Alguém escreveu, ou disse, recentemente, que Luís Montenegro ganharia sempre todos os debates na AR. Confirma-se. Neste primeiro confronto quinzenal, o PM este à altura desse vaticínio. E não foi por falta de excelentes líderes-oradores na AR. Estão todos em crescendo, mas há dois ou três casos que merecem reconhecimento:
Pedro Nuno Santos está cada vez mais solto, capaz de improvisos de oratória que poucos conseguem, e usa o modelo dos pastores evangélicos americanos, senhores de uma retórica entusiasmante e apelativa nos seus melhores momentos.
André Ventura apurou o estilo incisivo e é dono de uma narrativa discursiva impactante do princípio ao fim. É repentino, muitas vezes não mede a agressividade com que fala, mas bate sempre nas teclas que quer. Cativante, por isso. No espectro político.
Mariana Mortágua está a ganhar peso, já tem muita experiência, e sobe degraus em cada debate que participa. Não se perde em grandes enredos e é veemente nas palavras que usa. Tem também uma caraterística importante neste modelo de oratória: muita expressividade nas suas intervenções, o que agrada e ajuda.
Mas o PM bate todos. Adora improvisos, é eloquente e retórico, e sempre gostou de um bom combate político parlamentar. Está no seu meio, e agora com capacidades multiplicadas, por ser chefe do Governo e dominar todos os assuntos de Estado. Luís Montenegro pode cair por muitas razões, mas nunca por falhar na arte da oratória.
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