A “imigração descontrolada” é a expressão que André Ventura quer pôr no centro do debate político e mediático. O método é apresentar uma proposta de referendo a quotas de imigração como moeda de troca para viabilizar o Orçamento do Estado e anunciar uma manifestação em Lisboa para o dia 21 de setembro.

O líder do Chega começou por anunciar que ia avançar com a apresentação de uma proposta de referendo no Parlamento em setembro, explicando, em declarações ao Expresso, que este seria “mais um elemento nas negociações” com o Governo para viabilizar o Orçamento. Segundo disse ao semanário, Ventura considerava “importante” a posição de Luís Montenegro face a esta proposta, mas não fazia depender da sua viabilização o voto a favor do Orçamento, que é obrigatório para que o País não entre em duodécimos ou viva uma nova crise política. As declarações foram feitas no fim-de-semana.

Três dias depois, Ventura deu uma conferência de imprensa para anunciar que o Chega tem três exigências “incontornáveis” para aprovar o Orçamento do Estado para 2025. À cabeça destas exigências está o referendo sobre a imigração. Mas há mais duas, sempre dentro do mesmo tema: o Chega exige o reforço das verbas para o controlo fronteiriço em Portugal e a revisão dos programas de apoios e de subsídios a imigrantes e refugiados.

Mesmo usando a expressão “incontornáveis” para se referir às propostas, não é líquido que, sem todas elas aprovadas, o Chega vote contra o Orçamento. Recorde-se que, no dia a seguir às eleições, Ventura exigia fazer parte da solução de Governo para viabilizar Orçamentos do Estado. Nessa altura, Ventura explicava que queria um acordo com a AD de “convergência de decisões quanto à composição do Governo, ao que será o Governo, às medidas principais e aos objetivos que queremos alcançar”. Essa reivindicação já caiu pelo caminho.

Discriminação negativa de imigrantes proposta por Passos foi chumbada pelo TC em 2015

Dentro deste espírito de retirada de direitos aos imigrantes, André Ventura tem uma proposta semelhante a outra que já foi chumbada pelo Tribunal Constitucional (TC).

Ventura quer que os imigrantes só tenham direito a prestações sociais após cinco anos a descontar para a Segurança Social portuguesa. Ou seja, um imigrante ficaria obrigado ter cinco anos de descontos para conseguir ter licença de parentalidade, baixa por doença ou subsídio de desemprego. Muito mais do que é exigido aos cidadãos nacionais para ter acesso às mesmas prestações sociais.

Ora, já existe jurisprudência no TC, segundo a qual “à luz do princípio geral da igualdade perante a lei, ninguém pode ser prejudicado ou privado de qualquer direito, nomeadamente em razão do território de origem”.

Em 2015, o Tribunal Constitucional travou uma alteração à Lei de Bases da Segurança Social feita pelo Governo de Pedro Passos Coelho, que determinava que os imigrantes tinham de estar legais durante três anos antes de poderem aceder ao rendimento social de inserção.

O que é que Ventura quer perguntar aos portugueses?

Segundo André Ventura, o referendo devia ter duas perguntas. Uma sobre se os eleitores querem controlar a entrada de imigrantes anualmente e outra para perceber a adesão dos votantes à restrição da entrada de imigrantes por quotas.

Ventura fez saber que vai dar nota dessas exigências em matéria de política de imigração durante as reuniões de negociação do Orçamento do Estado que o Governo prometeu para setembro.

O silêncio do PSD e o que diz o Governo sobre as quotas

Para já, Governo e PSD não comentam as pretensões do Chega em relação ao referendo. Mas o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já tinha feito saber que o Executivo não tem em vista a criação de um regime de quotas para a imigração, embora admita que a atribuição de vistos possa ser condicionada pelas necessidades de mão de obra, não sendo muito claro como funcionaria esse método.

“Nunca defendemos a introdução de quotas, mas o estabelecimento de objetivos quantitativos, não na ótica de portas fechadas, mas na atração proativa de talento. Falamos no plano em lista de necessidades laborais, que é uma linguagem que não pode ser manipulada para querer parecer outra coisa”, dizia Leitão Amaro em entrevista ao Expresso em junho.

A última palavra é de Marcelo

Mas mesmo que o Governo aceite viabilizar no Parlamento a iniciativa do Chega, só haverá referendo com o aval do Presidente da República.

