Depois dos smartphones, assistimos à progressiva evolução dos automóveis como smartcars ou carros inteligentes. A conectividade veio permitir o aperfeiçoamento dos sistemas avançados de assistência à condução, conhecidos como sistema ADAS, a sigla de Advanced Driver-Assistance Systems.
Ao contrário dos sistemas de segurança passiva, como os airbags e as zonas de deformação programada da carroçaria, que intervêm durante e após um acidente, os sistemas ADAS integram a segurança ativa do carro e visam evitar que ele aconteça.
Utilizando diversos tipos de sensores, câmaras e tecnologias de radar e de geolocalização, os sistemas que integram o ADAS monitorizam continuamente as condições de trânsito e fornecem avisos de perigo e informações ao condutor. A automação digital permite intervenções diretas na direção, no acelerador e nos travões de forma autónoma, evitando acidentes ou minimizando as consequências.
Fonte: Glassdrive.pt
Vários estudos indicam que mais de 90% dos acidentes rodoviários são atribuíveis a erros humanos, enquanto apenas 5% se devem a problemas relacionados com o funcionamento dos veículos. Em contrapartida, estima-se que cerca de 40% da sinistralidade rodoviária e 37% das lesões graves poderiam ser prevenidos ou mitigados, caso todos os carros tivessem sistema ADAS.
Portanto, o ADAS é como um “anjo da guarda” que pode assumir o controlo e garantir a segurança quando o condutor falha.
ADAS sem falhas
Os centros Glassdrive dispõem de técnicos especializados e do equipamento necessário para que o sistema ADAS dos veículos nunca falhe. Ao fazer uma marcação para substituir os vidros do automóvel, é verificado se este está equipado com o sistema ADAS e se precisa de ser calibrado. O serviço inclui diagnóstico, substituição do para-brisas, calibração da câmara fontal e entrega de um certificado de calibração.
Principais tecnologias do sistema ADAS
Veja como funcionam, em detalhe, sendo que usamos a terminologia e siglas em inglês para facilitar a identificação universal nos diferentes automóveis.
Limitador de Velocidade Inteligente
O Intelligent Speed Assistant (ISA) deteta o limite de velocidade usando o GPS e câmaras para reconhecer sinais de velocidade. Em tempo real, o sistema pode limitar a velocidade, emitindo alertas visuais e sonoros.
Cruise Control Adaptativo
O Adaptive Cruise Control (ACC) ajusta automaticamente a velocidade do veículo para se manter a uma distância segura do carro que circula à sua frente. É especialmente benéfico em autoestrada, onde manter distância e velocidade constantes, pode tornar-se monótono e cansativo.
Assistente de Manutenção na Faixa
O Lane Keeping Assist (LKA) ajuda a prevenir acidentes devido a saídas de faixa de rodagem. Se o veículo começar a sair sem sinalizar a manobra, o sistema promove a correção da direção com suaves movimentos no volante de forma a mantê-lo dentro dos limites da faixa.
Travagem Automática de Emergência
O Automatic Emergency Braking (AEB) antecipa potenciais colisões com outros veículos, peões ou obstáculos e aplica automaticamente os travões, imobilizando o veículo, se necessário. Nos casos em que o embate é inevitável, reduz drasticamente a gravidade dos acidentes
Reconhecimento de Sinais de Trânsito
A tecnologia Traffic Sign Recognition (TSR) utiliza câmaras para identificar os sinais de trânsito e limites de velocidade que são exibidos no painel de instrumentos. Ajuda a cumprir as regras de trânsito, sendo particularmente útil em estradas desconhecidas.
Alerta de Ângulo Morto
O sistema Blind Spot Warning (BSW) faz a deteção de veículos no chamado “ângulo morto”, alertando o condutor com avisos sonoros e luminosos nos retrovisores. Reduz a probabilidade de colisões laterais em ultrapassagens ou mudanças de faixa.
Limitador de Velocidade já é obrigatório
Embora a obrigação de incluir ADAS nos novos modelos homologados na União Europeia esteja em vigor desde 2022, desde 7 de julho de 2024 que qualquer automóvel novo vendido na União Europeia tem de estar equipado com um sistema ADAS de controlo de velocidade.
O Limitador de Velocidade Inteligente (ISA) pode atuar de quatro formas: avisos sonoros, avisos vibratórios, feedback através do pedal do acelerador ou controlo direto da velocidade. A função é ativada automaticamente sempre que ligamos o carro, não sendo possível desativá-la de forma permanente.
O Conselho Europeu de Segurança nos Transportes afirma que os veículos com sistema ISA vão permitir alcançar uma redução de 30% no número de colisões rodoviárias e de 20% no número de vítimas de acidentes.
Alerta de Colisão Frontal
O Forward Collision Warning (FCW) avisa os condutores sobre uma potencial colisão com o veículo da frente, dando-lhes tempo para tomar medidas corretivas.
Alerta de Tráfego Cruzado à Retaguarda
O Rear Cross-Traffic Alert (RCTA) avisa os motoristas sobre o tráfego que se aproxima pelas laterais ao sair de lugares de estacionamento em marcha-atrás, reduzindo o risco de colisão.
