“Através de contribuições proporcionais, os aliados pretendem fornecer um mínimo de 40 mil milhões de euros em financiamento durante o próximo ano e fornecer níveis sustentáveis de assistência à segurança para que a Ucrânia tenha sucesso”, perante o invasor russo, lê-se na declaração dos líderes da NATO, reunidos esta semana em Washington, que salientam apoiar plenamente o direito da Ucrânia de escolher as suas próprias disposições de segurança e de decidir o seu futuro, livre de interferências externas.
Os chefes de Estado e de governo da Aliança Atlântica declararam ainda o apoio à Ucrânia no seu “caminho irreversível” rumo à integração na NATO, compromentendo-se a fazer o convite de adesão quando estiverem reunidas as condições.
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Basta observar a generalidade das pessoas nos transportes públicos para perceber que, independentemente das considerações que possamos fazer acerca do assunto, o livro já não ocupa o lugar primordial na transmissão de ideias que ocupou no passado. As crianças e os jovens de 2024 leem e aprendem de outras maneiras, e não só é natural que o façam como, em certo sentido, até é desejável, na medida em que isso significa que são crianças e jovens do seu tempo.
Apesar da predominância dos ecrãs, é surpreendente que, ainda assim, o livro continue a incomodar: enquanto objeto, mas também enquanto exercício da liberdade de escrever, de ler, de publicar e de comercializar. Não obstante o turbilhão de petabytes de informação – e também de lixo, como todos sabemos – que circula na internet e nas redes sociais, espanta que o livro continue a ser um alvo preferencial dos novos censores. 50 anos após o 25 de Abril, que acabou com o exame prévio da ditadura, quem são estes censores de 2024 e o que os move?
Os episódios já não são de agora e têm sido noticiados na imprensa, com maior ou menor profundidade. Há duas semanas, na Fnac do NorteShopping, a apresentação de O Avô Rui: O Senhor do Café foi boicotada por membros da associação Habeas Corpus e do partido de extrema-direita Ergue-te. Quando se preparava para falar sobre o livro, que é publicado pela Dom Quixote e que conta o percurso de vida do empresário Rui Nabeiro, Mariana Jones foi interrompida pelo antigo juiz Rui Fonseca e Castro, que preside a Habeas Corpus. A partir desse momento, a escritora – que tem sido ameaçada desde que, em outubro do ano passado, publicou outro livro, intitulado O Pedro Gosta do Afonso – não pôde mais falar e acabou por ser retirada da livraria por seguranças.
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Já no ano passado, outra escritora, Lúcia Vicente, havia sido insultada por causa de No Meu Bairro, um livro com 12 histórias sobre vários temas como a religião, o racismo, o bullying e a identidade de género. Publicado pela Nuvem de Letras, uma das chancelas para crianças do grupo editorial Penguin Random House, No Meu Bairro foi ainda apresentado na Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira e, desde então, o bibliotecário Sérgio Mangas também passou a ser um dos alvos do movimento.
A estratégia dos censores não tem variado muito. A ação costuma ser anunciada nas redes sociais e apresenta-se com um argumentário de que, supostamente, pretende proteger as crianças. De forma inflamada, instam-se os apoiantes à revolta, incentivam-se a vigilância e a participação. Os elementos do grupo deslocam-se depois ao local e, de megafone na mão, interrompem as sessões com perguntas intimidatórias. Os incidentes são filmados e, orgulhosamente, difundidos nas redes.
Em maio, Ana Rita Almeida publicou Mamã, Quero Ser um Menino! (Cordel D’Prata), sobre uma menina que não se identifica como menina, como o título indica. Durante a Feira do Livro de Lisboa, a autora participou numa sessão de autógrafos, onde foi fotografada por membros do grupo, que entretanto divulgou mensagens no Telegram com o seguinte teor: “É a mais recente terrorista LGBT, ao serviço da editora Cordel D’Prata, que é dirigida por um homossexual. Pedimos a todos vós que se mantenham atentos e que nos informem de eventos onde a jovem Ana Rita Almeida esteja presente”; “a Habeas Corpus marcará presença nos próximos eventos de Ana Rita Almeida com o intuito de questionar a escritora, sobre os motivos que a levaram a escrever um livro infantil com conteúdo homossexual”.