Segundo o artigo 36.º da Lei Orgânica do Regime de Referendo, “se o Presidente da República tomar a decisão de não convocar o referendo, comunica-a à Assembleia da República, em mensagem fundamentada, ou ao Governo, por escrito de que conste o sentido da recusa” e “a proposta de referendo da Assembleia da República recusada pelo Presidente da República não pode ser renovada na mesma sessão legislativa”.

Palavras-chave:

No Irão, médicos locais revelaram um caso raro que envolve um homem de 31 anos que teve uma alteração na visão após um orgasmo. De acordo com o relato, logo após o clímax, o homem notou que a visão mudou drasticamente, tornando-se mais nítida e dominada por tonalidades cor de rosa.

O paciente descreveu a experiência, contando que teve uma “visão de alto contraste com uma cor rosa dominante em todos os lugares”. Os médicos diagnosticaram esta condição como uma forma única de sinestesia — um fenómeno neurológico em que os sentidos conjugam-se de maneiras incomuns, avança o website Interesting Engineering.

Sabe o que é a sinestesia?

A sinestesia é uma condição em que uma estimulação em apenas um sentido provoca automaticamente uma resposta noutro sentido e estima-se que afete entre 1% a 4% da população,. Embora existam mais de 100 tipos diferentes de sinestesia, o mais comum envolve a associação de cores com letras, números ou períodos de tempo, como dias da semana ou meses.

No entanto, a manifestação específica da sinestesia deste homem é rara. Segundo um estudo citado no livro Synesthesia: Perspectives From Cognitive Neuroscience, apenas 1,2% das pessoas com sinestesia relatam mudanças visuais de cor durante o orgasmo.

O homem também explicou que teve uma experiência idêntica na infância durante alguns episódios de dor intensa no peito devido a uma doença cardíaca. O iraniano descreveu que, naqueles momentos de dor, tinha uma visão “branca”, uma sensação que desapareceu na vida adulta quando a doença cardíaca foi tratada.

Este é um caso muito raro de sinestesia, em que tanto o prazer como a dor são percecionados através de cores, e que prova o quão complexo é o cérebro humano e como existem várias formas dos sentidos manifestarem-se.

O Verão é, para muitos, sinónimo de férias, mas o mundo do cibercrime está sempre à ‘espreita’ e em busca de novas oportunidades para atacar. Para as empresas, baixar a guarda é impensável, porém, durante o período de férias e com equipas reduzidas, dar conta dos desafios na cibersegurança torna-se mais complicado. Fora do escritório, há também comportamentos que, embora pareçam inofensivos, podem abrir brechas na estratégia de defesa e, no pior dos cenários, pôr em causa a segurança de toda a operação. 

“As empresas podem criar as suas proteções todas, mas depois, a conduta de cada um de nós pode fazer com que grande parte dessas proteções venha a ser absolutamente inútil”, explica José Eduardo Fonseca, Diretor da Kyndryl em Portugal, em entrevista à Exame Informática

Para quem usa o seu smartphone ou computador pessoal como ferramenta de trabalho, ou para quem leva dispositivos corporativos em viagens, a ‘tentação’ de ligar a redes Wi-Fi públicas em hotéis, cafés ou restaurantes é grande. Mas, como relembra o responsável, essas redes são abertas e nem sempre há o cuidado de usar ferramentas como VPNs para aceder a dados mais sensíveis. 

Aceder a informação sensível em público, como dar uma última vista de olhos a um plano importante ou abrir uma conversa acerca de um projeto ainda em desenvolvimento, sem ter em conta a presença de olhares indiscretos também traz riscos acrescidos. Pior ainda quando se deixam os equipamentos sozinhos, com um momento de distração a poder resultar, por exemplo, em roubo. 

E para quem opta por ficar em casa? “Este problema em casa não é mais grave do que aquele que temos com o trabalho remoto”, afirma José Eduardo Fonseca. “Utilizamos a rede da nossa casa e, entretanto, temos filhos e pessoas a partilhar a mesma rede com equipamentos que não estão devidamente protegidos e com uma utilização não protegida”, abrindo-se assim mais uma porta para a atuação dos cibercriminosos. 