Assistência ao Estacionamento
O Parking Assistance System (PAS) recorre a câmaras e sensores para facilitar o estacionamento que, consoante as versões, pode incluir a manobra automática sem intervenção do condutor.
Deteção de Fadiga
O Driver Monitoring Systems (DMS) monitoriza a fadiga e o estado de vigília do condutor, analisa os movimentos do volante e emite sinais de aviso.
Deteção de Alcoolemia
O Alcolock funciona como um alcoolímetro, impedindo o arranque do motor caso o nível de alcoolemia do condutor ultrapasse o limite.
Caixa Negra
O Event Data Recorder (EDR) regista o que acontece 5 segundos antes, e 300 milissegundos depois, de um acidente.
Objetivo zero
A tecnologia ADAS tem o potencial de melhorar significativamente a segurança rodoviária, prevenindo colisões e reduzindo bastante o número e gravidade das vítimas. A implementação do ADAS em todos os veículos novos é um passo fundamental em direção à meta de “zero mortes e feridos graves” nas estradas europeias, até 2050, prevista no programa Vision Zero.
O futuro do ADAS reside no objetivo de criar veículos autónomos à prova de acidentes. A ideia por detrás desta missão é a de que um robot conduz melhor do que uma pessoa porque toma decisões lógicas e pode reagir mais depressa. A evolução passa por incluir recursos de Inteligência Artificial e algoritmos de aprendizagem automática. Estes avanços devem aumentar a precisão e a fiabilidade do ADAS, abrindo caminho para a condução autónoma.
Garanta que o sistema ADAS do seu veículo está calibrado com a ajuda da Glassdrive.
O televisor continua a ser uma peça central na vida de uma casa. Seja para ver as séries e os filmes no serviço de streaming preferido. Seja para jogar os videojogos mais imersivos. Seja para acompanhar a adrenalina dos grandes eventos desportivos ou musicais. Aqui, testamos quatro novos modelos acabadinhos de chegar ao mercado – e um deles tornou-se inclusive num dos nossos televisores preferidos de sempre.
Sony Bravia OLED K-55XR80: Brilhozinho nos olhos
Para os leitores regulares da Exame Informática, os televisores da Sony não precisam de apresentação. Sobretudo os OLED. São uma referência no mercado pela combinação entre painel, processamento de imagem e outras tecnologias. O Bravia 8, como é conhecido entre os ‘amigos’, é o sucessor espiritual do A80L, o que significa que não é o modelo mais avançado da marca para este ano. Mas isso não significa que tenha sido descurado na qualidade – bem pelo contrário.
Em termos de design, o Bravia 8 segue a linha visual tradicional dos televisores da Sony. A espessura do televisor é reduzida, os pés, de perfil muito fino, podem ser ajustados em duas posições (mais ao centro ou mais nas pontas) e em três alturas diferentes (para acomodar uma barra de som, p.ex.), existe um ladrilhado, em plástico, na traseira e no geral este é um televisor de visual elegante, ainda que a qualidade de construção não seja das mais aprimoradas (sobretudo para o preço).
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Há sim um aspeto que consideramos que podia estar melhor conseguido. Apesar de ter molduras finas dos lados e na parte superior, em baixo existe uma barra negra significativa e que em determinadas ocasiões acaba por ser distrativa. É, provavelmente, uma questão de hábito, mas num televisor deste segmento esperávamos uma maior imersão visual neste sentido.
No que à qualidade de imagem diz respeito, e correndo o risco de sermos repetitivos sobre os OLED, é muito boa. Os contrastes são excelentes, com uma elevada profundidade dos pretos. As cores são muito boas, apresentando uma vivacidade e saturação fortes. E há um outro elemento a destacar na Sony Bravia 8. O nível de brilho é superior ao que estamos habituados noutros OLED, o que nos permite ir buscar mais detalhe em zonas de transição claro/escuro e dá, no geral, mais força às tonalidades reproduzidas. Não está ao nível da nova bitola do mercado (os painéis QD-OLED), mas é uma evolução positiva no campeonato dos OLED.
Mas é justo dizer que voltamos a sentir o mesmo que já tínhamos sentido na Sony A95L que testámos recentemente. No perfil de imagem “Standard”, sentimos alguma falta de brilho, brilho esse que conseguimos ir buscar no modo de imagem “Vívido”. Ou seja, se for como nós, poderá ter de ajustar manualmente aqui e ali alguns perfis de imagem, enquanto outros provavelmente usará de forma ‘intocada’ (como é caso do modo cinema). E por falar em perfis de imagem, este modelo traz um modo de imagem específico para Netflix e Amazon Prime que, em teoria, reproduz os filmes e séries segundo os padrões das respectivas empresas. Pela nossa experiência, estes perfis têm um aspeto mais cinematográfico, com tons mais quentes e amarelados, o que pode não agradar a todos os utilizadores.
