Quase dois anos de “análises estratégicas” desde o início da guerra na Ucrânia permitem tirar algumas conclusões sobre o estado atual da arte de manipular e condicionar as opiniões nos regimes que se reivindicam de democracias liberais. As mais evidentes são a substituição do “jornalista” pelo “comentador”, da “notícia” pela “interpretação” dos factos, o ilimitado grau que atingiu a deturpação dos acontecimentos, a normalidade com que os produtores e os consumidores de notícias aceitam a sua invenção (fake news) e a imposição da censura pura e dura como o novo normal da relação entre os poderes e os cidadãos, independentemente dos regimes políticos.
Somos os alvos indefesos de uma manobra tentacular e planetária que utiliza as novas tecnologias aplicadas aos princípios da propaganda que Joseph Goebbels sistematizou para o regime nazi nos anos 30, e que uma geração de portugueses conheceu na Guerra Colonial como ação psicológica, APsic, ou simplesmente Psico, e que tem a finalidade de convencer as massas da bondade de uma dada política, de lhes impor uma verdade única e obter delas uma servidão voluntária.