Esta semana, o assunto voltou a ser notícia porque mais de uma centena de agentes da Cultura, entre associações, editores e livreiros, escreveram às ministras da Justiça e da Administração Interna, pedindo que as autoridades ajam “com urgência em relação às queixas apresentadas”. Promovida pela Acesso Cultura, a carta solicita “medidas urgentes para impedir a continuação destes incidentes graves e para garantir a segurança e a liberdade de qualquer cidadã(o)”. “Não podemos deixar que a censura, a perseguição e a intimidação voltem a fazer sombra sobre livros, autores e leitores”, escrevem os subscritores de Pela Liberdade de Escrever, de Publicar, de Ler.
Há duas maneiras de olhar para estes episódios. Uma primeira, porventura mais ponderada, aconselha-nos a desvalorizar as ações: são perpetradas por uma minoria que, durante a pandemia, nos habituámos a designar de “chalupas”, por recusarem a vacinação e, em geral, as medidas de saúde pública. E uma segunda, vagamente inspirada no célebre poema de Bertolt Brecht: como não era comigo, não me importei. Um dia, quando me disser diretamente respeito, já será tarde.
Breviário
Discrição ou sobranceria
É verdade que a Justiça quer-se cega, mas, pelas declarações de Lucília Gago, à RTP, ficámos também a saber que o Ministério Público é mudo. Sobre o facto de, em seis anos de mandato, nunca ter concedido uma entrevista, a procuradora-geral da República disse: “Nunca tive o culto da imagem, não preciso de popularidade, de modo algum de estrelato.” Já suspeitávamos, mas esta semana confirmámos que a procuradora confunde questões de estilo com questões de personalidade: uma coisa é discrição, outra coisa é sobranceria.
Os resultados das marcas de luxo dispararam de forma estratosférica durante e após a pandemia, a refletir um aumento exponencial das vendas. Em 2023, o grupo LVMH, o maior conglomerado de marcas de luxo, ultrapassou a mítica marca dos €500 mil milhões em capitalização bolsista, enquanto o mercado dos carros neste segmento atingia os €566 mil milhões em vendas e o da hospitalidade registava €191 mil milhões.
Muitas casas como a Burberry, a Mulberry, a Richemont ou a Chanel decidiram fazer um movimento clássico nestas alturas: subir os preços, repetidamente, aproveitando o momento em que os consumidores estavam dispostos a gastar. A título de exemplo, algumas malas Chanel sofreram um aumento de 74% entre 2019 e 2023. Depois do Grande Confinamento, e graças a muitas poupanças acumuladas nessa altura, o preço das peças de alta relojoaria subiu, em média, 20%, com os consumidores a fazerem filas para ter os modelos mais desejados de cada marca e, muitas vezes, a venderem-nos em mercado paralelo.
No ano passado, os dados já mostravam um ligeiro abrandamento nas compras, o que muitos analistas adjetivaram de “normalização” do ritmo de consumo, após os picos provocados pelo fim dos confinamentos. Este ano, no entanto, as notas de análise são um pouco mais assertivas: o mercado do luxo pode estar a tornar-se demasiado caro até para quem tem muito dinheiro. Sinal disso é que marcas como a Burberry anunciaram recentemente uma redução considerável na sua estrutura de recursos humanos – cerca de 400 pessoas em 9 000 –, justificando a decisão com a quebra nas vendas.
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Também muitas marcas de moda independentes, como a britânica The Vampire’s Wife, a australiana Dion Lee ou a chinesa Calvin Luo, decidiram encerrar a sua operação no decorrer dos últimos meses, afirmando que não estavam a conseguir manter-se rentáveis.
