Juwel Ahmed está sentado ao sol num banco de jardim, virado de costas para a movimentada Avenida da República, em Lisboa. Mantém o telemóvel na mão para fazer scroll. “Plim”, “plim” – cada campainhada é sinónimo de trabalho, serviço pelo qual os estafetas da restauração recebem cerca de 80% do valor; o restante fica para a plataforma digital.
Juwel, 32 anos, chegou a Portugal há três, vindo do Bangladesh, da cidade de Sylhet. A intenção era estudar Tecnologias de Informação, mas, em situação ilegal, restou-lhe começar na agricultura, em Vila Nova de Milfontes, no litoral alentejano. Entretanto em situação regular, surgiram as entregas de comida com a sua bicicleta.