Mas o resultado final global é uma experiência de visualização muito boa, sobretudo quando temos conteúdos 4K com suporte para elevado contraste dinâmico (HDR), seja em filmes como Homem Aranha: Através do Aranhaverso (disponível no serviço Bravia Core, incluído com o televisor) ou em jogos visualmente fortes, como Horizon Forbidden West ou Cyberpunk 2077. A combinação de todos os fatores permite uma excelente reprodução de texturas e dá aquele aspeto ‘aveludado’ a que estamos habituados nos televisores da Sony. Aqui, o Bravia 8 mantém e bem a tradição da empresa.
Som pela sala
O elemento que acabou por nos surpreender mais foi a qualidade sonora. A Sony tem vindo a aperfeiçoar o sistema de som integrado atrás do painel, mas também os algoritmos que simulam um som tridimensional. Esta combinação de fatores resulta num som com mais projeção, mais preenchido e, sobretudo, com melhor presença de graves, justamente uma das áreas nas quais tipicamente o som dos televisores fica mais curto. Além disso, gostamos bastante da nitidez global do som, assim como o palco central que as vozes conseguem ter mesmo quando há muitos sons a serem projetados em simultâneo.
Ainda no capítulo do som, apreciamos imenso o chamado Modo Decoração. Na prática, faz com o televisor mostre paisagens visuais de elevada beleza, mas a parte que apreciamos, também com paisagens sonoras, com músicas relaxantes ou até mesmo sons de água a correr. Ideal para aqueles momentos nos quais quer ter uma ‘companhia’, mas não sabe muito bem que canal ou música selecionar.
E a aposta numa experiência mais abrangente do televisor é notória. Por exemplo, é compatível com o sistema de domótica Apple HomeKit, pode ser usado como apoio aos dispositivos móveis através do Apple AirPlay e Google Chromecast, e ainda tem um modo ecológico, que permite baixar dos cerca de 150 watts de consumo em modo ‘normal’ para os 43 watts em modo ‘poupança’.
Por fim, nota positiva para a aposta no sistema operativo Google TV, mas que, devemos dizer, neste modelo não proporcionou das experiências mais rápidas que já tivemos num televisor.
Chegados aqui, a verdade é que não temos muitos defeitos a apontar ao televisor. A questão é que no cada vez mais concorrido mundo dos OLED, o preço parece desajustado. Pelo mesmo valor, já encontramos à venda a famosa A95L que dá uma qualidade superior e uma experiência em tudo semelhante (mesmo sendo um modelo de 2023). Ou se simplesmente quiser as maravilhas de um OLED, arranja televisores com qualidade de imagem muito boa abaixo dos 2000 euros. Motivo pelo qual, na nossa opinião, torna-se mais difícil justificar plenamente o preço pedido pela Sony.
Tome Nota Sony Bravia OLED K-55XR80 | €2699 sony.pt
Imagem Excelente Brilho Muito bom Som Muito bom Conetividade Excelente
Características Ecrã OLED 55”, 3840×2160 p, 120 Hz, 1350 nits máx. • Processador XR • HDR10+, HLG, Dolby Vision • Som: 5x 10 W (Dolby Atmos, DTS:X, som surround simulado) • Wi-Fi, BT 5.3 • 2x USB-A, 2x HDMI 2.0, 2x HDMI 2.1 (VRR, ALLM), RJ54 • Google Chromecast, Apple AirPlay e HomeKit • Software: Google TV (Android 12) • 122,3×73,2×24,8 cm • 18 kg
A TCL tem-se afirmado, aos poucos, como uma das marcas de referência sobretudo para quem procura uma combinação de tecnologia, tamanho e preço ‘simpático’. Este modelo representa perfeitamente a filosofia da marca – pode não deslumbrar, mas dá-nos características e qualidade suficiente para ser levado a sério como uma opção de compra.
Dos quatro novos modelos que aqui testamos, este foi o que nos deu maior área de visualização. São 65 polegadas, num painel QLED, o que significa que as cores são a maior aposta deste modelo. Um elemento que podemos atestar a favor da marca. Dos muitos vídeos, excertos de séries e filmes que vimos neste televisor, a cor foi de facto o elemento que mais se destacou. Há um perfil saturado nos tons que dão uma boa vivacidade às imagens, sobretudo os relacionados com a natureza, pois a força dos verdes destaca-se na ‘paleta’ de cores desta TCL.
Para isto também contribui o bom nível de brilho que o painel é capaz de atingir, ao qual se junta uma boa uniformidade de luz, o que torna o ecrã de grandes dimensões numa área com grande impacto visual. E se preferir cores ainda mais vivas, nesse caso recomendamos que use o perfil de imagem “Dinâmico”, que pode ser particularmente útil em filmes de animação e videojogos.
Apesar destas boas características e da experiência global de imagem ser positiva, é justo dizer que está, no grande esquema dos televisores, num patamar de gama média. Isto porque falta claramente profundidade aos tons pretos (são muito acinzentados), falta maior capacidade de contraste em cenas escuras (apesar de em conteúdos HDR mostrar vivacidade) e, devido ao tamanho maior, a nitidez das imagens acaba por estar mais diluída, o que significa que não tem um perfil tão realista quanto os outros modelos aqui testados. Outro aspeto no qual não ficamos totalmente convencidos foi na forma como as imagens são processadas em termos de fluidez de movimento, mostrando algumas travagens e um perfil mais lento do que seria desejável.
