A nova e jovem Diretora Geral da Saúde, Rita Sá Machado, disse, há poucos dias, que a taxa de mortalidade em Portugal vai continuar excessiva, acima da média, devido ao frio e ao vírus sincicial. Obrigado pela informação. De 1 de Janeiro até ontem (dia 14) a média móvel é de 449 mortes por dia, com incidência especial nos grupos etários mais idosos, mas também preocupante nas idades acima dos 45 anos.
Certamente que os títulos e os textos jornalísticos não expressaram corretamente o alerta na nova chefe da DGS. Lido assim, sem mais, a culpa é do frio e do vírus, e nada a fazer. Ponto final. É excessivo, sim, mas é o que é. E a Direção Geral de Saúde fica quieta? Parada? Apenas a contabilizar?
Será que Rita Sá Machado está no lugar certo para acudir às nossas aflições coletivas? Não faz nada? Diz que vem aí a mortalidade excessiva, mas limita-se a dar a notícia? Sabe-se que a nova chefe vem da OMS – a mesma organização que teve de ser empurrada para reconhecer a pandemia do Covid – mas isso em si mesmo não parece, afinal, uma excecional qualificação para lidar com os dramas da saúde nacional.
Colocando os números no sítio certo, nestes primeiros 14 dias de Janeiro de 2024 já morreram 6.286 pessoas (média móvel de 449/dia nos últimos sete dias), quase tantos como nos piores momentos da pandemia em 2021, nos mesmos dias de Janeiro (7.802 mortes). E que faz a DGS? Confirma que é excessivo!
Para avolumar o nosso problema basta dizer que por dia, em Portugal, registam-se em média 232 nascimentos, o que significa que não podemos continuar a perder população a este ritmo. É verdade que está a crescer a natalidade, quando comparada com anos anteriores, mas a manter-se assim estamos no limiar da categoria das espécies em extinção.