Com o advento das redes sociais, chegaram também vários falsos moralistas, incapazes, muitas vezes, de usar o nome verdadeiro e escondendo-se atrás de um perfil falso para poderem destilar o seu veneno sobre a vida e as opções dos outros.
Cada família é uma realidade muito particular, com as suas regras, com o seu modus operandi, e com as suas dinâmicas. A forma como os pais encaram a educação dos seus filhos, desde que, evidentemente, dentro de padrões moralmente aceitáveis de respeito e do bom senso, diz respeito apenas a estes e a ninguém mais.
Hoje em dia, quase que um pai ou uma mãe são apedrejados em praça pública se falam alto com um filho, se estão nervosos e não conseguem manter a calma, se não são capazes de, naquele momento, aplacar a birra dos seus filhos, sendo até olhados de lado pelos demais transeuntes se isto acontecer num espaço como a rua.
Todos sabemos que as crianças fazem birras capazes de levar os seus pais à loucura e a perder a paciência, porque, sim, os pais e as mães são seres humanos com os seus próprios limites, com cansaço diário e acumulado. Isso não faz destas pessoas pais piores. Aliás, são, muitas vezes, ótimos pais.
Confesso que me irrita solenemente a visão contemporânea que se espalha de que há super pais e super mães capazes de falar sempre com calma com os seus filhos e que não se pode levantar a voz a uma criança ou a um jovem, vendendo uma fórmula secreta para lidar com os filhos que não existe e como se houvesse uma receita mágica para lidar todas as crianças e jovens mais rebeldes.
Meus senhores e minhas senhoras, há adolescentes extremamente rebeldes, há crianças sem limites, e compete aos pais, da forma que considerarem melhor, educar os seus filhos. E, sim, às vezes é preciso um castigo e não vem mal nenhum ao mundo por isso. Os nossos filhos têm de perceber a consequência dos seus atos e não ser tratados como peças de porcelana.
Deixemo-nos de comprar a ideia que nos tentam vender de que a culpa é dos pais que não sabem lidar com os filhos e que uma birra é sempre uma demonstração de alguma coisa profunda. Uma birra, às vezes, é só uma birra! E é só inadmissível que se faça um pai ou uma mãe se sentirem uns incapazes por não saber gerir a questão no momento e procurar em si culpas que não existem.
Considero muito perigoso o que está a acontecer na sociedade no presente, e o resultado está à vista: indisciplina e falta de autoridade dos pais. Que fale em educação quem percebe do assunto e que deixe de se julgar pais e mães que se esforçam diariamente por educar os seus filhos o melhor que sabem e podem. Não podemos admitir que nos vendam a ideia de que os pais são responsáveis por todas as ações negativas dos filhos. Os pais podem transmitir os valores, mas cada filho é um ser muito particular. Basta pensarmos que dois irmãos nunca são iguais. Nunca no passado se viu tanta gente a tentar opinar sobre educação, e, pior do que isso, sem qualquer formação superior na área.
Se continuarmos a admitir que nos digam que as crianças são todas de porcelana e que não existem crianças difíceis, qualquer dia temos crianças a bater nos pais e a culpa será considerada destes! Educar um filho não é ser permissivo e… Irra! Senhores treinadores de bancada da educação, parem de meter o bedelho na educação que os pais dão aos seus filhos!
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