“Se as pessoas adotarem comportamentos mais desadequados – no fundo, se baixarem a guarda – aumenta a possibilidade de criar portas de entrada”, realça o responsável. A dificuldade em fechar essas portas rapidamente pode ser maior quando as empresas têm menos recursos disponíveis para tal. 

Menos recursos, mais problemas

José Eduardo Fonseca explica que, durante o período de férias e, com menos colaboradores disponíveis, “a deteção e recuperação pode ser um pouco mais demorada”, algo que “acontece muito quando as empresas têm os seus serviços in-house”. Além disso, “como as equipas estão de férias, não estão a aplicar as atualizações do software e qualquer vulnerabilidade que exista está ‘explorável’ durante mais tempo”. 

Mas não é só a capacidade de monitorização que é afetada: há “menos capacidade para atuar, menos capacidade para responder a uma situação antes que ela se torne grave e menos capacidade para retomar as operações no caso de uma situação grave”. 

É aqui onde empresas como a Kyndryl podem ajudar a colmatar lacunas, defende o responsável. “A Kyndryl tem uma experiência muito grande e de muitos anos a trabalhar, principalmente, com clientes e com empresas que têm IPs de elevada complexidade e na gestão de ambientes críticos”, indica. 

“Utilizando a nossa experiência podemos ajudar com técnicos para implementar planos de atividade adequados; planos de recuperação, planos de defesa, de acesso às tecnologias existentes para os processos sejam ajustados se for necessário”, sem esquecer, claro, “explicar aos clientes que é super importante terem capacidades in-house”, afirma, embora reconheça que, “na questão do talento, se é cada vez mais difícil conseguir trazê-lo para dentro de casa, é dificílimo mantê-lo”.

Ter uma estratégia é fundamental 

Embora serviços como os que são prestados por empresas como a Kyndryl possam ajudar a colmatar lacunas, a estratégia de cibersegurança é uma área que não pode ser descurada pelas organizações. “Devem ter todas uma estratégia de cibersegurança – um plano de ‘ataque’ às questões de segurança”, afirma José Eduardo Fonseca.

Nesse sentido, a formação dos funcionários é fundamental, sendo uma questão que precisa de estar em constante atualização, “porque há novas tendências e nós temos de aprender a reagir ou saber como não reagir a algumas coisas que nos aparecem à frente”.

Um profissional não conhecedor pode pôr em causa a melhor estratégia de cibersegurança que uma empresa pode ter e os milhões gastos na sua proteção podem ser completamente ignorados por causa de um comportamento.

José Eduardo Fonseca, Diretor da Kyndryl em Portugal

Da estratégia devem constar mecanismos de proteção contra ameaças, sejam eles mais simples ou mais sofisticados, assim como “deteção e monitorização constante, com testes de penetração e análise de vulnerabilidades” feitos com regularidade para corrigir eventuais falhas que necessitem de atenção.

A par da prevenção, a recuperação assume também grande relevância para a estratégia a delinear pelas empresas. O responsável explica que nos casos de ransomware é frequente que os atacantes fiquem cerca de 180 dias ‘escondidos’ nos sistemas até que o ataque seja visível. Durante estes seis meses, os cibercriminosos estão a “minar, a destruir e a minimizar a capacidade de recuperação”. “Se a organização não conseguir recuperar, a probabilidade de ceder ao resgate aumenta”, realça.

Além de cópias imutáveis, com dados importantes salvaguardados, é necessário ter um Minimal Viable Company (MVC), ou seja, “qual é que é o mínimo do mínimo dos sistemas que possam estar operáveis para que a empresa possa continuar a operar?”. A ssegurar que há um MVC envolve todo um trabalho de análise e preparação e, “quanto mais depressa [uma empresa] terminar esse trabalho, mais depressa é possível ter cópias imutáveis e mais depressa se reduz o nível de exposição para a recuperação”. 

Por fim, de nada serve ter uma estratégia ‘no papel’ sem a ter testado ou discutido, sobretudo quando consideramos que, no momento em que é descoberto um ciberataque, o pânico instala-se: “são as pessoas a verem, de repente, o mundo a fugir-lhes por baixo dos pés e isso transforma as coisas em algo extraordinariamente complicado”.