A contribuir para este contexto tem estado não apenas a falta de dinheiro da classe média alta – os grandes consumidores de artigos de pele da LVMH, por exemplo –, mas também uma absurda subida dos preços de grande parte dos bens, sem uma contrapartida que os clientes considerem fazer sentido. É claro que há marcas que contrariam este movimento, como a Hermès (mas 200 anos de História garantem muita coisa) ou da Ferrari (que subiu os preços em troca de maiores personalizações e que mantém a oferta abaixo da procura), mas, na generalidade do mercado, os sinais não são otimistas. A verdade é que o conceito de luxo também se tem alterado profunda e rapidamente nos últimos anos, e agora não chega apenas ser caro. Porque ser caro já nem sequer garante exclusividade – muitos clientes de marcas históricas não querem comprar a mesma peça que um novo milionário da tecnologia. No mesmo sentido, os novos consumidores são particularmente exigentes no que concerne aos critérios de sustentabilidade e transparência dos produtos que consomem, o que atira as marcas que se focaram apenas no preço para um cenário muito complexo. Num mundo em que as desigualdades se acentuam cada vez mais, é certo que falar do mercado do luxo pode parecer meio distópico, mas não se engane, caro leitor. São muitas destas empresas que alimentam a restante economia. Além de que, inevitavelmente, nos fazem sonhar com bens ou serviços que, possivelmente, nunca poderemos adquirir. E sonhar – como verá numas páginas mais à frente – pode contribuir para a nossa felicidade.
Hoje é o dia mundial da População, celebrado nesta data desde 1990. Bom pretexto para se falar de um País envelhecido, com todas as complicações que daí advêm, tanto economicistas como sociais. Há o problema da sustentabilidade da segurança social (quem nos vai pagar a reforma?), o abandono dos mais velhos, que acabam a sofrer de solidão (que mata mais do que cigarros, já se sabe), assim como a perda de qualidade de vida que se vai adensando à medida que os anos passam, com sobrecarga evidente para um sistema nacional de saúde já por si a rebentar pelas costuras.
A realidade é que temos poucos bebés – o teste do pezinho revela menos nascimentos em Portugal, na primeira metade do ano, depois de dois anos a registar subidas pós-pandemia. Em comparação com os primeiros seis meses do ano passado, foram analisados menos 518 recém-nascidos. Num total de 41.284 bebés rastreados, Lisboa e Porto foram os distritos com mais registos. No extremo oposto, encontram-se Bragança, Portalegre, Guarda e Beja.
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1. Jazz na Esplanada, na Casa Fernando Pessoa em Lisboa
Na Casa Fernando Pessoa, a esplanada do restaurante Flagrante Delitro volta a receber concertos de jazz nas quintas de julho, a partir das 19 horas, programados pelo Hot Clube de Portugal. Tome nota da agenda dos duetos: Margarida Campelo e Bruno Santos (11 jul), Carlos Barretto e Ricardo Toscano (18 jul), Masha Soeiro e Taras Kuznetsov (25 jul). A entrada é livre. Casa Fernando Pessoa > R. Coelho da Rocha, 16, Campo de Ourique, Lisboa > T. 21 391 3270 > jul, qui 19h-20h > grátis > casafernandopessoa.pt
2. Somersby OutJazz, jardins e parques em Oeiras
Foto: DR
O festival que já nos habitou a ouvir jazz (e tembém soul e hip-hop), ao domingo nos jardins e parques de Oeiras continua em julho no Parque Urbano de Miraflores, antes de assentar arraias em agosto no Complexo Desportivo do Jamor e, finalmente, em setembro, nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal. A música começa a soar sempre a partir das 17 horas e até o sol se pôr.
