Em apenas 23 dias deste ano, só 23!, já morreram dezenas de americanos nos 36 massacres e ataques cometidos em vários estados. É mais de um ataque por dia. Não há cidades melhores ou piores, ou mais vulneráveis do que outras. O que há é uma pandemia de armas de todos os tipos, ao alcance de qualquer pessoa, e uma força policial cada vez mais limitada, e ineficaz, nas suas ações de proteção.
Há cidades onde se vive em violência permanente, com bairros interditados, e um medo crescente de jovens instáveis e armados, que assassinam em lugares públicos, sejam igrejas, centros comerciais ou escolas. E é nessas cidades que a polícia está a ser limitada, com fundos reduzidos para a prevenção e vigilância. As forças policiais têm medo de atuar, estão constantemente vigiadas, e em muitos casos já deixaram de se preocupar com a segurança pública.
Ser polícia, nos Estados Unidos, já não interessa a ninguém. Mas ter uma arma, de preferência uma metralhadora que imita as militares, passou a ser o objetivo de qualquer cidadão que acha que tem de se defender pelos seus próprios meios.
O Congresso está refém dos fabricantes de armas – o maior e mais antigo negócio americano – os governadores não têm autoridade para impor restrições severas no acesso a esse arsenal, e o presidente já não sabe o que fazer. Há uma guerra aberta nos Estados Unidos, que ninguém consegue travar. São 36 massacres e ataques em apenas 23 dias.
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