As notícias sobre casos de corrupção no coração do Governo de Kiev, com demissões e demitidos (inclusive o ministro da Justiça), não são boas para ninguém: nem para Zelensky, nem para os aliados que enviam biliões de euros para apoiar a Ucrânia. É urgente que o presidente ucraniano se pronuncie publicamente — e no momento e local certos — sobre a gravidade da situação.
A Europa está inquieta com tudo isto, tanto mais que algumas das figuras mencionadas são, e estão, muito próximas do presidente e do seu gabinete. Se na Ucrânia já existiam más notícias relacionadas com casos de corrupção — aliás, um dos problemas graves que precisa de ser resolvido para Kiev poder aderir à União Europeia —, agora tudo se torna ainda mais complicado e exige explicações urgentes e medidas firmes.
Desde 2022, com o início da guerra e o impulso dado ao processo de adesão à União, tem chegado à Ucrânia um rio de dinheiro. Isso obriga a uma vigilância sem precedentes, para que não seja posta em causa qualquer parte da ajuda concedida ao país. Infelizmente, este será mais um tema oferecido a Putin, mesmo sendo ele líder de um dos países mais corruptos do mundo.
Zelensky tem de agir forte e rapidamente a todos os níveis, como dotar as forças de investigação e a Justiça de todos os meios necessários e ordenar um levantamento rigoroso do percurso de todos os fundos — e não só — que já chegaram ao seu país. Os aliados precisam de explicações rápidas para evitar um congelamento, ainda que temporário, de todas as ajudas. A Ucrânia precisa de um novo Governo. Urgentemente.
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