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No Parque Urbano de Miraflores, atuam Rogério Francisco Quarteto e Dupplo (14 jul), Beat Collectors e Doni Kis (21 jul) e Álvaro Pinto Quartet e Helena Guedes (28 jul). No Complexo Desportivo do Jamor: Tinim e Yvu (4 ago), Marwan e Colorao Som Sistema (11 ago), Luís Vicente Trio e Ketzal (18 ago) e Duarte Ventura Quinteto e Hélder Russo (25 ago). A despedida do verão acontece nosJardins do Palácio Marquês de Pombal: Thyra e Hugo (1 set), Stealing Canvas e Zef (8 set), Bao Biao e Ninguém (15 set), Sade Lovers The Tribute e M.dusa (22 set), terminando com o quinteto de Francisco Nogueira e Kaspar (29 set). Parque Urbano de Miraflores (jul), Complexo Desportivo do Jamor (ago), Jardins do Palácio Marquês de Pombal (set) > dom, 17h > grátis
3. Jazz no Parque de Serralves, no Porto
Flora, o novo trio de Marcelo dos Reis, atua em Serralves. Em agosto vai até à aldeia do xisto de Gondramaz. Foto: José Cruzio
O segundo fim de semana do 33.º Jazz no Parque de Serralves, no Porto, conta com três concertos. Neste sábado, 13, às 17h, o trio The Selva (Ricardo Jacinto, Gonçalo Almeida e Nuno Morão) interpreta temas do seu mais recente disco, Camarão-Girafa, e às 18h30 será a vez de o novo trio de Marcelo dos Reis, Flora, mostrar como se inspirou no jazz dos anos 70 e no rock psicadélico mais progressivo. O festival termina no domingo, 14, às 18h30, com o argentino Demian Cabaud a apresentar o seu mais recente álbum, Árbol Adentro, que cruza folclore argentino, improviso e música de câmara. Parque de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > 13-14 jul, sáb 17h, 18h30, dom 18h30 > €12> bilhetes aqui
4. Julho é de Jazz, em Braga
Os três ultimos dias deste festival, que vai na décima edição, continuam a ter como palco a praça exterior do Gnration e o palco do Theatro Circo. Nesta quinta, 11, a pianista e compositora radicada em Berlim, Marie Krüttli, estreia em Portugal o seu novo trabalho acompanhada do baixista suiço Lukas Traxel e do baterista francês Gautier Garrigue. No dia seguinte, 12, no mesmo palco exterior, será a vez de se ouvir a guitarrista norueguesa Hedvig Mollestad e o seu trio (Ellen e Ivar) com influências que vão do rock de Jimi Hendrix ao jazz de John Coltrane.
O último dia do festival acontece na sala principal do Theatro Circo com o trio de Amaro Freitas, um dos nomes mais importantes do jazz brasileiro (aplaudido pelo New York Times), que surge acompanhado pelos músicos Aniel Someillan (contrabaixo) e François Morim (bateria), na interpretação de temas dos álbuns Sangue Negro, Rasif,Sankofa, além do novíssimo Y’Y. Gnration > Pça. Conde de Agrolongo, 123, Braga > T. 253 142 200 > 11-12 jul, qui-sex 21h30 > €9 > Theatro Circo > Av. da Liberdade, 697, Braga > T. 253 203 800 > 13 jul, sáb 21h30 > €12
5. Porta-Jazz ao Relento, no Porto
O projeto AXES, liderado pelo saxofonista João Mortágua atua no Porto e em Viseu. Foto: DR
Quatro dias, quatro concertos de apresentação de novos discos editados pela associação Porta-Jazz. De 18 a 21, sempre às 22 horas, a 14ª edição do festival Porta-Jazz ao Relento volta a levar música gratuita aos jardins do Palácio de Cristal. No primeiro dia, 18, o quarteto do contrabaixista Nuno Campos apresenta o seu segundo disco: Something to Believe In. No dia 19, será a vez de escutarmos o improvisador e guitarrista Mané Fernandes; seguindo-se o concerto do projeto AXES (20 jul), liderado pelo saxofonista João Mortágua que junta quatro saxofones, um contrabaixo e uma bateria. O Porta-Jazz ao Relento encerra com o lançamento do 107º disco do catálogo Porta-Jazz: o álbum de estreia do quarteto Godua, intitulado Stop, interpretado por quatro jovens músicos na nova geração do jazz português. Jardins do Palácio de Cristal, R. D. Manuel II, Porto > 18-21 jul, qui-dom 11h > grátis
6. Que Jazz é este?, em Viseu
Organizada pela Gira Sol Azul, a 12ª edição deste festival concentra a maior parte dos concertos de 18 a 21 de julho. Mas já neste sábado, 13, a Pousada de Viseu será o palco do concerto do contrabaixista espanhol Pedro Molina que apresenta o álbum À Procura. No mesmo dia, às 22h30, no âmbito do festival Tom de Festa, o coletivo Gira Sol Azul atua em Tondela com Lura como convidada (o concerto repete a 19 de julho, no Parque Aquilino Ribeiro, em Viseu).
