Há uma grande dose de esperança e expectativa no novo Governo. Não há lugar para estados de suspensão ou tempo suplementar de experimentação. Dividido como está o Parlamento e o país, a exigência sobre este Executivo é maior do que em qualquer outro caso recente ou passado. Não há tempo para se ir governando, devagarinho, levemente, sem se dar por isso.
O novo primeiro-ministro sabia de tudo isto quando escolheu os 17 ministros que o vão acompanhar na posse em Belém. São novos, são bons, e são atrevidos. É quanto basta para terem sucesso, mesmo que lhes falte apoio parlamentar. Se Luís Montenegro tiver de ir a votos novamente, vai mais forte e já com o duro teste da realidade.
Sexta-feira tomam posse os secretários de Estado, que se espera não serem 36, como agora. Este Governo tem de ser mais curto, menos pesado, em benefício da eficácia e rapidez. Percebeu-se que mexer na orgânica seria perder mais tempo, mas será simbolicamente positivo que sejam em menor número, mas também jovens, e com ambição política. Um bom secretário de Estado faz o sucesso de um ministro e do respetivo Ministério.
Está na hora de Luís Montenegro. Que chegou inesperadamente. No dia 6 de Novembro de 2023 não sonhava, nem de longe, que seria PM de um novo Governo de centro-direita em Portugal. Nunca tão cedo. Nunca com uma maioria absoluta em exercício.