O antigo chefe da Casa Civil do Presidente Cavaco Silva, José Nunes Liberato, foi eleito como presidente do Centro Português de Fundações (CPF), sucedendo a nomes como Rui Vilar, Artur Santos Silva, Maria do Céu Ramos, entre outros. Nunes Liberato foi secretário-geral do PSD, nos anos 90, coincidindo com o último governo de Cavaco. Rapidamente se tornou uma figura incontornável, imprescindível para o então presidente do PSD e primeiro-ministro, que o foi buscar para seu braço direito, nos dez anos de Presidência.

Licenciado em Economia, foi membro do Governo Regional dos Açores (1979-1984) e esteve na equipa de negociação para a entrada de Portugal nas Comunidades Europeias. Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território em três governos de Cavaco Silva (saiu em 1992), deputado, presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, foi diretor das Políticas Comuns, das Relações Externas, da Imprensa e Porta-Voz do Parlamento Europeu. Chefe da Casa Civil do Presidente da República entre 2006 e 2016, é, atualmente, Assessor do Conselho de Administração da Fundação Champalimaud, uma espécie de “fundação de turno” para o novo mandato, na liderança do Centro Português de Fundações. O CPF representa o setor fundacional em Portugal, contando com cerca de 150 fundações associadas e, entre os seus objetivos, visa desenvolver o movimento da filantropia em Portugal e contribuir para o reconhecimento social da importância das fundações, a preservação do bom nome e a confiança pública no setor fundacional.

Depois do galardoado The Fisherman: A Codfish Tale, a Loading Studios anunciou o novo jogo Alentejo: Tinto’s Law que pode ser encontrado em versão física e limitada para Game Boy ou em versão digital para ser jogado no navegador web. Este é provavelmente um dos primeiros jogos portugueses desenvolvidos para a consola portátil da Nintendo.

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Neste jogo, sob o calor do sol ibérico, encontramos comboios, fora-da-lei, barris e contrabando com o Alentejo a surgir com uma roupagem de western. O jogador deve ajudar Gildo a reunir o seu gangue para enfrentar o domínio autoritário do Barão Tinto e viajar por vários locais, explorar grutas e minas e atravessar a fronteira com Espanha.

A narrativa é empolgante e leva-nos pela Península Ibérica do século XIX, convida-nos a falar com habitantes locais e resolver puzzles enigmáticos e rústicos. Os criadores inspiraram-se num “estilo de arte 8-bits fofo e nostálgico”, explica o comunicado de imprensa.

Pode encontrar a versão digital no Itch.io (€1,99) e adquirir a versão física na Teknamic (€19,99).

O ex-presidente francês foi condenado esta quarta-feira a um ano de prisão com pulseira eletrónica, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado o recurso apresentado pela defesa. Nicolas Sarkozy, de 69 anos, foi considerado culpado por corrupção e tráfico de influências no caso que ficou conhecido pelo nome Bismuth tendo lhe sido aplicada uma pena de prisão de três anos – dois dos quais suspensos e o terceiro, em casa, com pulseira eletrónica. A recusa do recurso de Sarkozy, torna-o no primeiro ex-chefe de estado da França a ser condenado a uma pena efetiva no país.

O anterior presidente francês será agora chamado a comparecer perante um juiz de execução de pena, de forma a determinar os termos e condições da pulseira eletrónica, avança o Le Monde. “Nicolas Sarkozy irá obviamente cumprir a sanção pronunciada, que agora é definitiva”, explicou Spinosi, advogado do ex-líder francês à agência France-Presse. No entanto, Sarkozy irá “aproveitar o Tribunal Europeu” dos Direitos Humanos nas próximas semanas “para obter a garantia dos direitos que os juízes franceses lhe negaram”. O recurso não impede, contudo, a execução da sentença, que entra agora em vigor,

A condenação surge a poucos dias antes da abertura de um novo processo sobre Sarkozy, relacionado com o financiamento ilícito da sua campanha presidencial de 2007. O caso deverá ser aberto no início de janeiro do próximo ano.

Sarkosy está também impedido de se candidatar a cargos públicos durante os próximos três anos.

Nos últimos anos, a emergência da tecnologia de deepfake revolucionou o panorama da manipulação digital, colocando desafios significativos à autenticidade do conteúdo mediático e à veracidade das informações disseminadas em várias plataformas. Deepfakes são conteúdos sintéticos, tipicamente áudio ou vídeo, gerados utilizando algoritmos de inteligência artificial (IA) para sobrepor imagens e vídeos existentes a outro conteúdo, frequentemente com resultados surpreendentemente reais.