Vestida de vermelho, branco e azul – as cores da bandeira americana – e acompanhada pela legenda “Taylor Swift quer que votes em Donald Trump”, a cantora pop protagonizou uma série de imagens criadas por Inteligência Artificial, em que alegadamente manifestava o seu apoio à campanha do republicano para um regresso à Casa Branca. As imagens falsas circularam pelas redes sociais no passado fim de semana, depois de o ex-presidente dos Estados Unidos ter partilhado uma montagem de imagens e fotografias através da sua conta pessoal na rede social Truth Social, com as palavras “Eu aceito”, reconhecendo o suposto apoio da cantora norte-americana.

Da montagem constam ainda fotografias de mulheres jovens vestidas com T-shirts onde se pode ler o slogan “Swifties for Trump” (Swifties é o termo pelo qual são conhecidos os fãs da cantora pop) bem como recortes de um artigo intitulado “Swifties Turning to Trump After ISIS Foiled Taylor Swift Concert” – em tradução livre, “Swifties viram-se para Trump após ataque de Estado Islâmico ter obrigado a cancelar o concerto de Taylor Swift”, numa referência à tentativa de ataque recente aos concertos da artista em Viena, na Áustria.  

Pelas redes sociais, vários fãs da artista criticam a publicação de Trump, referindo que a maioria das imagens não passam de “deepfakes”, ou seja, imagens geradas através da utilização de Inteligência Artificial. Já segundo o The Washington Post, apesar de a maioria das imagens ser, de facto, produto de IA, a segunda fotografia é verdadeira e foi tirada num comício republicano.

Apesar de ainda não ter demonstrado publicamente o seu apoio a nenhum dos candidatos à liderança dos Estados Unidos – de onde é natural – a cantora fez notar, no passado, não estar ao lado do republicano. Nas últimas eleições, em 2020, a artista – que atuou em Portugal em maio deste ano – declarou o seu apoio aos democratas Joe Biden e a Kamala Harris, tendo sido muito crítica das políticas de Donald Trump.

“O desmantelamento calculado de Trump da USPS prova claramente uma coisa: Ele está BEM CIENTE de que não o queremos como nosso presidente. Optou por fazer batota descaradamente e pôr em risco a vida de milhões de americanos num esforço para se manter no poder. A liderança ineficaz de Donald Trump agravou gravemente a crise em que nos encontramos e ele está agora a aproveitar-se dela para subverter e destruir o nosso direito de votar e de votar em segurança”, afirmou a cantora numa série de publicações na rede social X sobre as eleições de 2020.

“Swifties for Trump é um movimento massivo que cresce a cada dia que passa”, referiu Steven Cheung, porta-voz da campanha do republicano, quando questionado sobre a partilha das imagens falsas.

Numa altura em que os Democratas estão reunidos na Convenção do partido, em Chicago, e se preparam para confirmar a candidatura de Kamala Harris à Casa Branca, a campanha de Donald Trump continua a tentar mitigar o impacto que a desistência de Joe Biden provocou na sua estratégia. O recurso à desinformação já se tornou uma imagem de marca dos Republicanos liderados por Trump, que possivelmente deverá acentuar-se à medida que se aproximam as eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro. Até lá, Donald Trump deverá enfrentar Kamala Harris em debates presidenciais, estando o primeiro agendado para dia 10 de setembro. A campanha republicana também já referiu que Kamala se terá recusado a participar num debate sugerido pelo candidato Trump a ocorrer na Fox News, mas a campanha democrata garante que qualquer aceitação da atual vice-presidente para participar em debates só depende da confirmação de Donald Trump de que estará presente no debate de dia 10de setembro.

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Quando quisermos estar sentados num cadeirão e à sombra, tomar uma bebida fresca ao som de boa música, fazer uma refeição gulosa ou, simplesmente, olhar para as paredes – e estas têm arte urbana impressa –, o Mirari é o lugar certo. Fique surpreso, admire primeiro e deixe-se maravilhar depois, tal como diz, em latim, o significado da palavra mirari.

Onde a freguesia da Estrela acaba e a de Alcântara começa, pelo menos na nossa bússola alfacinha, funcionou, na segunda metade do século XIX, a Fábrica Sol da CUF – Companhia União Fabril, onde se faziam sabões e sabonetes, velas de estearina, óleos (palmiste, linhaça, purgueira, amendoim e rícino), adubos e coconote para a engorda de animais.