Sessões de música
Se tivéssemos um televisor destes em casa, algo que garantidamente faríamos era usar mais vezes as aplicações de música. Isto porque, para o preço, apresenta um sistema de som muito convincente. Com destaque para a reprodução de graves, com boa presença, e que dão logo outro corpo não só às músicas, como aos efeitos especiais dos filmes e efeitos sonoros nos jogos. É verdade que, no global, este televisor tem um perfil de som mais seco do que gostaríamos, faltando alguma nitidez aos sons agudos, mas combinando os prós e contras, o saldo é claramente muito positivo.
Além disso, este TCL é capaz de atingir um elevado nível de volume, pelo que pode perfeitamente usar o televisor como sistema de som para quando organizar um jantar lá em casa e quiser música ambiente.
Em termos de utilização, a nossa experiência foi satisfatória, mas não ficamos convencidos a 100%. Por um lado, valorizamos o facto de suportar os sistemas Google Chromecast e Apple AirPlay, que permitem passar conteúdos do smartphone para o televisor de forma muito simples. E também gostamos que a TCL mantenha a aposta no Google TV, que nos dá uma interface simples, prática e, ao mesmo tempo, dinâmica, sugerindo-nos conteúdos para vermos ou destacando conteúdos que ainda não terminamos.
O que nos parece desajustado é a uma certa lentidão que o televisor apresenta em alguns momentos, sobretudo quando precisamos de retroceder para a página inicial ou chamar o menu das definições para ajustarmos algum detalhe na qualidade de imagem. Talvez uma atualização de software possa melhorar este elemento que, num televisor já deste valor, não nos parece que se justifique na forma que está.
Para terminar, queremos destacar a boa conetividade do televisor, a qualidade de construção sólida (ainda que não tenhamos ficado fãs do design dos suportes) e a leveza do comando, que podia ter um visual mais minimalista, mas dá grande destaque às plataformas de streaming.
No global, este é um televisor indicado para quem procura um grande tamanho, quer uma qualidade de imagem competente e procura manter o orçamento abaixo dos 800 euros.
Tome Nota TCL QLED 65C655 Pro X1 | €719 tcl.com/pt
Imagem Bom Brilho Bom Som Muito bom Conetividade Bom
Características Ecrã LCD QLED 65”, 3840×2160 p, 120 Hz (240 Hz em DLG), 600 nits máx. • Processador XR • HDR10+, HLG, Dolby Vision IQ • Som: 2x 15W + 20 W (Dolby Atmos, DTS Virtual X) • Wi-Fi 5, BT 5.0 • 2x USB-A, 1x HDMI 1.4, 1x HDMI 2.0, 1x HDMI 2.1 (VRR), RJ54 • Google Chromecast, Apple AirPlay e HomeKit • Software: Google TV (Android 12) • 189×115,5×37,4 cm • 35,8 kg
Os televisores OLED são os mais difíceis de analisar. Porque são os melhores. A qualidade de imagem, sobretudo com o estado atual da tecnologia, é tão boa que temos de andar a fazer o papel de picuinhas. E mesmo assim não é fácil! Sobre esta LG evo C4 aquilo que podemos dizer é que a qualidade de imagem é incrível – podem passar para a próxima análise… Brincadeiras à parte, é destes quatro novos modelos aquele que nos deu a melhor experiência de imagem.
Antes de entrarmos em detalhe sobre a qualidade de imagem, temos logo a gabar a funcionalidade que cria um perfil de imagem, de forma semi-automática, com base nos nossos gostos. Na prática, são-nos mostradas dezenas de imagens e temos de indicar aquelas que nos parecem melhores em termos de cor, saturação e temperatura. Mediante as nossas respostas, é criado um perfil que reflete essas características (no nosso caso, com o modo de cor equilibrado e tons mais frios, segundo a análise da LG). E tanto as cores como os brancos ficaram, de facto, exatamente como gostamos.
A partir daqui, o que se seguiu foi um verdadeiro arraial visual. Pretos? Perfeitos. Aliás, há um teste que fazemos nos televisores no qual o ecrã fica totalmente preenchido apenas por imagens de uma só cor (azul, amarelo, vermelho, etc) e quando chegou a parte do preto, é como se a luz tivesse ido abaixo, tamanho é o negrume deste OLED. Contrastes? Perfeitos. Não só há uma capacidade muito boa de iluminar pequenos pontos no ecrã (como edifícios com luzes à noite ou fogo de artifício), como há uma expressão muito boa dos contrastes em sombras, o que dá uma elevada sensação de textura às imagens. As cores são vibrantes, cheias de tonalidade, o que resulta em imagens de encher o olho, seja em vídeos feitos com GoPro vistos no YouTube ou então um videojogo altamente contrastante como é o caso de Cyberpunk 2077.