Uma das principais preocupações em torno dos deepfakes é o seu potencial para enganar e manipular audiências, estreitando fronteiras entre realidade e ficção. Com os avanços em IA e self learning, indivíduos com intenções maliciosas podem criar vídeos falsos altamente convincentes de figuras públicas ou políticos retratando-os a dizer ou fazer coisas que nunca fizeram ou disseram. Isto levanta sérias implicações éticas, legais e sociais, incluindo a disseminação de desinformação, difamação e erosão da confiança pública.

Além disso, os deepfakes têm o potencial de agravar problemas existentes, como campanhas de desinformação, propaganda política e cyberbullying. Podem ser usados para fabricar evidências, manipular a opinião pública ou desacreditar indivíduos e instituições, amplificando os desafios de discernir a verdade da mentira num mundo cada vez mais digital e interligado.

A ameaça representada pelos deepfakes requer uma abordagem multifacetada que englobe intervenções tecnológicas, regulatórias e educacionais. Soluções tecnológicas, como o desenvolvimento de algoritmos robustos de deteção e mecanismos de autenticação, são cruciais para identificar e mitigar a proliferação de deepfakes. Além disso, é necessário estabelecer quadros regulamentares para governar a criação, distribuição e uso de conteúdos sintéticos, equilibrando a proteção da liberdade de expressão com a prevenção de danos e abusos.

Importa promover a literacia mediática e as competências de pensamento crítico, essenciais para capacitar os indivíduos a discernir e avaliar a credibilidade do conteúdo online de forma eficaz. Ao fomentar uma cultura de ceticismo e consumo responsável de conteúdo, as pessoas podem tornar-se mais resilientes à influência dos deepfakes e outras formas de manipulação digital.

Uma equipa de cientistas internacionais conseguiu mapear o genoma dos tubarões da Gronelândia, uma das únicas espécies de vertebrados que consegue viver mais que os humanos. Em 2016, uma investigação descobriu que estes tubarões, que habitam na região do Atlântico Norte e do oceano Ártico e que podem ser encontrados em águas profundas, têm uma longevidade que pode chegar aos 400 anos.

Segundo a CNN, os cientistas mapearam 92% do ADN deste animal e pretendem agora perceber melhor quais as mutações que levam a uma longevidade prolongada. O objetivo é depois perceber se é possível replicar a façanha nos humanos.

Para conseguir mapear o ADN, os investigadores tiveram primeiro de obter amostras de tecido de vários tubarões, que foram submetidos a eutanásia, processo para o qual necessitaram de obter uma autorização especial. O “extraordinariamente grande” genoma é duas vezes maior do que o dos seres humanos e maior do que o de qualquer outro tubarão. Uma característica interessante, que talvez ajude a explicar a grande longevidade, prende-se com a capacidade de o ADN se auto-reparar.

Nestas amostras, os cientistas encontraram também um tipo de gene especial, que geralmente está associado a doenças genéticas, sendo conhecido por ‘gene parasita’. Nestes tubarões, no entanto, estes genes parecem ter evoluído para produzir um efeito benéfico, duplicando-se e movendo-se pela sequência de ADN. Como consequência destas movimentações, parecem abrandar o envelhecimento.

O autor principal do estudo explica que “o efeito nefasto destes elementos (genes saltitantes) não só é cancelado, mas como talvez seja mesmo revertido pelo que a integridade do genoma é melhor no tubarão da Gronelândia”.

Os investigadores depararam-se com comportamento genético que nunca tinha sido antes detetado e exploram agora como esse conhecimento pode ajudar a aumentar a vida útil do ser humano.

A psicóloga e comentadora Joana Amaral Dias, 49 anos, vai ser candidata à Presidência da República em 2026, anunciou, esta quarta-feira, em comunicado, o Alternativa Democrática Nacional (ADN). O partido liderado por Bruno Fialho confirmou que vai apoiar esta candidatura.

“A escolha do ADN recaiu sobre Joana Amaral Dias devido à sua inigualável defesa pelas Liberdades, Direitos e Garantias fundamentais dos portugueses e por ser uma patriota, pacifista e soberanista, ou seja, é alguém que defende valores que refletem os princípios do ADN”, afirma Bruno Fialho.