O potencial desta fábrica, abandonada e em muito mau estado, atraiu uma mão-cheia de investidores ligados a negócios de arte, hotelaria e restauração, música, marketing e produção de eventos: os franceses Louis Bayle, Marc-Antoine Schaetz, Paul Cukierman e Tolga Fidan (de origem turca) e a luso-brasileira Marina Mendes.

Na ruína de uma antiga fábrica, nasceu um pop-up cultural e espontâneo, como existem em tantas capitais europeias. Foto: DR

Nos cerca de 1500 metros quadrados do Mirari, que na verdade funciona a céu aberto, aproveitando o amplo logradouro da antiga fábrica, há espaço para a cultura e o convívio, instalações de arte, festas e uma praça de restauração com food trucks de muitas comidas apetitosas.

“É um pop up cultural e espontâneo, como tantos que existem espalhados pelas grandes capitais europeias”, descreve o gerente Rodrigo Vasconcelos enquanto nos guia numa visita a meio da tarde. Para dinamizar o local, em funcionamento em horário contínuo, a agenda do Mirari prima pela diversidade, conseguindo assim atrair vários géneros de público. Misturar nómadas digitais, portugueses e estrangeiros, DJ e artesãos, famílias e artistas é uma realidade no Mirari.

A cada dia uma festa

As quartas estão programadas para algo inusitado. Além do mercado noturno (21 de agosto, das 16 às 23 horas), com bancas de arte, moda de autor mais sofisticada, seleção vintage, discos de vinil, gastronomia e DJ, realizam-se torneios abertos de petanca, a partir das cinco, num recanto para o jogo, com bolas de origem provençal.

Do mercado noturno às festas com música, há muita animação para escolher. Foto: DR

A música é uma constante e enquanto as quintas dão palco a novos artistas, às sextas convidam-se DJ para sets animados.

Em agosto, os domingos ganham vida com o mercado local (consultar datas) encontrando-se à venda artesanato, roupa de pequenas marcas, discos, artigos vintage ou em segunda mão, e os sons do Brasil com a Roda de Samba (dia 25) a pôr toda a gente a dançar.

O mais natural é que pelo meio lhe possa cheirar a pizza acabadinha de sair do forno – são as da La Matta, pequena sucursal da pizzaria no bairro da Graça. Os hambúrgueres espalmados, ou melhor as almôndegas prensadas do Stack Smash Burgers, que em breve terão uma nova casa nos Anjos, também têm dado que falar.

Mais internacionais são os sabores do Médio Oriente nas Bruxas, com húmus e couve-flor (ou com carne de vaca ou frango), shakshuka (ovos e tomate), malabi (pudim), pão pita; os crepes franceses doces ou salgados no Crêpe o’Clock; a Grécia no Gyra-Sol e os wraps mais fofos, mais grossos; e a sedução italiana dos panini do Serafini.

O grande balcão do bar reserva ainda lugar para uma estação de açaí e os gelados portugueses da La Paleta, picolés de fruta fresca, além de cocktails originais.

Os hambúrgueres espalmados do Stack Smash Burgers também têm dado que falar. Foto: DR

Próxima do portão de entrada, a concept-store Trippy Zipper junta moda contemporânea, cerâmica e plantas, iluminação e mobiliário restaurado da Trópico Interiors.

Sentados junto ao bar, perto de uma das food trucks ou num recanto mais sossegado é impossível não reparar nas paredes ilustradas, nos murais de artistas internacionais como Kouka Ntadi, Kampus e Kraken, a instalação de Mina Mohseni, produzida pelo Studio Maotik, e do português Rodrigo Matta, com várias pranchas da sua banda desenhada.

Em breve, irão também organizar noites de cinema e, como nos diz Rodrigo Vasconcelos, “podemos criar mais e crescer.” Aberto há um ano, sabemos que o Mirari é um projeto efémero, mas a boa notícia é que não se sabe a data do fim.

Mirari > Av. 24 de Julho, 170, Lisboa > seg, qua-qui 16h-23h, sex-dom 12h-23h, praça da restauração a partir 12h

A investigação foi conduzida por uma equipa de investigadores da Universidade de Medicina de Stanford, no estado norte-americano da Califórnia, e sugere que o organismo dos Humanos sofre mudanças drásticas no número de moléculas e microrganismos que levam a um envelhecimento súbito em duas fases vida: aos 44 e aos 60 anos.

