Dos centros da Antiguidade Clássica às grandes metrópoles modernas, como Nova Iorque ou Xangai, as cidades têm sido motores de progresso ao longo da História e palco das nossas maiores conquistas civilizacionais, como o nascimento da democracia em Atenas, o Renascimento em Florença, a Revolução Industrial em Manchester ou a revolução digital em Palo Alto.
Em Age of the City: Why our Future Will Be Won or Lost Together, Ian Goldin e Tom Lee-Devlin argumentam que as cidades concentram os desafios contemporâneos e o laboratório das soluções para os grandes desafios do futuro. Com mais de metade da população mundial ali a viver, podendo chegar aos dois terços em 2050, as mesmas representam mais de 80% do produto interno bruto global. O surgimento e a evolução das cidades no século XXI são o foco central do livro, no qual os autores identificam quatro grandes ameaças a um futuro sustentável: as pandemias numa globalização assente na livre circulação de pessoas e bens; os danos vertiginosos já causados pelas mudanças climáticas; a incapacidade de travar as desigualdades económicas e intergeracionais; e a solidão simbolizada pelo nosso recuo para uma atomização social online. Acrescem a isto uma globalização e uma mudança tecnológica muito rápidas, geradoras de grandes concentrações de riqueza num pequeno número de metrópoles em expansão, deixando muitas cidades e vilas menores para trás, alimentando assim uma nova fase do ressentimento populista. Sem derrotismos, Goldin e Lee-Devlin apontam caminhos e prescrevem pistas realistas para inverter tendências enraizadas.