E até o nível de brilho é muito bom para aquilo que é habitual num OLED. Aliás, com pouca luz, se a cena que estiver a ver tiver muito brilho, torna-se até intenso para os olhos. O único elemento no qual podemos ser picuinhas é no facto de este televisor não ter o mesmo nível de brilho máximo dos QD-OLED. Mas a verdade é que o preço também está longe desses modelos (e para baixo, a favor do consumidor), pelo que estamos dispostos a abrir mão de algum brilho para pouparmos umas largas centenas de euros. E, claro, sofre de reflexos, mas esta é uma questão geral nos OLED e não específica deste modelo.
Uma última nota para os resultados muito bons do motor de movimento, que dá às imagens uma elevada fluidez, mesmo em movimentos mais rápidos.
Encontrar equilíbrio
Se na qualidade de imagem este é, garantidamente, um dos melhores televisores que pode comprar neste momento, fique a saber que vem bem acompanhado em termos sonoros. Aliás, esta é uma das grandes conclusões deste teste de grupo, finalmente os televisores apresentam sistemas de som sólidos o suficiente para garantir uma boa experiência sem obrigar a investimentos em equipamentos adicionais.
No caso deste LG evo C4, gostamos da boa amplitude do sistema de som, sendo capaz de reproduzir de forma positiva diferentes frequências, o que dá riqueza aos sons reproduzidos pelo televisor. Os graves têm alguma presença e os agudos são nítidos. Gostávamos de ter ouvido mais palco e clareza nas vozes, mas não é um elemento preocupante. Se quiser um pouco mais de projeção sonora, recomendamos o modo Cinema (que até usámos como predefinição). Já apesar do nome pomposo, recomendamos que fuja do modo de som por Inteligência Artificial, pois tira muita definição ao áudio.
No software, a LG mantém a aposta no seu icónico WebOS. No global, a experiência é muito boa, pois além de nos dar as principais aplicações de streaming de música e vídeo, dá-nos ainda uma interface que é rápida a responder aos nossos comandos. As aplicações são-nos apresentada numa longa fila de ícones e, em baixo, são-nos mostradas grelhas de conteúdos sugeridos das apps que temos instaladas. A navegação pode ser feita pelo tradicional botão direcional do comando ou então através do modo ‘varinha mágica’, que transforma o comando numa espécie de ‘rato’ para o televisor e nos permite movimentar de forma mais rápida pelo software.
A terminar, mais duas notas. Uma sobre o design do televisor. A LG continua a destacar a espessura finíssima dos painéis OLED, pelo que este modelo emana uma enorme elegância, com toda a tecnologia a estar comprimida na parte inferior da traseira do televisor. Apesar de nos dar um suporte de boa qualidade, em termos materiais, a verdade é que gostávamos de ver a opção para um suporte mais minimalista, nem que fosse nos OLED de tamanho mais pequeno (como este de 55”). Quanto à conectividade, temos o que consideramos serem as ligações principais, e em bom número, pelo que poderá ter vários equipamentos ligados em simultâneo e sem qualquer problema.
Chegados aqui, e considerando os muitos elogios que foram sendo tecidos ao televisor, seria de esperar um preço ‘impossível’. Mas não é o caso. Claro, não é um televisor que está acessível a todas as carteiras, mas considerando a realidade global do mercado e sobretudo a excelente qualidade de imagem, o preço parece-nos, no mínimo, justo. E também vale a pena sublinhar que apesar de este ser um televisor recente, já o encontramos em campanhas promocionais no qual custa 1299 euros – e com este valor, é uma recomendação instantânea.
Já aqui defendemos os OLED com unhas e dentes, mas se não puder investir nestes modelos, então a nossa recomendação seguinte é para que espreite os Mini LED. Como este Hisense. Não estando ao mesmo nível, dão-nos ainda assim uma experiência de visualização que partilha características importantes e sem obrigar a um investimento tão grande.
Os Mini LED, tal como o nome indica, usam LED muito mais pequenos para a iluminação das imagens. E isto permite ligar e apagar, com mais precisão, estes LED à medida que vão sendo necessários nas diferentes zonas do ecrã. O primeiro resultado prático disto é um maior nível de contraste, algo que este Hisense nos dá em boa qualidade. Os níveis de preto têm uma boa profundidade e dão uma maior sensação de imersão e de recorte aos elementos contrastantes do que por exemplos os televisores LED ou QLED. Já em imagens mais iluminadas, isto traduz-se numa maior capacidade de transição de cor, o que ajuda a dar alguma naturalidade aos vídeos, mas não aquele aspeto ‘aveludado’ dos OLED.
E já que referimos a naturalidade, é justo dizer que este é também o foco das cores deste televisor. Apresenta tonalidades fortes, mas não exageradas, o que torna imagens de paisagem, natureza e animais especialmente apelativas. A intensidade das cores vem também do bom nível de brilho deste painel, uma característica comum dos Mini LED (mas que, devemos sublinhar, não é dos mais brilhantes Mini LED que já testámos). Um elemento positivo que resulta da escolha deste painel é a uniformidade de brilho, cor e contraste por todo o ecrã, não havendo manchas estranhas de luz ou um efeito de sombreado saliente sobretudo quando temos o ecrã praticamente ‘pintado’ de branco. Em conclusão, se houvesse uma espécie de ranking considerando apenas a parte da qualidade de imagem, esta seria a nossa terceira opção dentro destes novos modelos que estão agora a chegar ao mercado.