“Não só mudamos gradualmente ao longo do tempo, como há mudanças realmente drásticas. Acontece que em redor dos 40 anos é uma época de mudanças drásticas, tal como o início dos 60 anos”, referiu Michael Snyder, um dos autores do estudo. O estudo foi publicado na revista Nature Aging.

As conclusões do estudo indicam ainda que o processo de envelhecimento não é algo lento, constante e linear como se pensava anteriormente, o que pode ajudar a explicar o surgimento de alguns problemas de saúde em determinadas idades, incluindo problemas músculo-esqueléticos e doenças cardiovasculares.

Nesta investigação, os cientistas recorream a uma amostra de 135 mil moléculas diferentes – pertencentes a 108 pessoas com idades entre os 25 e os 75 anos – recolhidas ao longo de vários anos, de forma a acompanhar a evolução das células e a compreender melhor a biologia do envelhecimento. Entre as milhares de moléculas analisadas estavam incluídas RNA (ácido ribonucléico), proteínas e metabólitos, bem como microbiomas que iam desde as bactérias, a vírus e fungos que vivem no interior do corpo e pele. “O estudo acompanhou 108 voluntários, que enviaram amostras de sangue e fezes, bem como amostras de pele, orais e nasais, de poucos em poucos meses, entre um e quase sete anos”, lê-se no estudo.

Segundo as conclusões as moléculas e os micróbios foram aumentando ou diminuindo – conforme o organismo da pessoa – de forma não gradual e cronológica ao longo do tempo analisado. Contudo, foram identificados dois períodos onde se verificaram mudanças rápidas relacionadas com a idade, por volta dos 44 e dos 60 anos. Durante essas idades, cerca de 81% das moléculas analisadas apresentaram flutuações não lineares em número – ou seja, mudaram mais rapidamente – do que noutras fases da vida.

O pico de envelhecimento a meio dos 40 anos foi, para os cientistas envolvidos no estudo, uma descoberta inesperada, tendo sido verificadas alterações significativas no número de moléculas relacionadas com o metabolismo de álcool, cafeína e lípidos, doenças cardiovasculares e a pele e músculos. Inicialmente esta descoberta foi observada da como uma resposta às alterações que ocorrem no organismo das mulheres durante a perimenopausa. Contudo, após dividirem o grupo de estudo por género, os cientistas voltaram a verificar que a mesma alteração acontecia nos homens.

“Isto sugere que, embora a menopausa ou a perimenopausa possam contribuir para as alterações observadas nas mulheres na casa dos 40 anos, é provável que existam outros fatores mais significativos que as influenciam tanto nos homens como nas mulheres. A identificação e o estudo destes fatores deve ser uma prioridade”, explicou Xiaotao Shen, um dos autores da investigação.

Já aos 60 anos, verificou-se que a segunda vaga de alterações incluía moléculas envolvidas no sistema imunitário, metabolismo e função renal. A descoberta vai de encontro às provas científicas anteriores que mostram um aumento do risco de doenças – como o Alzheimer ou doenças cardiovasculares – a partir desta idade. 

Palavras-chave:

As operações de busca e salvamento prosseguem, por parte das autoridades italianas, ao largo da costa da Sicília, onde o iate de luxo Bayesian, com bandeira britânica, naufragou esta segunda-feira, 19 de agosto, na sequência de uma tempestade.

Quinze pessoas foram resgatadas com vida por um veleiro que estava próximo, depois de terem conseguido abandonar o iate num bote salva-vidas. A lamentar há, para já, a morte do cozinheiro que seguia a bordo, segundo informação avançada pela imprensa internacional.

Entre os seis desaparecidos estão personalidades da tecnologia e finanças britânicas: Mike Lynch, o empresário britânico que chegou a ser apelidado de Bill Gates do Reino Unido, e a sua filha Hannah, de 18 anos (a mulher de Lynch foi resgatada com vida); Jonathan Bloomer, presidente do Morgan Stanley International e a sua mulher, Judy; Chris Morvillo, advogado de Lynch, e a sua mulher, Neda. Vincenzo Zagarola, representante da guarda costeira italiana, referiu que as buscas prosseguem na assunção de que “estas seis pessoas podem não ter tido tempo para abandonar o barco” antes do naufrágio, cita o The New York Times.

