1. Nova Jérsia, Virgínia e Nova Iorque vão a votos na terça-feira, em eleições atípicas: nos dois primeiros casos, para escolher o governador, e no último, para eleger o mayor. São três estados democratas que levaram Obama a intervir na campanha. Todos querem que estas eleições sejam vistas como um referendo a Trump, que ainda não leva um ano de presidência, mas dificilmente poderão ser encaradas dessa forma. No final de 2026, sim, as eleições intercalares mostrarão o que os americanos pensam do presidente, do seu estilo errático de governação e do permanente caos na Casa Branca. Trump apoia os candidatos republicanos, mas a uma distância prudente, para não ser apanhado em contramão — e até pode acontecer uma surpresa.
2. Apostado em tornar-se um Nobel da Paz, Trump tem uma característica invulgar: passa a vida a ameaçar países e regiões com intervenções militares — e a falar de guerra. É a inversão do Nobel. Conta com um poderoso grupo de combate, liderado pelo mais moderno porta-aviões, posicionado próximo da Venezuela, em prontidão para intervir. Ordena a destruição de todas as embarcações que naveguem na região — como se esse fosse o papel das Forças Armadas americanas: combater o tráfico de droga — e ameaça o Hamas e agora a Nigéria com uma intervenção militar direta. Estamos a falar de Putin? As semelhanças confundem. Aliás, Trump faz tudo para o imitar: Putin lançou um míssil movido a energia nuclear? Pois então, os EUA anunciaram que vão testar novas armas nucleares. «Imediatamente».
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