A Tesla anunciou que a Powerwall 3, a geração mais recente de bateria doméstica da marca, já está disponível em Portugal. Este modelo pode alimentar a maioria das casas europeias com uma unidade e permite poupanças através do armazenamento do excesso de energia solar gerada durante o dia para ser usada à noite, durante as horas dos picos de preços. As estimativas da fabricante é que os clientes portugueses possam reduzir a sua dependência da rede elétrica em 71%.

O sistema tem uma funcionalidade que permite que os proprietários de um plano de tarifas variável consoante a hora do dia possam configurar a Powerwall para maximizar as poupanças: carregar a partir da energia da rede quando os preços são baixos e usar a energia armazenada para alimentar a casa quando os preços são elevados. Esta estratégia pode permitir poupanças de até 1.044 euros anuais ao abastecer a casa com a Powerwall 3 emparelhada com energia fotovoltaica.

Outra vantagem desta bateria passa pela proteção de reserva, que deteta automaticamente cortes de energia e torna-se a fonte de energia quando a rede elétrica falha. O inversor pode produzir entre 3,68 kW e 11,04 kW em toda a Europa, permitindo uma reserva para uma variedade de aparelhos.

O inversor solar incorporado permite uma maior eficiência energética, cria uma instalação de aspeto mais limpo com menos caixas na parede e reduz a necessidade de aquisição de um inversor a terceiros, explica a Tesla em comunicado.

A bateria pode ser instalada no interior ou no exterior, funciona a temperaturas entre os -20 e os 50 graus centígrados e resiste a condições meteorológicas adversas, como condições de humidade elevada ou inundação até 60 cm de água.

A Powerwall 3 pode ser gerida através da aplicação Tesla e, quando utilizada para carregar veículos da Tesla, desbloqueia funcionalidades como o Carregamento com Solar, que carrega o carro apenas com o excesso de energia produzida pelo sistema solar Tesla.

Saiba mais sobre a solução e como solicitar orçamentos para a instalação aqui.

Perceções, perceções e mais perceções: nunca a arte de percecionar esteve tão em voga em Portugal. Sempre se ouviram perceções, claro, isto é não é uma novidade: “tenho ideia que aquele restaurante é bom, tem sempre tanta gente…”; “acho que aquele filme é bom, é a perceção que tenho pelo que tenho ouvido…”; “o último álbum da Beyoncé deve ser fantástico, digo eu…”. Todos temos uma ideia sobre tudo. Agora a moda pegou nos políticos portugueses, que, alguns, de tanto percecionarem, começaram a ter dificuldades em ler e analisar documentos de entidades públicas. Porém, há algo mais a dizer sobre o facto de a perceção de que a criminalidade em Portugal se agravou estar a ganhar uma popularidade significativa.

Se a perceção de que a insegurança e a criminalidade aumentaram está a ganhar uma proporção relativamente grande, é porque quem defende a perceção oposta não está a fazer o suficiente – longe disso – para contrariar esta ideia. Apresentar gráficos? Citar números de cor e salteado? As pessoas não são uma prova de defesa de mestrado ou uma instituição a quem se apresenta uma versão curta de um relatório maior. Que algo fique claro: sim, os números provisórios que a PSP divulgou acerca da criminalidade revelam que Portugal está a fazer um bom trabalho na redução da criminalidade, visto que a tendência mostra que esta está, precisamente, a diminuir. Mas isto por si só não basta. Há outra coisa que deve ficar absolutamente nítida: não são relatórios que vão mudar as ideias dos cidadãos.

