O painel de comentadores do Olho Vivo começou pela apresentação, no fim de semana passado, dos programas eleitorais do PS e da AD. “A apresentação dos programas por parte do PS e da AD veio tarde, mas permitiu de facto separar as águas entre os dois principais candidatos: do lado da AD, defende-se uma descida de impostos, num cenário macroeconómico otimista; do outro lado, o PS não abdica de defender o papel do Estado na economia”, disse Sara Belo Luís. De assinalar ainda que, nos temas das defesa, da Europa e das “contas certas”, os dois partidos estão alinhados.
Alexandra Correia salientou ainda: “O programa do PSD tem as bases do liberalismo, o choque fiscal, com a redução de impostos para chegar a menos Estado. O do PS é ‘cauteloso’, como classificou Pedro Nuno Santos, preocupado com as contas certas”. “Nenhum deles quer alienar importantes classes profissionais na hora do voto e continuam a promessas aos professores, aos polícias, aos médicos… Como se faz isso com menos Estado e contas certas?”, pergunta a subdiretora da VISÃO. Para Filipe Luís, “é na economia e nos impostos, bem como na saúde, que os programas eleitorais do PS e da AD se distinguem”: “O PS mais estatista e interventivo, mas também mais prudente, do ponto de vista do cenário macroeconómico, e a AD mais liberalizante, mas com um cenário macroeconómico otimista, presumivelmente por efeito do seu choque fiscal, mas que nao tem em conta os imponderáveis da situação internacional”.
Além de se comentarem os principais debates televisivos para as legislativas de 10 de março, no Olho Vivo desta semana falou-se ainda sobre a Operação Zarco, no âmbito da qual o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia foram detidos, depois de terem sido constituídos arguidos por suspeitas de corrupção. “Independentemente de se saber se os arguidos são culpados ou não, o Ministério Público parece ter um problema de competência, pelo menos, no que diz respeito à solidez da prova que apresenta aos juízes de instrução. Entretanto, cairam governos…”. Alexandra Correia argumenta que a procuradora Lucília Gago deve dar explicações ao País: ““Há muito tempo que o Ministério Público passou para lá da palavra embaraçoso.”
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