O programa do festival continua com o sexteto de João Mortágua (18 jul, Parque Aquilino Ribeiro), Luís Vicente Trio (19 jul, Casa do Miradouro), a vocalista Sara Serpa e o guitarrista André Matos (20 jul, Casa do Miradouro), Maë Defays e o novo projeto A Deeper Ocean (20 jul, Parque Aquilino Ribeiro) e, entre outros, o primeiro trabalho discográfico de Joaquim Rodrigues, Plexus (21 jul, Museu Nacional Grão Vasco). Workshops e laboratórios de experimentação sonora incluem o festival. A entrada é livre, mas a organização apela a um donativo “consciente” (€5) a bem da cultura. vários locais em Viseu > até 21 jul > programação completa em quejazzeeste.com
7. Festival das Artes Quebra Jazz, em Coimbra
Mário Laginha e Pedro Burmester atuam no Anfiteatro Colina de Camões. Foto: Rita Carmo
Em julho e agosto, a 15ª edição do Festival das Artes Quebra Jazz vai dividir-se entre o Anfiteatro Colina de Camões, nos jardins da Quinta das Lágrimas, o Pátio da Inquisição e as Escadas do Quebra Costas (nestes dois últimos espaços com entrada gratuita). No programa, destaque para a atuação da dupla Mário Laginha e Pedro Burmester (18 jul, 21h, no Anfiteatro Colina de Camões) com o concerto Celebrar a Liberdade; ou a atuação da Orquestra de Jazz EACMC (20 jul, 18h, Pátio da Inquisição) sob a direção de Rui Lúcio.
Ainda em julho, no dia 26, às 22 horas, nas Escadas do Quebra Costas atuam o trio ZZAJ (Carlos Azevedo, Nelson Cascais e Paulo Bandeira). Em agosto, será a vez dos AP Quarteto (dias 2 e 3), Themandus (9 e 10 ago), Quarteto João Freitas (16 e 17 ago), Trio Paulo Santo (23 e 24 ago) e, a fechar, o Quarteto Miguel Valente (30 e 31 ago). Anfiteatro Colina de Camões, Quinta das Lágrimas > €25 > Inf. 91 8108232 > festivaldasartes.com
8. XJazz nas Aldeias do Xisto
Depois de os músicos John Scofield (guitarra) e Dave Holland (baixo) terem aberto as hostilidades na aldeia de Pedrógão Pequeno, Sertã, no último dia 7, a 14ª edição do XJazz continua com as residências artísticas da eslovena Petra Kapš na aldeia de Cerdeira, Lousã, (15 a 19), e da violinista portuguesa Maria do Mar em Barroca do Zêzere, Fundão (23 de julho a 2 de agosto), culminando com um concerto em data a definir. No dia 24 de agosto, será a vez do trio Flora, de Marcelo dos Reis, atuar na aldeia de Gondramaz (Miranda do Corvo). encerrando esta iniciativa da Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (ADXTUR) e do Jazz ao Centro Clube (JACC). Gondramaz, Miranda do Corvo > 24 ago, 21h30 >grátis
Em 26 anos, a promover a conservação dos oceanos (a joia da Expo’98 inaugurou a 22 de maio de 1998) e a funcionar 365 dias por ano, os números impressionam: 28 milhões de pessoas de todo o mundo já visitaram a casa de mais de 8 000 animais e plantas de 500 espécies, eleito três vezes o melhor aquário do mundo pelo Travellers’ Choice do Tripadvisor. A grande atração é o aquário central, com 5 milhões de litros de água salgada que recriam quatro habitats marinhos, entre águas temperadas, tropicais e frias. Se as lontra-marinhas (os únicos mamíferos no Oceanário de Lisboa) fazem as delícias, sugerimos começar a visita na exposição Florestas Submersas de Takashi Amano, um aquário composto por plantas aquáticas e mais de 10 mil peixes tropicais. Parque das Nações, Lisboa > seg-dom 10h-20h > €25, €15 (3-12 anos), grátis (0-2 anos), €17 (mais de 65 anos)
2. Aquário Vasco da Gama, em Lisboa
Foto: José Carlos Carvalho