Tenho visto muitos comentadores que defendem o que está nos relatórios – é a única posição decente, evidentemente – de forma pouquíssimo eficaz. Enquanto a extrema-direita constrói realidades paralelas, os moderados e a esquerda mostram setas em gráficos e tabelas de Excel. Torna-se óbvio o porquê de uma simples verdade – Portugal não tem um problema de criminalidade – estar a ser tão colocada em causa. Até comentadores mais jovens – como eu – que têm a obrigação de saber que o mundo mudou e a comunicação está totalmente diferente daquilo que era, não se vá tão longe, há 10 anos, estão a usar as ferramentas dos mais velhos – muito mais velhos… – e incorrem em explicações técnicas e matemáticas. Muitos deles são até consultores políticos e por essa razão ainda mais me aflige que não saibam, eles próprios, comunicar bem no sentido de construir uma narrativa que ilustre os factos e não que os deixe soltos por aí, ao sabor do vento e de quem os quiser utilizar. Os factos não andam por si mesmos. Os números são manipuláveis e encaixam onde os quisermos encaixar. Os gráficos são, perdoe-me a ousadia, caro leitor, uma seca que nenhum trabalhador quer aturar após chegar a casa do trabalho às 19h30 da noite. Narrativa, narrativa, narrativa. É aqui que os moderados e a esquerda se devem concentrar e não em cedências ao vocabulário da extrema-direita: “valores europeus”, “a cultura do país”, “modo de vida”. Haja paciência. Os valores europeus são os do respeito por todos, independentemente da sua cor, do seu país, da sua língua e da sua religião. A cultura de Portugal é a cultura da imigração, de um povo trabalhador que ainda luta por uma economia mais especializada e robusta. O modo de vida é o da paz social, da integração e da capacidade de crescer com as culturas à sua volta.

Há quem tente turvar propositadamente os tópicos da integração e a segurança do País, exaltando os medos e receios do desconhecido. Pois bem, a segurança é um desígnio nacional da maior relevância e que deve ter todos os meios para ser eficaz. Aliás, apenas num país seguro é possível existir prosperidade. Esse motivo devia ser por si só o mote para uma maior valorização das carreiras dos profissionais de segurança pública e um maior investimento nos recursos necessários para que os mesmos possa fazer o seu trabalho bem feito. O que se não deve fazer é instrumentalizar os profissionais de segurança para batalhas políticas. Estas entidades estão, antes de mais nada, ao serviço do povo, do bem comum, de todos os cidadãos: protegem-nos todos os dias e garantem que as nossas ruas são seguras. Há que respeitar mais este trabalho. E isto não é incompatível com uma defesa de políticas de integração de migrantes, de proteção dos mais vulneráveis e de legalização de quem quer cá trabalhar e constituir vida. Devem aliás, estes dois pontos, andar de mãos dadas. Forças de segurança bem preparadas e munidas de recursos técnicos e processos ágeis de legalização e receção de migrantes fazem parte de uma política pública sensata e moderada.

São as dicas que deixo aos demais moderados e defensores dos factos: comunicação mais eficaz, construção de uma narrativa simples e apelativa, não usar as forças de segurança enquanto arma política e defender investimentos significativos nos processos de legalização para que ninguém fique em situações frágeis e vulneráveis. Integrar é a nossa maior arma.

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Depois de todo o alarido e das ameaças veladas aos seus três principais parceiros comerciais, Donald Trump, confrontado com a realidade e com as retaliações anunciadas pelo Canadá e México, recuou em toda a linha e retirou as tarifas de 25% sobre os produtos importados dos seus países vizinhos, que deveriam entrar hoje em vigor, mantendo, pelo menos por agora, uma taxa de 10% sobre os produtos da China.   

Alegadamente, este não foi um recuo, mas sim um adiamento por 30 dias. Segundo Donald Trump, a decisão foi tomada após conversas telefónicas com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que prometeram reforçar o policiamento das fronteiras. Contudo, para muitos analistas, este argumento não passou de uma desculpa de última hora para que Trump não perdesse a face, e pudesse recuar numa política que poderia atirar a economia norte-americana para uma das piores recessões de sempre.  Os alertas vieram de todo o lado. Desde o prestigiado economista Paul Krugman, Nobel de Economia e antigo professor do MIT e da Universidade de Princeton, que classificou estas tarifas de “muito, muito destrutivas” para a economia norte-americana.

