Quem não conhece um mitómano? Ou dois? Mas poucos terão lidado, de perto, e ao vivo, com um Grande Mitómano, como Donald Trump. Ele é um exemplar humano que vive sempre no limite máximo de um transtorno psicológico que se caracteriza pela compulsão de contar mentiras, de forma crónica e deliberada, ou de inventar experiências e feitos pessoais fictícios e exagerados. De tanto inventar e fantasiar, ele (eles) acredita nas suas próprias mentiras.
Um mitómano cheira-se à distância. Reconhece-se pelo estilo. Pela conversa. Pela lábia. Eles requerem atenção, têm um desejo incomensurável de grandeza pessoal e profissional, e lutam pelo poder. Esta é a história real de Trump, ex-presidente, candidato, e réu num tribunal cível em Nova York.
Trump poderia ser um pequeno mentiroso, ocasional, sem causar dano. Mas com ele é tudo em grande. Faz cara de mau, e de pau, insulta o juiz e a procuradora, e adora as câmaras de televisão. É o dono da festa e dos foguetes. E que temos a ver com Trump? Nada por agora. Mas sabe-se lá em 2024. Outros mitómanos viveram na Casa Branca, é verdade. Mas nenhum com o transtorno destes. Tão pesado. Tão intenso. Tão incorrigível.
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