Estamos a 15 dias de exercer a única oportunidade verdadeiramente democrática de ajudarmos a decidir o nosso futuro comum e questiono-me sobre esse mesmo futuro. A Europa dá-nos tudo, incluindo uma “bazuca”, mas saberão os portugueses o nome dos candidatos para além de oito “cabeça de lista”? E será que sabem o nome e quem são esses 8?
No total, iremos eleger 21 eurodeputados que serão os representantes dos portugueses numa União Europeia que enfrenta desafios geopolíticos, de combate à desinformação, relacionados com migrações, alterações climáticas, aprofundamento da União Económica e Monetária, respeito pela democracia, valores europeus, direitos fundamentais e reforço da solidariedade europeia, entre outros.
As audiências dos debates televisivos, e já se realizaram 5 de um total de 7, revelam que o primeiro debate foi o mais visto de sempre e que desde então o share tem vindo a decrescer.
Com os “cabeça de lista” a demonstrarem viver cada um numa União Europeia, até onde chegará a abstenção no próximo dia 9 de junho? Bem sei que há o voto em mobilidade, mas seja qual for o formato ainda é exercido presencialmente. Votar ainda obriga a sair de casa para colocar uma cruz à frente do nome do partido.
Deixando a tradição de lado e focando nos “cabeça de lista” e partidos que os suportam o tom que têm dado a esta campanha é morno ou quase frio, e nem a juventude e retórica de Bugalho trazem frescura ao debate.
Enquanto a campanha não aquece, Montenegro pisca o olho aos jovens, particularmente aqueles que imigraram, e anuncia redução de IRS e IMT. Pisca o olho aos professores e faz sair fumo branco da chaminé do Ministério da Educação, ao acordar com sete sindicatos sobre a recuperação do tempo de serviço de professores. É caso para dizer: Finalmente!
Terá a classe política a mudar e a cumprir promessas que são feitas em campanha eleitoral? Se for… a abstenção que se cuide!
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