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A mortalidade por cancro ao longo dos últimos cinco anos tem mostrado “uma taxa de mortalidade padronizada com uma tendência decrescente”, independente da faixa etária, sendo consistentemente mais alta nos homens, segundo segundo dados do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (PNDO), que mostram que a taxa de mortalidade por cancro de cólon e reto, estômago, próstata e pulmão baixou entre 2018 e 2022 em Portugal, enquanto a relativa ao cancro da mama estabilizou.

Quanto à incidência (novos casos), o documento refere que em 2018 e 2019 os dados passaram a ser compilados pelo Registo Oncológico Nacional, tendo havido uma alteração na metodologia de colheita, pelo que o ano de 2018 marca uma “quebra de série”. Por outro lado, a redução da incidência em 2020 poderá estar relacionada com o impacto da pandemia de Covid-19 no diagnóstico das doenças oncológicas. No período 2017 – 2019, confirma-se um aumento da taxa de incidência.

Portugal tem em vigor três rastreios de base populacional: cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro do cólon e reto.

Em 2022 foram registados 801.867 internamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos quais 69.304 (8,6%) correspondem a utentes com diagnóstico principal de neoplasia maligna, tendência que se tem mantido ao longo dos últimos cinco anos.

Entre 2019 e 2023 aumentou cerca de 60% o número de doentes tratados com radioterapia, passando de 76.201 para 122.291.

O relatório indica ainda que o número de doentes tratados com quimioterapia e imunoterapia tem vindo a aumentar “gradual e lentamente” nos últimos anos, sendo na sua quase totalidade executados em regime de ambulatório. Em 2022 foram tratados mais de 350.000 doentes

O cancro é a principal causa de morte dos cidadãos da União Europeia (UE) com menos de 70 anos e a segunda causa de morte quando considerados todos os cidadãos da UE.

O modelo 03-mini da OpenAI está dotado de avançadas capacidades de raciocínio e chegou, na sexta-feira, para todos os utilizadores do ChatGPT. Esta versão é mais rápida do que o antecessor o1-mini, com a OpenAI a revelar que nos testes A/B teve um desempenho 24% mais rápido. O 03-mini consegue mostrar ao utilizar qual o ‘raciocínio’ que tomou antes de fornecer uma resposta, em vez de apenas responder às perguntas dos utilizadores.

“Ao otimizar o raciocínio para os domínios STEM e mantendo os custos baixos, estamos a tornar a Inteligência Artificial de elevada qualidade ainda mais acessível”, destaca a OpenAI em comunicado, salientando depois que os custos por token estão 95% mais baixos desde o lançamento do GPT-4.

Além do novo modelo, a OpenAI triplicou o limite para os utilizadores das versões Plus e Team do ChatGPT, de 50 para 150 mensagens por dia com o o3-mini. A modalidade Pro, com mensalidade de 200 dólares, continua a não ter limite de interações.

No final do mês passado, Sam Altman, diretor executivo da OpenAI, tinha vaticinado que o o3 e o o3-mini seriam lançados “perto do fim de janeiro”, mantendo-se fiel à previsão, lembra o Engadget.

Agora, com o efeito arrasador do modelo chinês Deepseek, lançado a 20 de janeiro, e com a enorme desvalorização das tecnológicas americanas no mercado, a OpenAI terá de reagir rapidamente para não se atrasar na corrida. A empresa revelou estar a trabalhar com a Microsoft para identificar as duas contas que alegadamente destilaram os seus modelos. A prática, comum na indústria, é permitida pelos termos de serviço da OpenAI, desde que não seja usada para treinar modelos rivais. Um porta-voz da OpenAI já afirmou que se sabe que empresas chinesas – e outras – estão constantemente a destilar os modelos das empresas americanas. Já o conselheiro de Donald Trump foi mais direto e alegou que há “evidências substanciais” de que o Deepseek “destilou o conhecimento a partir dos modelos da OpenAI”.