Uma vénia ao museu-aquário mais antigo do mundo, em funcionamento, que soube renovar-se, atraindo novas gerações. Desde 2022, o Aquário Vasco da Gama está mais tecnológico, com uma Janela Virtual para o Oceano – é ver o entusiasmo das crianças com o chão interativo (permite chapinhar na água e ver tartarugas a multiplicarem-se, assim que se pisa numa delas) e a parede digital de 20 metros quadrados, um megaecrã tátil interativo que recria o fundo do mar em vários cenários 3D. Tem também novos painéis informativos, alguns com QR Code para se poder ouvir os sons dos peixes, e entre os 19 aquários está uma fábrica de plâncton que alimenta parte das espécies que aqui vivem. Subindo ao primeiro andar, o Salão Nobre é como um gabinete de curiosidades, com exemplares de espécies extintas; já a Biblioteca do Rei guarda parte dos volumes da biblioteca científica do rei D. Carlos, bem como diários de bordo, manuscritos e ilustrações das suas 12 expedições oceanográficas, que dariam origem a esta casa de ciência inaugurada em 1898. R. Direita do Dafundo, Algés, Oeiras > T. 21 420 5000 > seg-dom 10h-18h (última entrada 17h30) > €6, €3 (4-12 anos), grátis (0-3 anos), €15 (2 adultos + 2 crianças)
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3. Sea Life, no Porto
A tartaruga Mariza (155 quilos) e os pinguins-de-humboldt são algumas das 110 espécies do Sea Life. Fotos: Lucília Monteiro
Aberto há 15 anos, o Sea Life tem 33 aquários com mais de três mil animais de 110 espécies diferentes, onde constam os oito pinguins-de-humboldt ou os tubarão-zebra, a grande raia uge-americana e a tartaruga Mariza no aquário central. De algumas semanas para cá, há uma novidade: 15 espécies de corais em risco de extinção (Acropora, Lobophytum, Palythoa, Rhodactis ou Sinularia), que crescem agora numa maternidade, um pequeno mas muito colorido aquário semelhante a um laboratório.
A nova maternidade de corais. Foto: Lucília Monteiro
“Os corais alimentam-se de plâncton. Costumamos explicar às crianças que é como se fossem algas ou peixinhos minúsculos que existem na água e ninguém os vê. Como são animais filtradores, a água passa por eles e assim retêm a comida”, explica a bióloga Ana Ferreira, sobre o mais rico de todos os habitats marinhos. Cerca de 25% dos peixes de mar dependem de recifes de coral saudáveis para se alimentarem, resguardarem e reproduzirem, estando, contudo, ameaçados devido às alterações climáticas e ao aumento da temperatura da água dos oceanos. Esta maternidade, com “corais muito jovens, o que vai permitir que se vão adaptando ao espaço”, replica um habitat semelhante ao do mar tropical, com água salgada a cerca de 25 graus de temperatura. 1ª Rua Particular do Castelo do Queijo, Porto > T. 22 619 0400 > seg-dom 10h-18h > €17,95, €12,95 (2-12 anos), grátis (até aos 2 anos), €29,95 (inclui alimentação da tartaruga Mariza)
4. Estação Litoral da Aguda, Vila Nova de Gaia
Quinze aquários mostram a fauna e a flora desta zona do Atlântico, sobretudo peixes e invertebrados marinhos (cerca de mil, de 60 espécies). A exposição inicia com as poças de maré, continua pelas zonas rochosas, com fanecas, douradas e moreias, a seguir um pequeno recife artificial onde mora o peixe-porco, a raia ou o pregado, e termina com o lavagante e, entre outros, a lagosta. O museu das pescas completa esta estrutura educativa e científica. Praia da Aguda, Arcozelo, Vila Nova de Gaia > T. 22 753 6360 > seg-dom 10h-13h, 14h-19h > €5, €4 (12-18 anos), €3 (4-11 anos), grátis (0-3 anos)
