Emmanuel Macron, na Sala Oval, corrigiu e colocou Donald Trump na defensiva, na sua própria Casa, mostrando que a França e a Europa não têm qualquer receio de que os Estados Unidos se possam retirar da NATO ou transformar a sua participação num mero ato simbólico.
Trump ouviu das boas e não gostou. Quis centrar-se apenas no dinheiro americano investido na Ucrânia, em equipamentos militares e ajudas financeiras diretas, repetindo que queria esse valor de volta, através do tal negócio das Terras Raras. No entanto, o presidente francês silenciou-o, afirmando que a Europa tinha investido o mesmo montante, além do que ainda será entregue, mas não como um empréstimo a Kiev. A Europa ajudou, deu, ofereceu os milhões em nome de um país que não se vergou à barbaridade do seu vizinho. E mais fará!
Aí sim, viu-se um Macron aguerrido, consciente do seu papel e do seu poder como líder de uma potência nuclear, capaz de dizer a Washington que o guarda-chuva americano pode ser substituído pelo francês e pelo britânico. Trump vai encontrar-se com Putin, não reteve metade do que foi dito e insiste na ideia de que a Rússia não lançou, há precisamente três anos, uma operação militar especial para eliminar Zelensky e transformar a Ucrânia numa nova Bielorrússia.
Na quinta-feira, dar-se-á o confronto com a Grã-Bretanha, que já percebeu com o que pode contar. Sir Starmer não tem qualquer afinidade com o presidente americano e considera que Trump está a destruir a credibilidade e a confiabilidade dos Estados Unidos. A menos que isso mude rapidamente, com um novo Congresso, mais valerá a todos os aliados da NATO concentrarem-se no reforço das suas capacidades militares a curto prazo, integrando todas as inovações testadas na guerra da Ucrânia.
Macron, finalmente, elevou-se e bateu-se, taco a taco, contra o homem supostamente mais poderoso do planeta, e ganhou esse confronto. Sem qualquer medo. Se os EUA de Trump não querem participar no apoio à Ucrânia, então que abandonem a Aliança Atlântica e fiquem isolados no seu continente, perante uma China cada vez mais agressiva e poderosa e um Putin que também manda na Casa Branca. Que interessante 2025!
Vergonha: EUA votam contra Resolução da ONU a condenar guerra na Ucrânia, ao lado da Rússia, China e Coreia de Norte. Sem Vergonha!
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