Dia longo demais. De desconfiança no Parlamento. De danças e contradanças. Disto e daquilo. Contra e a favor. Dia em suspenso. A entrar pela noite dentro. Foi assim o dia em que o Governo caiu.
Não houve estrondo nem foguetório. A Parlamento não deu confiança ao governo. Não lhe ligou. Acabou. Agora. Em Maio tudo voltará. Eleições, nova distribuição parlamentar, conversas e entendimentos que resultarão num Governo que terá de durar, pelo menos, mais de um ano.
As culpas e desculpas servem de nada, agora. São os portugueses, com a sua vontade, que vão decidir o futuro coletivo. É assim. Não é que não saibam em quem vão votar. Votaram há um ano, e o resultado está à vista.
O Governo trabalhou, reformou, decidiu, empurrou o país. Mas caiu por falta de sustentação. É como nos aviões. A velocidade foi superior à resistência, mas o peso político negativo não conseguiu sustentar a fragilidade do apoio parlamentar.
No dia em que o Governo caiu houve avanços e recuos, conversas e seduções, vontades e disparates. Foi uma sessão extenuante. Para todos. Deputados, Governo e portugueses. Foi longe demais. Não era necessária tanta reviravolta. Mas aconteceu. Ocorreu. Calhou.
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