O presidente do ADN explica que o partido decidiu apoiar Joana Amaral Dias “pois os nomes que têm sido avançados pela comunicação social como possíveis candidatos não oferecem a imparcialidade  e, relativamente a alguns, a credibilidade que um Presidente da República necessita de ter”. “Consideramos que a Joana Amaral Dias é uma voz crítica e independente, com um histórico de defesa de causas sociais e de transparência, para além da experiência política, capacidade de articulação e conhecimento das necessidades do país”, diz Bruno Fialho.

Recorde-se que Joana Amaral Dias já tinha sido a candidata do ADN às eleições europeias de junho.

Com um longo currículo na política portuguesa, Joana Amaral Dias foi deputada do Bloco de Esquerda (entre 2002 e 2005), mandatária da juventude de Mário Soares nas presidenciais de 2006, esteve ligada ao movimento Juntos Podemos – que chegou a discutir poder integrar o Livre –, foi candidata às eleições legislativas de 2015 pela coligação AGIR (que juntou PTP e MAS) e, em 2017, concorreu pelo Nós, Cidadãos! à Câmara Municipal de Lisboa. Nos últimos anos, é figura assídua na TV, como comentadora em crónicas criminais e de assuntos políticos.

Em tempo natalício, permitam-me partilhar convosco um pequeno texto do meu último livro (“Emmanuel: Um Deus parecido connosco & outras reflexões”, Lisbon Press, 2024).

Se prestarmos atenção à história bíblica, temos muitos momentos em que Deus se relaciona com o ser humano de modo inesperado, como quando que se encontrava com os humanos enquanto “passeava no jardim pela viração do dia”, quando entregou as tábuas da lei a Moisés no Monte Sinai, quando interagiu com Abraão em Moriá, junto aos carvalhais de Manre e em diversos outros locais, ou quando Jacob lutou com o anjo.

Mas também quando o anjo Gabriel surge na anunciação a Maria, quando Pedro tem um arrebatamento de sentidos em Jope, de modo a entender que a mensagem do evangelho é universal, quando Paulo experimenta uma epifania surpreendente e é arrebatado até ao terceiro céu, coisa que nem ousa descrever, ou quando João vê Cristo glorificado no seu desterro na ilha de Patmos, que o encarrega de escrever as cartas às sete igrejas da atual Turquia (Ásia Menor).

O problema é que tendemos a esquecer estas gloriosas realidades espirituais e ficamo-nos quase sempre por um conceito pagão da divindade, longínqua e hipersensível às nossas falhas, disposta a irar-se e a castigar-nos ao primeiro deslize, e que impõe uma multidão de intermediários para se poder relacionar connosco, além de abundantes rituais religiosos e diferentes tipos de sacrifícios.

Sim, somos seres complexos. Sim, Deus é complexo. Ou melhor, a nossa complexidade intrínseca leva-nos a complexificar a simplicidade divina, e assim formamos um conceito dessa realidade última, a que chamamos Deus, demasiado distante e quase incomunicável, talvez pelo nosso complexo de pequenez face ao Eterno.

Mas esquecemo-nos de que o fundamental não é o modo como nos vemos a nós mesmos (apesar de nos podermos sempre colocar perante o espelho da palavra divina para a cumprir na nossa vida), mas sim como Deus nos vê e se deseja relacionar connosco.

O Deus que se faz nascer no ventre duma jovem mulher do povo, e que vem ao mundo num casebre, embrulhado em trapos e rodeado de animais, não pode ser assim tão distante, pois tanto atraiu simples pastores de gado das cercanias de Jerusalém como ricos sábios do Oriente. O filho dum carpinteiro da desprezada Galileia das nações não podia ser assim tão inatingível. Aquele que nasce face ao testemunho cantado dos anjos nos céus de Belém, sob a proclamação de “Paz na terra, boa vontade para com os homens,” não pode ser assim tão despojado de empatia ou proximidade com esses mesmos seres humanos.

Além de tudo o mais, um Deus que se dispõe a enviar o seu Filho ao mundo, despojando-se da sua glória, não sendo indiferente ao percurso da humanidade mergulhada nas trevas não pode ser nunca considerado um Deus distante, insensível ao sofrimento dos homens. Nem sequer colhe a analogia do relojoeiro à maneira do argumento teleológico de Paley para a criação do universo por uma inteligência superior, porque Deus não criou o universo e deu-lhe corda virando as costas logo a seguir. Não. Ele é o Emmanuel, o Deus entre nós.