“Intermináveis pensamentos sobre o trimestre seguinte reduziram a marca Nvidia de valor baixo [F-Tier] para valores altos [S-Tier] (…) As RTX 5070 deviam ter no mínimo 16 GB de VRAM, as RTX 5080 24 ou 32 e as 5090 32/48/+. Lançar uma GPU [unidade de processamento gráfico] de 1000 dólares em 2025 com uns arrepiantes 16 GB é um crime monopolístico contra o consumidor”, atacou Edward Snowden na rede social X. O ex-analista e denunciante voou para a Rússia depois de ter revelado documentos que evidenciavam as práticas de espionagem digital da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA). É a partir dali, já com nacionalidade russa, que Snowden continua a escrever e falar sobre temas como vigilância, cibersegurança, computação e política.

As críticas de Snowden à Nvidia e às configurações da nova série de placas gráficas são corroboradas pela comunidade. Na PCGamer, por exemplo, na análise à RTX 5080 escreve-se que esta é “estranhamente não excitante” e que tem um desempenho mínimo para esta geração. A RTX 5090 é um pouco melhor, apesar do aumento de 400 dólares no preço face às RTX 4090.

Com a atenção virada para o segmento da Inteligência Artificial, onde está a manter-se na dianteira, a Nvidia lançou uma nova geração de gráficas que foi recebida com um misto de reações. Apesar de as RTX 5080 e 5090 terem esgotado em alguns mercados, ainda não se sabe se isso se deveu à elevada procura ou simplesmente à escassez de oferta.

A chinesa Deepseek, com o seu modelo R1 significativamente mais barato, vem dar um novo enquadramento à corrida da Inteligência Artificial, de onde a Nvidia pode sair beliscada se se comprovar que efetivamente é necessário menos poder de processamento do que tem vindo a ser preciso até agora, o que poderá obrigar a empresa a voltar a apostar no desenvolvimento de hardware capaz de surpreender.

Com a agricultura atual a ser responsável por 25% das emissões poluentes, a maior consumidora de água e podendo levar à erosão dos solos e poluição das águas, a Google pretende usar a tecnologia para alcançar uma situação melhor. É assim que surge a Heritable Agriculture, uma startup incubada na ‘fábrica’ X da Google, onde serão usados dados e sistemas de aprendizagem automática para melhorar as colheitas. “As plantas são alimentadas a energia solar, negativas em termos de carbono e máquinas que se montam sozinhas alimentadas a sol e água”, escreve a nova startup.

A organização predispõe-se a analisar conjuntos massivos de dados com recurso a Inteligência Artificial e aprendizagem de máquinas para desenvolver instruções que tragam a atividade de mais de 12 mil anos para o século XXI, descreve o TechCrunch.

O projeto é liderado pelo físico Brad Zamft, que já colaborou em diversas empreitadas semelhantes no passado. “Deram-me liberdade para trabalhar no que quisesse, desde que pudesse ser escalado para um negócio do tamanho Google. Essa foi a premissa. A ideia de como podemos fazer melhor com plantas otimizadas ficou-me na cabeça e ganhou tração com a liderança”, descreve o especialista. A startup analisa os genomas das plantas para determinar quais as combinações que podem levar a um aumento de produção de colheitas: “Ao entender os genomas, as colheitas podem ser feitas com traços mais amigos do clima para aumentar o rendimento, baixar os requisitos de água e levar a um maior armazenamento de carbono nas raízes e no solo”.

Os modelos inteligentes foram testados em milhares de plantas, desenvolvidas especificamente em câmaras especializadas na sede da X na Bay Area, com outros testes a decorrerem noutras regiões dos EUA.

“Não estamos a desenvolver plantas com genes editados e a modificação genética não está nos planos. Pode eventualmente chegar, mas estamos a ver uma enorme necessidade para identificar o que deve ser plantado e como melhorar as plantações – cruzando uma planta-mãe e uma planta-pai, não usando ainda a biotecnologia”, detalha Zamft.

