A 20 dias das eleições, a sondagem das sondagens, do jornal Politico americano, na versão europeia, confirma a bipolarização das legislativas. O PS com 38%, o PSD com 31%, e depois os partidos de um dígito, sendo que nesta média, de todos os inquéritos nacionais, e aplicado o algoritmo, o Bloco e a CDU estão empatados, com 6%, o Chega com 5%, o mesmo para a Iniciativa Liberal, depois o CDS e o PAN, ambos com 2%, e o Livre mantem-se no 1%.
A curiosidade, por agora, é a intensa disputa para o terceiro lugar, mas parece evidente que tirando os dois grandes partidos nacionais, nenhum dos outros alcançará os dois dígitos, e nota-se que a subida do PS reside mais na queda do Bloco, e alguma coisa no PCP, e o mesmo fenómeno está a acontecer com o PSD, que ganha eleitores ao Chega e CDS. A Iniciativa Liberal, apesar de tudo, está a aguentar a intenção de voto.
Já há, mesmo a mais de duas semanas das legislativas, uma consequência política destas eleições: derrubar um Governo a meio do mandato, e da crise pandémica e económica, paga-se muito caro, em votos e deputados. O Bloco é o que mais perde. Teve 9,5% em 2019, e se ficar entre os 4 e 6% é uma queda brutal. O mesmo não se poderá dizer do PCP, que tentou sempre, apesar de tudo, um entendimento com o PS, e que manteria, nesta sondagem das sondagens, o mesmo resultado.
À direita o cenário é idêntico, embora dois dos três pequenos partidos subam muito, quando comparados com as eleições anteriores, como é o caso do Chega e da IL, ambos com 1,3% em 2019, sendo que o CDS perde metade do eleitorado, o mesmo acontecendo com o PAN (nem de direita, nem de esquerda, ou de vez em quando). Estes dados ponderados até 5 de janeiro, mostram pouco do impacto dos debates, e isso ajudará, ou penalizará, cada um dos partidos. Por esta altura, salvo qualquer catástrofe, como uma abstenção nunca vista, o voto estará fechado na cabeça dos eleitores, com uma margem mínima de erro. O PS e o PSD ainda poderão subir, à custa dos outros, e a feroz disputa faz-se no patamar do terceiro lugar, e daí para baixo.