De facto, a grande pedra de tropeço que impede muitos de compreenderem o Deus revelado em Jesus de Nazaré é justamente a sua tremenda humanidade mas também o modo como a viveu, que vai desde a forma como nasceu e surgiu no palco da história, até à maneira como morreu. Esse é o escândalo da revelação divina.

Como alguém disse, as nossas ideias de Deus – diria mesmo, preconceitos – dizem muito mais sobre nós do que sobre Ele.

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Entre o final da década de 1950 e o princípio dos anos 1970, cerca de um milhão de portugueses emigrou para França, impelidos pela pobreza endémica do País governado pela ditadura do Estado Novo. A maior parte instalou-se em bairros de lata que rodeavam Paris, chamados de Bidonvillesvivendo em condições deploráveis. Esta vaga de emigrantes enfrentou graves problemas sociais e de estigmatização. Muitos tinham partido de Portugal de forma ilegal e era também indocumentados que trabalhavam em França, o que os sujeitava a todo o tipo de exploração e de discriminação. Evidentemente, esta inconveniente verdade da nossa história contemporânea é calada pelo Chega de André Ventura, que não se cansa de agitar a bandeira demagógica da anti-imigração, com espantosos resultados eleitorais num povo que tem hoje 2,1 milhões dos seus concidadãos espalhados pelo planeta. Só por esta tremenda incongruência, para dizer o mínimo, faz todo o sentido destacar que hoje se assinala o Dia Internacional dos Migrantes

E que jeito os imigrantes dão hoje ao País envelhecido que somos, Portugal esse que já viu partir para fora de portas, em busca de melhores condições de vida, mais de 850 mil jovens cá nascidos, com idades entre 15 e 39 anos, segundo uma estimativa do Observatório da Emigração, ligado ao ISCTE

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No século XIX, nas nações mais industrializadas do mundo, e na ressaca das cargas excessivas de trabalho, que na época chegavam às 16h diárias, movimentos sociais conseguiram, gradualmente, ir estabelecendo o padrão 8h+8h+8h: 8h para trabalhar, 8h para desencasar (nomeadamente dormir) e 8h para lazer.

Atualmente, na maior parte dos países desenvolvidos, esse padrão existe, pelo menos na lei. Porém, cada vez são mais os casos, também nesses países desenvolvidos, de burnout. Pessoas que entram em exaustão psicológica em consequência da gestão do dia-a-dia, nomeadamente em função das exigências do trabalho.

Assim, a questão emerge: 8h de sono é a quantidade medicamente recomendada; 8h parece uma boa dose do tempo diário para o lazer; 8h de trabalho parece razoável. Donde surge, então, o burnout e o stress crónico, que são já uma marca das sociedades modernas?

A resposta encontra-se na diferença entre a teoria e a prática: na verdade, muitos estudos demonstram que as sociedades modernas vivem em privação crónica de sono (ou não se dormem as 8h ou o sono não é de qualidade) e as 8h de lazer são uma miragem – entre tarefas domésticas (cozinhar, arrumar, limpar, organizar e manter a casa), tarefas de cuidar (de crianças e/ou idosos, que envolvem transporte, alimentação e demais cuidados) e tempos de deslocação casa-trabalho-casa (em que muitas pessoas gastam, facilmente, 2h por dia) pouco sobra de verdadeiro tempo de lazer. Acresce a isso que as 8h de trabalho muito frequentemente se transformam em mais, nomeadamente graças à digitalização, que permite o trabalho remorto e o estar sempre contactável, ou à capacidade que muitos trabalhos têm de nos continuar a ocupar a mente, mesmo que tenhamos terminado as tarefas do dia.

Ou seja, na verdade, essa regra de ouro não é cumprida.

Essa é, aliás, uma das razões para o crescimento económico nesses países não ter sido acompanhado por um equivalente crescimento na felicidade.

Assim, devemos encontrar novas formas de organização social, conciliadoras do doméstico, do laboral e do lúdico, para que as 8h de descanso sejam mesmo de descanso e que o tempo de lazer possa ficar mais próximo do desejável, cortando-se nos desperdícios de tempo, no trabalho e fora dele.

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