Antes da Rotunda (do Congresso), na Rotunda e depois da Rotunda, Trump será o presidente com maior probabilidade de sofrer atentados, quando comparado com todos os outros – Reagan sofreu um à saída de um hotel em Washington. Por essa razão, os Serviços Secretos foram reforçados e estão em alerta máximo. Se a prontidão fosse militar, seria equivalente ao «DefCon1» no Pentágono.
Na minha geração, é a primeira vez que se assiste ao regresso de um presidente para um segundo mandato, mas com uma derrota pelo meio. Na História, não haverá muitos casos semelhantes. Com o seu estilo estridente, Trump começará por onde terminou a 20 de janeiro de 2021: a perdoar aos que invadiram o Capitólio, a fechar as fronteiras, a deportar, a aumentar as taxas alfandegárias e a incompatibilizar-se com praticamente todos os seus parceiros internacionais, com exceção da China, da Rússia e da Coreia do Norte.
Trump não tem nada a perder. Se já entrou na História pela imprevisibilidade do seu primeiro mandato, tudo indica que fará mais – e pior. O seu executivo será um espelho da sua mitomania: cada membro mais leal do que o anterior, e apenas aqueles que o bajularam nos últimos quatro anos terão direito a um lugar na mesa presidencial.
Muitos cairão pelo caminho, incapazes, física e mentalmente, de suportar as reviravoltas constantes e a governação pelas redes sociais. Outros aparecerão. O chefe de gabinete – equivalente a um primeiro-ministro – que mais tempo resistiu no primeiro mandato foi o general dos Marines de quatro estrelas, John Kelly. As apostas em Washington dão no máximo 18 a 24 meses para que a «rainha do gelo», Susie Wiles, derreta, tal a onda de calor na Casa Branca.
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