Estes dois cloud providers fornecem um serviço com características e funcionalidades muito semelhantes, mas de uma forma diferente. Dependendo do nível de maturidade tecnológica e das competências dos profissionais que integram as equipas de TI, as empresas podem adotar uma estratégia multicloud e recorrer a ambos os serviços, gerindo-os simultaneamente de acordo com as necessidades da empresa.
Antes de escolherem uma plataforma de cloud computing, as empresas têm de pensar cuidadosamente nos serviços que querem utilizar e selecionar a arquitetura mais adequada para o seu negócio e objetivos, considerando obrigatoriamente requisitos de disponibilidade, escalabilidade, flexibilidade e latência, por exemplo, e variáveis como a criticidade da aplicação. Esta análise interna facilita a escolha, mas a ampla oferta de serviços destes cloud providers, aliada à elevada velocidade de inovação, pode aumentar o risco de contratação de uma solução sub/sobredimensionada. Neste caso, o recurso a serviços profissionais pode ajudar as empresas a desenhar uma solução à medida, bem como a usufruir ao máximo das vantagens oferecidas pela cloud.
Qual dos cloud providers é o mais indicado? A escolha está dependente da realidade de cada empresa. Existem algumas diferenças que devem ser consideradas.
A AWS foi a pioneira no mercado de cloud. Iniciou a sua operação em 2006 e conta já com um expressivo número de parceiros tecnológicos. Através do seu Marketplace, os clientes têm acesso a múltiplas soluções de software licenciadas para a sua cloud e a serviços de consultoria, algo que facilita o processo de adoção e utilização da plataforma.
Em termos de recursos de computação, a AWS oferece uma ampla seleção de instâncias otimizadas para endereçar distintos cenários de utilização. À disposição estão várias combinações de CPU, memória, armazenamento e capacidade de rede, que garantem uma maior flexibilidade e liberdade de personalização dos diferentes recursos, de acordo com as necessidades.
A AWS está atualmente presente em 21 regiões geográficas e 66 zonas de disponibilidade em todo o mundo, mas deverá entrar brevemente em quatro novas regiões – Bahrein, Cidade do Cabo, Jacarta e Milão – que abrem portas a mais 12 novas zonas.
Os serviços da Azure foram lançados em 2010. Além de ter uma marca muito consolidada no mercado, a Microsoft tem um relacionamento muito forte com seus clientes, o que a levou a adotar uma estratégia de comercialização mais competitiva, com campanhas e descontos muito atrativos, para promover a utilização da sua cloud. As grandes empresas que optam frequentemente por um Microsoft Enterprise Agreement (EA), e que se comprometem antecipadamente com um determinado plano de Azure, podem usufruir de vários benefícios adicionais, incluindo opções de faturação flexíveis e melhores preços.
Um ponto também importante a considerar – a partir de 2012 a Azure passou a assegurar compatibilidade com máquinas Linux.
A Azure está disponível em 54 regiões em todo o mundo, e possui redes de distribuição de conteúdo (Content Delivery Networks) nos fornecedores Verizon e Akamai.
No que diz respeito ao investimento, a AWS e a Microsoft Azure têm preços muito semelhantes. Mas nem sempre foi assim. Numa fase inicial, os custos de Azure eram superiores aos de AWS, o que fez com que a Microsoft reajustasse a sua estratégia de preços. Neste domínio, quanto maior for a concorrência, melhores serão as condições para o cliente. Poupando dinheiro, este poderá eventualmente dispor de um orçamento que lhe permite gerir uma ou mais clouds.
Ambos os fornecedores têm pontos fortes para implementações específicas, pelo que a escolha vai sempre depender de alguns fatores, como o modelo de negócio, as características específicas das aplicações e os serviços que a empresa pretende utilizar na cloud. A AWS pode estar mais orientada para negócios de elevada complexidade, que requerem uma atenção especial à arquitetura; ou para aplicações que são executadas num ambiente multitenancy (vários acessos/instâncias em simultâneos). Se os ambientes de desenvolvimento ou as aplicações de negócio estiverem direcionadas para o universo Microsoft, então Azure poderá ser a melhor opção.
A tendência atual mostra-nos diferentes workloads integradas em diferentes cloud providers, mas o cenário ideal aponta para a adoção de uma estratégia verdadeiramente multicloud – uma opção que requer um maior know-how e maturidade.