Oito anos após a assinatura do Tratado de Washington, Karl Deutsch desenvolveu o conceito de “comunidade de segurança” em volta da formação e manutenção de uma comunidade política no Atlântico Norte, definindo-a como “entidade política integrada, consciente de que os seus problemas comuns podem ser resolvidos de maneira pacífica, por via de procedimentos institucionais sem recurso à força física”. Para que um grupo de Estados promovesse uma aproximação, o cientista político checo identificou quatro condições: a perceção de uma ameaça comum; a presença de um Estado dominante, promotor dessa integração transnacional; valores compatíveis entre os membros; e instituições responsáveis que promovam uma eficaz governabilidade no quadro do espaço de integração. O contributo de Deutsch para a formação e manutenção de alianças resulta de uma visão mais institucionalista do que exclusivamente centrada na perceção de uma ameaça comum enquanto fator de integração política e de segurança regional.
Trinta anos depois, Stephen Rock sugeriu que uma integração entre economias heterogéneas, cujos principais bens produzidos sejam complementares, tende a produzir proveitos mútuos e a reduzir os níveis de competição e o choque de interesses entre Estados. Rock defendeu ainda que uma potência no domínio naval e outra no domínio terrestre têm mais propensão a cooperarem do que, por exemplo, duas potências militares terrestres, em que os seus interesses estratégicos podem facilmente entrar em conflito. Além disso, sublinhou a importância dos valores políticos como garante de aproximações: sistemas políticos e orientações ideológicas similares ajudam os Estados a assumir aproximações mais profundas e duradouras, sustentadas numa confiança mútua e em procedimentos políticos e económicos internos com os quais se identificam.