práticas e na forma como se desenham estes locais de trabalho, estas relações e colaborações em contexto de trabalho”. Empresas que, com algumas mudanças, trouxeram um repensar da forma como se gere a felicidade, a saúde e o bem-estar em contexto trabalho e criaram locais de trabalho “humanamente sustentáveis”.
A Ordem dos Psicólogos também integra o evento – no Joyful Stage – e procura “trazer um bocadinho de ciência da psicologia a esta área bem como o que é que a psicologia também traz como melhores práticas, intervenções com evidência científica e partilhar o conhecimento”, explica, revelando ainda que vão ser abordadas formas de prevenção do burnout, sobretudo em profissões que envolvem um maior suporte emocional – como as áreas da saúde ou recursos humanos. O objetivo passa por compreender “como é que nós podemos capacitarmos individualmente e também capacitar melhores práticas na organização que são promotoras de melhores condições para a saúde mental das pessoas em contexto de trabalho”, acrescentou.
O evento inclui ainda as sessões práticas Happiness Labs, em formato de masterclass, que pretendem dar aos participantes a oportunidade de aprender e aplicar técnicas para melhorar a experiência do colaborador e que incluem o International WELL Building Institute, IE University Madrid, e Nova Business School.
O Happiness Camp pauta-se por ser também um espaço de criação de conexões. “É também um espaço de criar conexões, de criar comunidade, criar network, ter experiências talk – no formato ted talk – mas também de formatos mais pequenos, como workshops práticas e hands on”, defende Dias.
No final da conferência – de entrada gratuita – os participantes terão ainda acesso a um certificado que contabiliza 8 horas de formação oficial, que é acreditado pela prestigiada Happiness Business School.
Acabar com a pobreza, promover a paz e a justiça, garantir que todas as crianças vão à escola e proteger a vida marinha – estes são apenas alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma espécie de “lista de coisas a fazer em nome dos povos e do planeta”, com que os líderes dos países se comprometeram a cumprir até 2030.
A ideia é que todos juntos, governos e cidadãos, consigamos ter um mundo melhor. E como as crianças e os jovens são cidadãos de pleno direito, tal como os adultos, a UNICEF quer envolver todos nesta missão.
“O que é a UNICEF?”, perguntas. É a maior organização do mundo de defesa das crianças e está ligada às Nações Unidas. A UNICEF criou a iniciativa A Maior Lição do Mundo, em parceria com a Direção-Geral da Educação, que desafia miúdos como tu a pensar e a agir de acordo com os ODS.
Esta é a oitava edição, e o ODS que tiveram de trabalhar neste ano foi Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Nela participaram 836 alunos, do Pré-escolar ao Secundário, que, com a ajuda dos professores, realizaram 17 projetos.
Um dos projetos vencedores intitula-se Todos Somos Paz e foi realizado por 95 alunos do 10.º e 12.º anos, do Ensino Secundário e Profissional da Escola Secundária de Fafe, que contaram com a ajuda das professoras Paula Ferreira, Alice Gonçalves e Fátima Neves.
Durante meses, pesquisaram sobre os conflitos mundiais e contactaram instituições do concelho de Fafe, para conhecerem as condições de vida dos habitantes. Realizaram trabalhos, criaram uma página na internet, onde podem ser consultados os resultados da investigação, e envolveram-se em ações de voluntariado na sua terra.
“Quando começámos a investigar, não tinha ideia da quantidade de conflitos que estão a acontecer no mundo e da sua gravidade”, diz-nos Beatriz Oliveira, de 17 anos. “Os nossos colegas também ficaram surpreendidos. Não tinham noção, por exemplo, do impacto que a guerra tem nas crianças”, acrescenta Diogo Faria, o colega que também participou no projeto.
Mas, além do trabalho de pesquisa, os alunos também meteram a mão na massa e inscreveram-se em ações de voluntariado locais. “Participámos em recolhas do Banco Alimentar e ajudámos no canil municipal. É preciso estar atento ao que se passa à nossa volta”, alerta Beatriz.
Quanto ao papel dos jovens no mundo, os dois colegas, que querem ser professores de História, defendem que os jovens têm uma visão do mundo diferente da dos adultos. “Estamos, por exemplo, mais preocupados com o ambiente e temos de ser a força que atua, porque o mundo é para nós!”
Este artigo foi originalmente publicado na edição n.º 242 da VISÃO Júnior
Temos o país em chamas. Não há bombeiros que cheguem, meios aéreos poderosos, e prevenção que nos acuda. Há abnegação e coragem dos bombeiros, das forças da GNR e particularmente dos populares que estão sempre na linha da frente. Um país que arde, sem capacidade de controlo, não é um país, é uma coisa ardida. Todos os anos, cedo ou tarde, vem esta desgraça de destruição, de vidas perdidas e feridas e de paisagens negras de fumo e cinzas.
Isto não pode ser o nosso triste fado, o desígnio nacional. Dupliquem o número de bombeiros, de equipamentos de combate, de aviões, de helicópteros, e de tudo o que faz falta nestas situações dramáticas. Num lapso de tempo, assistimos a uma infindável tragédia na Madeira, à morte no Douro de cinco jovens da GNR e agora a estas desgraças indescritíveis.
O primeiro-ministro está diretamente a acompanhar todas as operações, e isso pode ter um significado positivo: ficará com a imagem correta do que falta para se fazer frente a dezenas de incêndios num só dia, e estará habilitado a tomar todas as medidas necessárias. Para agora, e para o futuro.