Há, no entanto, reparos a fazer. O motor de fluidez deste televisor é algo inconsistente. Nalguns vídeos, a fluidez mostrou-se muito boa. Noutros, mostrou-se muito má (particularmente num clipe do filme Interstellar que está disponível no YouTube). As nossas suspeitas é que isto está, de alguma forma, ligado à interpretação automática que o televisor tenta fazer das imagens que estão a ser mostradas, o que nem sempre resulta. O nosso conselho é que desligue estes modos de adaptação aos conteúdos e que explore, caso a caso, os perfis de imagens disponíveis (o nosso preferido acabou por ser o HDR Dinâmico).
Um patamar abaixo
Se na imagem o desempenho deste Hisense é bastante sólido, o restante pacote não é tão convincente, sobretudo para o preço próximo dos mil euros.
No som, há presença de graves, mas são pouco contidos, o que lhe dá alguma indefinição. E, no global, consideramos que o som reproduzido por este televisor privilegia em demasia os agudos e é muito aberto, o que causa alguma estridência sobretudo em níveis de volume mais elevados.
A construção também podia ser mais aprimorada. A espessura ainda é bastante considerável (o que não torna este Hisense indicado para quem quer colocar o televisor na parede) e a base, apesar de parecer de metal, é uma simples tampa de plástico – o que é manifestamente pouco neste segmento. Por outro lado, uma nota positiva para o comando, comprido, de construção sólida, e que tem a particularidade de usar bateria, que tanto pode ser carregada por USB ou através do painel de energia solar integrado. Aqui, bem, a Hisense a ‘descomplicar’.
Por fim, o sistema operativo VidaaOS, que já é habitual encontrarmos nos televisores da marca. Tem o lado positivo de nos dar uma experiência moderna e bastante fluída, sendo rápido a responder aos nossos comandos, deste o arranque das aplicações ao ‘chamar’ dos menus para ajustar a imagem. Em termos de interface, segue a mesma lógica de outros software para televisores: há uma linha com as apps instaladas e depois grelhas com sugestões de conteúdos dessas apps. Mas continua sem ter algumas aplicações que consideramos importantes, como são os casos da Max, RTP Play e Spotify. Se prefere ou é subscritor do Netflix, Disney+, Amazon Prime ou Apple TV+, estes serviços estão disponíveis.
Considerando estes últimos elementos, este Hisense perde pontos na nossa classificação, apesar da boa qualidade de imagem que entrega. Isso, ou o preço tem de ser ajustado para enquadrar melhor a realidade global deste televisor.
Tome Nota Hisense Mini LED 55U7NQ | €929 hisense.pt
Imagem Muito bom Brilho Muito bom Som Satisfatório Conetividade Muito bom
Características Ecrã Mini LED 55”, 3840×2160 p, 144 Hz, 1300 nits máx. • Processador MT9618 • HDR10+, HLG, Dolby Vision IQ • Zonas de iluminação: 240 • Som: 2×10 + 20 W (Dolby Atmos) • Wi-Fi 5, BT 5.0 • 1x USB-A 2.0, 1xUSB-A 3.0, 4x HDMI 2.1 (VRR, ALLM), RJ54 • Software: VidaaOS U7.6 • 123,1×29,5×78,1 cm • 15,4 kg
A OpenAI está a desenvolver uma nova abordagem para os seus modelos de inteligência artificial. O projeto chega numa altura em que a empresa liderada por Sam Altman está focada em demonstrar que os seus modelos são capazes de capacidades de raciocínio avançadas
Um documento interno, a que a Reuters teve acesso, indica que as equipas internas da OpenAI já estão a trabalhar nele. A agência noticiosa avança que o documento, cuja data exata não conseguiu ser confirmada, demonstra como a empresa planeia usar o projeto para realizar tarefas de pesquisa. Ao que tudo indica, a forma como tudo funciona tem sido mantida sob segredo no seio da tecnológica.
O documento detalha um projeto que usa modelos Strawberry para gerar respostas aos pedidos dos utilizadores, além de planear e navegar online de forma autónoma e para ser capaz de realizar um tipo de tarefa que é descrita pela OpenAI como “pesquisa profunda”.
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O projeto Strawberry inclui uma forma especializada de “pós-treino” dos modelos de IA generativa da OpenAI. A técnica passa por adaptar os modelos base para aperfeiçoar o seu desempenho em áreas específicas depois de já ter sido treinado com dados mais gerais através de datasets de grande escala.
Nos últimos meses a empresa tem dado sinais a programadores e a entidades envolvidas de que está prestes a lançar uma tecnologia com capacidades de raciocínio significativamente mais avançadas.