O próximo objetivo da Heritable Agriculture é comercializar estas soluções, mas ainda não são conhecidas datas, nem empresas clientes para já.

Acerca das guerras, como já testemunhamos várias vezes e em tantas delas de forma dramática, sabemos como começam, mas desconhecemos sempre como e quando acabam. Desta vez, no entanto, as coisas são ligeiramente diferentes. Já sabemos que a próxima grande guerra comercial, segundo o anúncio feito no sábado por Donald Trump, vai iniciar-se precisamente às 12.01 de amanhã (presume-se que seja o horário de Washington…), quando entrarem em vigor as tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, e de 10% sobre as da China – um valor que, neste caso, se soma às que já estavam em vigor.

Ao que tudo indica, este será apenas o primeiro tiro de uma guerra que, nos próximos tempos, deverá atingir muitos outros países e blocos económicos. Por isso, a sua duração é, neste momento, completamente imprevisível. Até porque, como acontece sempre, as guerras aumentam de intensidade à medida que os dois lados se vão atacando mutuamente: após um ataque é sempre preciso esperar uma contraofensiva. E, acima de tudo, muitos efeitos colaterais em países que, como se diz em linguagem corrente, sofrem consequências “por tabela”.

É precisamente por isso que esta guerra comercial anunciada por Donald Trump deve preocupar o mundo. Embora as tarifas sejam dirigidas apenas, para já, aos vizinhos diretos dos EUA e ao seu adversário estratégico, ninguém duvida que, dentro em breve, elas irão ser impostas às importações de muitos outros países – nomeadamente às da União Europeia.


As consequências deste clima bélico – embora ainda apenas circunscrito às questões comerciais – são desconhecidas. A generalidade dos economistas acredita que esta guerra comercial irá ter consequências globais, fazendo abrandar os índices de crescimento económico e, com isso, criar um sentimento de incerteza em muitas empresas e, consequentemente, atingir diretamente a vida de milhões de pessoas, em todos os continentes.

Há quem garanta que se vai assistir a novos aumentos de preços e ao regresso de alguma espiral inflacionária. E, acima de tudo, a uma interrupção das regras em que assentou o comércio mundial nas últimas duas décadas.

Independentemente de tudo, o que podemos ter a certeza, a partir de agora, é que, com Trump, a noção de “América primeiro” significa uma “América isolada”. Ele vai tentar impor a sua lei já não pela força das armas (por enquanto…), mas definindo as regras de entrada no seu valioso mercado interno, com mais de 340 milhões de consumidores. Sem querer saber de mais ninguém, muito menos de quem já foi aliado de Washington.

Os EUA são o maior importador mundial e, por isso, ocupam uma posição fundamental para o comércio externo de metade dos países do planeta. Mais de 70% das exportações do Canadá e do México são para o seu vizinho de fronteira. Durante décadas, empresas dos três países da América do Norte beneficiaram dessa aliança, criando cadeias de abastecimento que exploraram o melhor de cada um: a força de trabalho barata do México, as matérias-primas do Canadá e a inovação tecnológica dos EUA.

Este modelo foi replicado, de certa forma, em outras partes do mundo, criando situações de dependência mútua, mas que foram beneficiando muitos países, nestes anos de intensa globalização, como foi o caso da Irlanda (que envia um terço das suas exportações para os EUA), mas também da Índia, do Vietname e do Cambodja, em relação a produtos têxteis.

A verdade, no entanto, é que os EUA consumem mais do que aquilo que produzem. E esta guerra de tarifas terá, imediatas consequências para os consumidores americanos: não só os produtos importados ficarão mais caros, como isso também acontecerá com os que forem fabricados no país com matérias-primas estrangeiras. Sabe-se, por exemplo, que no complexo processo de fabrico de automóveis, muitas peças e componentes saltitam várias vezes entre fronteiras, ficando a partir de agora, sujeito a novas e pesadas tarifas.

