Integrar no programa de Governo, 80 medidas propostas por partidos da oposição, especialmente pelo Chega e pelo PS, é um bom começo para uma legislatura. Não interessa se as propostas são deste ou daquele partido; o que importa é que sejam benéficas para os portugueses. E essa é a vantagem das democracias: o poder não tem iluminação divina.
O que importa agora é que o Executivo de Luís Montenegro inicie a governação, mantendo o ritmo acelerado que se verificou no anterior mandato. Foi isso que os eleitores decidiram. Em 11 meses resolveram-se dezenas de problemas e, agora, com mais margem, o Primeiro-Ministro quer dar novo impulso ao que vinha de trás.
O país político — que não é o país real — está excessivamente concentrado nas presidenciais, com a apresentação da candidatura de António José Seguro — um suspiro de alívio para José Luís Carneiro — passando um pouco despercebidas as eleições mais próximas: as autárquicas. Também aí se mede o pulso eleitoral.
Candidatos a Belém já temos três, confirmados, mas poucos terão dúvidas de que surgirão mais, tanto à esquerda como à direita, o que complica a vida aos candidatos que foram ex-líderes partidários. Sem se mexer, mas bem visível, está o almirante Gouveia e Melo, que deverá contar com o apoio direto do Chega — uma boa vantagem para arrancar. Está tudo em aberto, portanto