Se a grandiosa parada militar em Pequim tivesse acontecido em Washington, ninguém estranharia o moderno arsenal à disposição do Pentágono: são cópias quase perfeitas das armas americanas — tanques, veículos blindados, jipes, drones, aviões e uma panóplia de outros equipamentos militares.
Sabia-se que a China copiava tudo o que era possível do armamento ocidental, em particular dos EUA, mas é preciso ter descaramento para o mostrar ao mundo e aos seus amigos inseparáveis, Putin e Kim. Para eles, o recado foi claro: quem manda agora sou eu. (Como se encolheu Putin)
E para o Ocidente, a mensagem era igualmente poderosa: temos umas forças armadas fabulosas, imbatíveis, com tudo o que de mais moderno existe no Ocidente — e, por isso, tomem nota desta demonstração de força.
Resta um enigma: também a Rússia realizava paradas militares grandiosas, com as «melhores» armas do mundo, mas o resultado viu-se na Ucrânia — ou eram velharias, ou equipamentos pouco fiáveis. Mas Xi tem lata: sabe de onde vieram e continuam a vir (roubados) os planos para produzir determinadas armas e, com orgulho, mostra o seu músculo. Há, efetivamente, uma mudança geoestratégica. A China é agora a única verdadeira superpotência que rivaliza com os EUA.
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