A força dos EUA é também a sua fraqueza: a guerra de tarifas pode ter um efeito ricochete que, porventura, Trump pode não ter antecipado. O Canadá, o México e a China já anunciaram que vão retaliar. Da mesma forma que também já a Europa afirmou que não deixará a Gronelândia cair em mãos americanas – por maiores que sejam as tarifas que Trump possa querer impor, como retaliação.

Os dados são já do conhecimento de todos. O clima de confronto está instalado e o risco de escalada do conflito e de disrupção do mercado mundial é evidente. A guerra vai iniciar-se dentro de momentos. E o seu desfecho, como sempre, será incerto. Com uma certeza, porém, como em todas as guerras: os mais pobres serão as principais vitimas.

A noite mais importante do mundo da música teve lugar este domingo em Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, numa cerimónia marcada por homenagens aos bombeiros que combateram os incêndios que devastaram a região há pouco menos de um mês. Antes do evento, foram diversas as personalidades do mundo da música e do espetáculo que desfilaram pela passadeira-vermelha e “roubaram” as atenções da audiência.

De castelos na cabeça – sim, literalmente -, a looks cheios de sensualidade e elegância ou até mais conservadores, as indumentárias das celebridades que passaram por esta edição não deixaram ninguém indiferente. Chappell Roan, a primeira a chegar à Crypto.com Arena, encantou o público com um vestido amarelo vivo e azul-bebé estampado com laços pretos nos ombros, um look vintage de assinatura Jean-Paul Gaultier, inspirado em obras de Edgar Degas. Já Lady Gaga, também conhecida pelo seu lado teatral, escolheu um vestido preto de Vivienne Westwood, num estilo gótico e um novo corte de cabelo a condizer. Sabrina Carpenter, uma das artistas mais esperadas da noite, optou pela sensualidade e glamour, com um vestido azul-bebé de cetim, sem costas, da autoria de JW Anderson.

Se muitos destes looks foram um “tiro certeiro” na opinião do público, outros chocaram pela negativa. O rapper Kanye West e a sua esposa, Bianca Censori, protagonizaram um dos momentos mais falados da noite após, chegados à passadeira-vermelha, a australiana despir o casaco que usava para revelar um vestido totalmente transparente. De acordo com a Page Six, o músico norte-americano e a arquiteta foram convidados a deixar o evento.

Já Jaden Smith, filho do ator Will Smith, nomeado pela obra “Empathogen”, também se tornou viral nas redes sociais após escolher usar, na cabeça, um castelo preto.

Os vencedores

Kendrick Lamar, rapper e músico norte-americano, foi o grande vencedor da noite ao conquistar cinco das sete categorias para as quais estava nomeado, incluindo “Gravação do Ano”, “”Melhor Canção Rap” e “Música do Ano” para o tema “Not Like Us”, lançada no ano passado num confronto lírico entre o rapper e o cantor Drake.

Para saber mais: Drake vs Kendrick Lamar: O confronto lírico entre os maiores rappers da atualidade que está a apaixonar a Internet

Já Beyoncé foi a vencedora do prémio mais aguardado da noite com “Cowboy Carter” a conquistar o galardão de “Melhor Álbum do Ano”, o primeiro Grammy da cantora nesta categoria, para a qual já esteve nomeada várias vezes. A norte-americana arrecadou ainda a distinção de “Melhor Álbum Country”, tornando-se na primeira mulher negra a conquistar o prémio.

A noite contou ainda com prémios para Chappell Roan – coroada a “Artista Revelação” de 2024 -, Sabrina Carpenter – que subiu ao palco dos prémios pela primeira vez para receber a distinção “Melhor Álbum Pop Vocal” – e Lady Gaga e Bruno Mars, vencedores da categoria “Melhor Performance Pop em Duo ou Grupo”.

A gala contou também com a presença de diversos artistas bem conhecidos como Taylor Swift, Billie Eilish, Charli xcx, Doechii, Will Smith, Stevie Wonder e Shakira.