Karsten Borner, comandante de um veleiro que estava perto do Bayesian, referiu aos repórteres no local que nunca tinha visto “uma embarcação deste tamanho afundar tão rapidamente. Em apenas alguns minutos não restava nada […] é uma tragédia”.

O iate, de 56 metros, transportava o grupo de amigos em férias e estava ancorada a cerca de 800 metros de Ponticello, a 15 km da capital da Sicília, Palermo quando uma tempestade se começou a formar na madrugada de segunda-feira. A força dos ventos terá, segundo as autoridades de proteção civil, feito com que o barco fosse atingido por um tornado que se formou sobre o mar.

As buscas começaram imediatamente, e foram retomadas ao início desta manhã, por mergulhadores especializados em grutas submarinas, e que se têm dedicado a encontrar outros pontos de acesso no interior dos destroços do barco naufragado, em busca dos desaparecidos. Até ao momento, ainda não tinham conseguido aceder às cabines que ficam por debaixo do convés, uma vez que a mobília se deslocou durante o naufrágio e bloqueou os pontos de acesso.

A cada hora que passa, torna-se cada vez mais improvável que os desaparecidos sejam encontrados com vida, embora não haja ainda referência a mais vítimas mortais para além do cozinheiro que seguia na embarcação. A Guarda-Costeira italiana referiu ainda, esta manhã, que “naturalmente, não está excluída a hipótese de os desaparecidos estarem fora do barco, mas sabemos que o barco naufragou numa questão de minutos” e que é muito possível que não tenham tido tempo de abandonar a embarcação. No mesmo sentido, Zagarola admitiu que, passadas 36 horas de operações de busca e salvamento, se torna cada vez mais improvável de acreditar que os desaparecidos não estejam já mortos. “Mas nunca dizemos nunca”

A transformação digital é um tema amplamente discutido, mas muitas vezes mal compreendido. Muitas vezes perguntam-me: “Onde começar?”. A resposta varia conforme as necessidades específicas da organização: melhorar sistemas, responder a clientes de forma mais eficiente, explorar novas áreas de negócio ou garantir a sobrevivência da empresa. Muitas organizações estão na vanguarda com iniciativas palpáveis, enquanto outras ainda tentam perceber o que é a transformação digital e como aplicá-la. Não se trata apenas das grandes organizações; pequenas empresas, com menos recursos, mas maior flexibilidade, podem adaptar-se e prosperar.

Existem vários mitos sobre a transformação digital que precisam de ser desmistificados. O primeiro é que “Todos sabem o que é a transformação digital”. Muitos pensam que é apenas instalar software, mas cada caso é único e requer uma abordagem personalizada. Outro mito é que “Depois da Transformação Digital, voltamos ao normal”. A transformação digital é um caminho contínuo de melhoria e adaptação, não um objetivo fixo. Um terceiro mito é que “A Transformação Digital é apenas para as gerações mais novas”. Na verdade, profissionais experientes reconhecem o valor da tecnologia, como médicos que utilizam inteligência artificial para diagnósticos precoces ou operários que usam analítica preditiva para evitar falhas em máquinas.

Fundamentalmente, a transformação digital assenta em três pilares principais: plataformas tecnológicas que aumentam a eficiência através da interpretação consistente de dados, novas formas de trabalhar que envolvem metodologias ágeis e processos de melhoria contínua e, finalmente, a implementação prática de casos de uso que geram valor. A transformação digital ganha significado quando estes três pilares são articulados de forma eficaz.

Definir uma visão clara é crucial e esta deve focar-se no valor gerado, considerando o contexto de mercado e a voz do cliente. A visão deve ser holística, indicando onde se quer chegar sem detalhar como. Veja-se o exemplo da Blockbuster, cuja visão era “ser o líder global em entretenimento em casa, fornecendo serviços, variedade, conveniência e valor excecionais”. No auge do seu sucesso, a Blockbuster ignorou a tendência da conveniência online e tornou-se obsoleta. A empresa poderia ter comprado várias Netflix, mas “adormeceu” e não viu a tendência do mercado nem ouviu a voz dos clientes. A visão deve ser adaptável às mudanças de mercado.