Quando questionado acerca dos detalhes apresentados no documento, um porta-voz da OpenAI afirmou que a empresa ambiciona que os seus modelos “sejam capazes de ver e de compreender o mundo mais como nós”.
“A investigação contínua acerca das novas capacidades da IA é algo comum na indústria, com uma convicção comum de que estes sistemas vão melhorar as suas capacidades de raciocínio ao longo do tempo”, detalhou, no entanto, sem responder diretamente a questões sobre o projeto.
Segundo a agência noticiosa, o projeto Strawberry era anteriormente conhecido por Q* (ou Q-Star). Detalhes sobre a versão anterior foram conhecidos na altura em que a OpenAI enfrentou uma crise na sua liderança, durante a saída momentânea de Sam Altman do cargo de CEO.
Na altura, o Q* foi descrito como um avanço nas ambições da empresa relativamente ao desenvolvimento de sistemas com uma inteligência semelhante, ou mesmo superior, à dos humanos, também conhecida como IA Geral (ou AGI, na sigla em inglês).
Fontes internas indicam que, no início deste ano, foi dito a funcionários da OpenAI que demos do Q* eram capazes de dar resposta a questões complexas em áreas como ciência ou matemática, algo que ainda não é possível para os atuais modelos disponíveis comercialmente.
Já a Bloomberg avança que, numa recente reunião interna, a tecnológica terá feito uma demonstração de um projeto que afirma ter novas capacidades de raciocínio mais semelhantes às dos humanos.
Os detalhes acerca do projeto Strawberry surgem também numa altura em que a OpenAI enfrenta uma nova controvérsia. Em declarações ao The Washington Post, fontes internas, que optaram por manter o anonimato, afirmam que a empresa terá apressado a realização de testes de segurança para poder cumprir o prazo de lançamento do GPT-4o.
Vários funcionários, entre pessoas que já não fazem parte da OpenAI e outras que ainda permanecem nela, assinaram uma carta-aberta que exige à empresa que reforce as medidas de segurança no desenvolvimento das suas soluções, mas também a sua transparência.
Ainda em maio, Ilya Sutskever, cientista-chefe da OpenAI, deixou a empresa, dando início a um conjunto de acontecimentos que culminaram com a dissolução da anterior equipa de segurança.
Quer descentralizar circuitos, revitalizar territórios, ressuscitar património a sul? Sim, e mais do que isso. A FARRA (acrónimo de Festa da Arte em Rede na Região do Alentejo) vai dar visibilidade a discretas coleções privadas nacionais em coabitação com coleções públicas ou reconhecidas, como as da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), Centro de Arte Oliva, António Cachola ou Fundação Leal Rios. Obras das Coleções João Luís Traça (Lisboa), Figueiredo Ribeiro (Abrantes), Marin Gaspar (Alvito), Rialto 6/ Maria e Armando Cabral (Lisboa), entre outras, contribuem para uma malha expositiva com mais de 170 artistas, nacionais e estrangeiros, que faz redescobrir Elvas.
Projetos independentes como O Armário, Uma Certa Falta de Coerência ou a Associação Supermala também marcam presença. Este espírito colaborativo entre artistas, entidades e colecionadores fora ensaiado em 2022 com a exposição 15 Anos de MACE – Aqui Somos Rede. Agora, ganha amplitude.
Promovida pelo MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas (em parceria com a galeria Appleton, Centro de Arte Oliva e Córtex Frontal), a FARRA apresentará novas criações de Sandra Baía, Isabel Cordovil, Joana de Conceição, Eugénia Mussa, Odete, Mané Pacheco e António Poppe, terá “laboratórios de mediação” com DJ Marfox ou Alice Geirinhas e performances com Gisela Casimiro, Estrela Decadente, ou David Maranha e Manuel Mota. Uma “festa” que, diz a diretora artística Ana Cachola, quer ser “lugar de nascimento, lugar de resistência”.
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Tudo está bem quando acaba bem. No caso do futebol, está ainda melhor quando, como aconteceu ontem em Berlim, a melhor equipa da competição vence com mérito. Foi o que se passou com a Espanha, que venceu a Inglaterra por 2-1 na final do Euro 2024 disputado na Alemanha, tornando-se, assim, a única seleção do Velho Continente a sagrar-se por quatro ocasiões Campeã da Europa. Do outro lado, o país que ostenta com orgulho o estatuto de inventor do futebol e clamava, há décadas, que ele iria “regressar a casa”, perdeu, uma vez mais, numa final, tendo de continuar a contentar-se com o título mundial de 1966, conquistado depois de eliminar, nas meias-finais, o Portugal de Eusébio e companhia. Lá está, nestas coisas do futebol, as vitórias e os títulos não são para quem quer. São sobretudo para quem pode.
Foram as grandes atrações do Euro2024 e, na final frente à Inglaterra, encerraram a “brincadeira” com a justiça poética que mereceram desde o primeiro dia de prova. No recreio em que transformaram os relvados da Alemanha, os jovens Nico Williams e Lamine Yamal, 21 e 17 anos respetivamente, mandaram sempre na bola e voltaram a fazê-lo no jogo decisivo, com uma segunda parte fulgurante, de velocidade e criatividade, como se jogassem contra os colegas de escola e não frente à seleção mais valiosa da competição. 2-1 foi o resultado final, fixado a quatro minutos dos 90.
