Alexei Navalny já constava da lista de mortes ordenadas por Putin. Foi envenenado, mas sobreviveu, voltou a Moscovo e morreu agora numa prisão nos confins do círculo polar Ártico. Há várias listas, mas John Seewney, jornalista britânico galardoado, no “Assassino no Kremlin”, compilou-as por tenebrosas categorias:
- Envenenados: começa em Anatoly Sobchak, para quem Putin trabalhou em São Petersburgo, passa pelo ex-KGB Alexander Litvinenko e acabava, na altura, em Alexei Navalny, que se salvou na Alemanha. Anna Politkovskaya também foi inicialmente envenenada, não resultou, e assim passou para a lista seguinte.
- Mortos a Tiro: são vários os executados, como a jornalista Anna Politkovskaya e Boris Nemtsov, adversário de Putin, assassinado no centro de Moscovo. Numa ponte, noite dentro, a sangue-frio.
- Mortos em Acidentes: são desastres fatais de carro e quedas de aviões e helicópteros. Jornalistas são alguns, como Artyom Borovik, passando pelo general Alexander Lebed, um herói de guerra, até ao advogado britânico da Yukos, Stephen Curtis, cujo helicóptero, acabado de estrear, se despenhou nas proximidades de um aeroporto britânico. Acrescenta-se, a esta lista, a explosão do avião de Evgeny Prigozhin.
- Mortes Estranhas: Boris Berezovsky enforcou-se perto de Ascot, vários jornalistas russos de investigação morreram sem explicação, tal como o chefe do GRU, a agência secreta militar, general Igor Korobov. Alguns dos jornalistas investigavam o grupo Wagner.
- Suicídios: Já são tantos que merecem uma lista própria. A jornalista Olga Kotovskaya caiu do seu apartamento no 14º andar em Kaliningrado, e o britânico que era o braço-direito de Berezovsky, Scott Young, atirou-se de um 4º andar em Londres. Outro jornalista famoso, Max Borodin, foi de um 5º andar.
Destas listagens incompletas – quase 40 pessoas – não constam os poucos que conseguiram sobreviver, como Sergei Skripal, ex-GRU, e a filha. Foram milagrosamente socorridos num parque público, em Salisbury, Reino Unido, por uma enfermeira que lhes injetou atropina e chamou as equipas médicas de emergência.
Não se sabe, por agora, como morreu Alexei Navalny, mas ninguém tem dúvidas sobre quem o mandou assassinar. Putin, como Estaline, tem uma lista com nomes que vai riscando a traços vermelhos. À medida que manda executar!
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