5. Aquamuseu do Rio Minho, em Vila Nova de Cerveira
Em nove aquários simula-se a descida do rio Minho, desde a nascente, em Lugo, Espanha, até à foz, em Caminha, incluindo afluentes. Entre a zona alta, média e baixa do rio, a fronteira portuguesa, o estuário, os banhos de areia, o sapal ou a poça de maré dá-se a conhecer peixes migradores, como o salmão e a lampreia, espécies de água doce, como o ruivaco e o pimpão, tainhas, solhas, peixe-rei, robalos e sargos. Parque de Lazer do Castelinho, Vila Nova de Cerveira > T. 251 708 026 > ter-dom 10h-12h30, 14h-18h > €2, 0,50 (5-18 anos), grátis (0-4 anos)
6. Fluviário de Mora
Foto: DR
Neste aquário de água doce, os painéis interativos mostram que, afinal, os peixes produzem sons e comunicam. Em seis galerias expositivas, reúne as espécies de peixes existentes nos rios portugueses e outros exemplares exóticos, oriundos da bacia amazónica e dos lagos africanos do Vale do Rift. Na zona exterior, sobre o lago povoado com rãs, libelinhas e cobras-de-água, há uma ponte com vista para os dois lontrários, com exemplares da lontra-de-garras-pequenas e da lontra-europeia – são alimentadas às 12h45 e às 16h40. O fluviário está inserido no Parque Ecológico do Gameiro, com praia fluvial, parque de merendas e um passadiço. Cabeção, Mora > T. 266 448 130 > seg-dom 10h-18h30 > €7, €4,50 (3-12 anos), grátis (até aos 2 anos), €5 (mais de 65 anos)
7. Aquário da Madeira
Instalado no Forte de São João Baptista, em Porto Moniz, foi inaugurado em 2005 com o objetivo de preservar e dar a conhecer a biodiversidade dos mares do arquipélago da Madeira, convivendo aqui mais de 90 espécies autóctones, distribuídas por 12 tanques de exposição – o maior deles com cerca de 500 mil litros de água salgada. Junto ao aquário ficam as piscinas naturais do Cachalote. R. do Forte de São João Baptista, 7A, Porto Moniz > T. 291 850 340 > seg-dom 10h-18h > €7, €4 (5-14 anos), grátis (até aos 4 anos)
A Autoridade Marítima Nacional (AMN) anunciou, esta quarta-feira, ter encontrado os corpos dos três pescadores, que ainda se encontravam desaparecidos, na sequência do naufrágio, que ocorreu na passada quarta-feira, dia 3, ao largo de São Pedro de Moel, município da Marinha Grande.
A traineira “Virgem Dolorosa” tinha saído, na noite anterior, do porto da Figueira da Foz, para mais uma maratona de pesca, com 17 tripulantes a bordo (15 portugueses e dois indonésios). O peixe já teria sido recolhido, quando, de madrugada, e por razões ainda por apurar, a embarcação afundou.
Dado o alerta, acorreram, de imediato, ao local, quatro barcos de pesca, que se encontravam nas proximidades. 11 tripulantes foram resgatados (nove portugueses e dois indonésios). Os corpos sem vida de três pescadores seriam encontrados minutos depois pelos meios de socorro. Os cadáveres dos restantes pescadores foram hoje encontrados.
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A confirmação, em comunicado, foi dada pela AMN. “O corpos de três homens, ao que tudo indica serem dos três desaparecidos da embarcação de pesca que naufragou no passado dia 3 de julho, foram esta manhã, 10 de julho, encontrados por debaixo de diversas dornas (recipiente de grandes dimensões), que se encontravam no convés da embarcação naufragada, ao largo da praia do Samouco, no concelho da Marinha Grande”, lê-se no site.