Depois de uma primeira metade sem história, com o único remate na direção das balizas a surgir já em tempo de compensação – “culpa” do inglês Phil Foden -, a Espanha regressou a todo o gás dos balneários, com os endiabrados Nico e Lamine a espalharem classe e vertigem. Após o golo inaugural, um minuto a seguir ao recomeço do jogo, numa assistência precisa do mais novo para o mais velho, finalizada com êxito ao primeiro toque, os espanhóis continuaram a carregar. De repente, os espaços que não se viram nos 45 minutos iniciais apareciam por todo o lado. Dani Olmo, outro rebelde da bola no pé, Morata e o próprio Nico, o MVP da final, estiveram perto do 2-0.
Só ao fim de 15 minutos a Inglaterra aliviou o sufoco, com as substituições operadas por Gareth Southgate. O selecionador britânico foi feliz em várias alterações efetuadas ao longo do torneio e a história repetiu-se na final. Três minutos depois de lançar Cole Palmer em campo, o esquerdino do Chelsea igualou a partida, com um excelente remate de fora da grande área (a bola ainda sofreu um ligeiro desvio em Zubimendi), a culminar uma transição ofensiva rápida pelo lado direito, que envolveu Bukayo Saka e Jude Bellingham. Este também já tinha ameaçado uns instantes antes, no primeiro sinal de reação após o golo espanhol.
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Demorou pouco o fulgor inglês, ainda assim. A seleção Roja voltaria a tomar conta do jogo, com Jordan Pickford a negar o golo a Lamine Yamal, ao minuto 82, num grande lance pelo eixo central protagonizado por Olmo e Nico. O guarda-redes inglês já não conseguiria desviar, quatro minutos volvidos, o remate certeiro do suplente Oyarzabal (tinha entrado para o lugar de Morata), na sequência de um cruzamento perfeito de Cucurella, que, para surpresa de muitos, roubou a titularidade de Grimaldo ao longo de todo o Europeu.
Até ao apito final, a Inglaterra ainda teria uma soberana oportunidade para tornar a igualar, mas Dani Olmo salvou o empate em cima da linha de baliza, e o troféu vai mesmo para Espanha, agora o único país tetracampeão europeu de futebol. Já a Inglaterra perdeu a segunda final consecutiva e continua sem o título europeu no palmarés.
Poucos minutos depois de uma última hora nos avisar que o candidato Trump tinha sido alvejado a tiro num comício na Pensilvânia, nos EUA, e de termos tirado por momentos os olhos do palco principal em que tocavam os Pearl Jam para sabermos pormenores da notícia, vemos Marcelo Rebelo de Sousa a romper por entre a multidão, a poucos metros do palco. Sim, o presidente da República estava no meio de nós, de 55 mil pessoas, seguido pelas câmaras da televisão e com uns discretos seguranças a protegê-lo.
“It was really your prime minister there?” Haveria de perguntar um colega jornalista com sotaque claramente britânico, já na sala de imprensa. “Não, era mesmo o Presidente”, corrigimo-lo, antes de brindarmos com uma imperial.
Mesmo sem saber de nada disto, Eddie Veder, o mítico vocalista da banda que fez esgotar os bilhetes em 24 horas logo em dezembro, quando o nome foi anunciado, põe-nos todos a cantar o Imagine, de Jonh Lennon, que, como se sabe, é um hino à paz. “É uma festival mágico!” diria sobre o NOS Alive, numa tentativa de falar português, com recurso a uma cábula, durante a sua atuação na noite de sábado.
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Por falar em paz, há cada vez mais pessoas nas plateias destes concertos festivaleiros que parecem estar em guerra com o mundo. Ou então estão apenas no lugar errado. São aquelas que permanecem todo o tempo quase imóveis, de braços cruzados, usando-os apenas para içar o telemóvel bem ao nível dos olhos dos outros para gravar músicas inteiras; são aqueles que se incomodam com alguém mais efusivo; são aqueles que quase nos exterminam se levam uma pisadela ou um encontrão no meio de uma dança. Felizmente, não são a totalidade das 165 mil pessoas que por aqui passaram durante três dias. Meus amigos, estar numa arena como o NOS Alive não é ir à Aula Magna. Gostamos de estar em ambos os locais, mas o comportamento é obrigatoriamente diferente.
Depois deste extensíssimo parêntesis, é importante anotar que o festival estará de volta em 2025, nos dias 11, 12 e 13 de julho. E Álvaro Covões, o número 1 da Everything is New, que há 16 anos organiza este acontecimento musical, prometeu continuar a cumprir com o “melhor cartaz de sempre”, desta vez assegurado por 129 atuações e 127 artistas. Para o ano, depois das obras no passeio marítimo de Algés até à foz do Jamor, o público estará mais perto do mar, segundo foi anunciado na conferência de imprensa de ontem, sábado, ao final do dia.