Indicadores Chave de Desempenho (KPIs – Key Performance Index) permitem medir o sucesso das iniciativas e ajustar as estratégias conforme necessário. Começar com um projeto piloto pode ajudar a ganhar confiança e ajustar o caminho antes de investir grandes recursos. A transformação digital requer também uma cultura organizacional que apoie a mudança e a inovação, promovendo uma mentalidade flexível e valorizando a experimentação e a aprendizagem contínua. É importante ter processos iterativos que considerem planeamento, retrospetivas e feedback contínuo para garantir a correta priorização e alocação de recursos.

Em conclusão, a transformação digital é acessível a todas as organizações, independentemente do seu tamanho e orçamento. Com uma visão clara, uma cultura organizacional adequada, a escolha certa de tecnologias e um investimento contínuo nas pessoas, qualquer organização pode trilhar o caminho para o sucesso digital. Para quem está a começar, lembrem-se de que cada pequeno passo pode levar a grandes resultados. Comecem com um projeto-piloto, definam objetivos claros e estejam preparados para aprender e ajustar à medida que avançam. Boa sorte na vossa jornada digital!

A ZT Systems foi fundada há 30 anos e constrói infraestruturas personalizadas para alguns dos maiores hyperscalers do mundo. Embora os nomes dos clientes não sejam públicos, estima-se que a lista inclua Meta, Microsoft e Amazon. Agora, a empresa acaba de ser comprada pela AMD, no maior negócio de sempre da fabricante de chips: 4,9 mil milhões de dólares. A AMD pretende, com a compra, acelerar a adoção da linha de processadores para centros de dados Instinct.

“Traz mil engenheiros de classe mundial para a nossa equipa, permite-nos desenvolver silício e sistemas em paralelo e, mais importante, ter a nova infraestrutura de IA pronta e a funcionar em centros de dados o mais rapidamente possível”, descreveu a CEO Lisa Su ao Financial Times.

A aquisição deve estar concluída na primeira metade de 2025, depois de ser aprovada pelos reguladores. A compra deve ajudar a AMD a combater o domínio da Nvidia na Inteligência Artificial cujo sucesso vem, em grande parte, da oferta sistemática que disponibiliza, desde infraestrutura de computação ponto-a-ponto que inclui racks de servidores, equipamento de rede e ferramentas de software que facilitam o trabalho dos programadores que criam aplicações. Agora, a AMD quer ter uma abordagem semelhante também.

Em março, a ZT Systems estabeleceu uma parceria com a Nvidia para construir infraestrutura utilizando os chips Blackwell: “Acreditamos que a ZT como parte da AMD vai significativamente acelerar a adoção de soluções de IA AMD [mas] temos compromissos com clientes e vamos certamente honrá-los”, afiança Su.

María Branyas era uma sobrevivente. Depois de 117 anos viva, tendo sobrevivido à pandemia de gripe espanhola em 1918, a duas guerras mundiais, à Guerra Civil em Espanha, bem como à covid-19, em 2020, a mulher mais velha do mundo morreu esta terça-feira, em Olot, no nordeste da Espanha.

Imagem via X, antigo Twitter

Segundo a família, que anunciou a despedida no X, María “morreu como quis, quando dormia, em paz e sem dor”. Dias antes, terá dito: “Um dia vou partir (…) deixarei de existir neste corpo. Um dia que desconheço, mas que está muito perto, esta longa viagem terminará. A morte encontrar-me-á exausta de ter vivido tanto, mas quero que me encontre sorridente, livre e satisfeita”.

“Sinto-me fraca. A minha hora aproxima-se. Não chorem, não gosto de lágrimas. E, sobretudo, não tenham pena de mim. Para onde for, serei feliz”, podia ler-se na segunda-feira na conta gerida pela sua família.

María Branyas vivia há mais de 20 anos no lar de idosos Santa Maria del Tura, em Olot, na Catalunha. A mulher nasceu a 4 de março de 1907 em São Francisco (oeste dos Estados Unidos), para onde a sua família tinha emigrado, e veio para Espanha em 1915. Em 1931, casou com um médico, que morreu aos 72 anos, e teve três filhos, 11 netos e vários bisnetos.

Agora a pessoa mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, nascida a 23 de maio de 1908, contando assim 116 anos. Mas francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997 com 122 anos e 164 dias, é quem detém o título de a pessoa mais velha conhecida até hoje.