As forças russas no Donetsk já apanharam com os Leopard 2, e a experiência não foi agradável. Os primeiros passos da ofensiva terrestre foram dados esta madrugada, e o cenário reportado por Moscovo é de histeria: é um ataque global, em várias frentes, com mais brigadas e equipamentos do que estavam à espera. Kiev mantém o silêncio.
Está a testar as defesas russas ao longo de centenas de quilómetros, abrindo corredores para os ataques em grande escala que serão impressivos e fulminantes, como prenunciaram vários peritos militares americanos e de outros países da NATO. Moscovo sabe que chegou a hora da sua tragédia. Não tem como enfrentar um exército extraordinariamente motivado e equipado com as melhores armas do mundo.
A rapidez do ataque está nas mãos dos militares ucranianos, que têm de manter o momento ofensivo até entrarem as novas vagas. Isolar a Crimeia, atingir o Mar de Azov, e cortar todas as linhas logísticas, e de comunicações, são os objetivos primários desta ofensiva. A Ucrânia vai ganhar a guerra, que será o fim de Putin e da sua autocracia. Os mercenários do grupo Wagner já capturam oficiais russos, e Prigozhin tem homens suficientes para gerar o pânico nas chefias militares da Rússia.
O caos vai espalhar-se, a fuga será desordenada, as rendições vão avolumar-se. Não há controlo político no território invadido que permita segurar uma frente, nem os comandantes militares russos no terreno terão autoridade e força para organizar uma defesa consistente. Putin queria destruir e anexar a Ucrânia, e liquidar Zelensky, e no final será sempre ele a perder tudo. Há um senão, contudo: perdido, sem saída, acossado, Putin pode atirar-se para o apocalipse, e não faltam os que o tentam empurrar para esse inferno nuclear. É agora, ou muito brevemente, que Putin tem de ser parado. Travado. Imobilizado.
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