1. Marta Temido terá uma entrada relevante na História por ter sido quem dirigiu um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que funcionou bem durante a pandemia e por ser a última responsável por um processo de vacinação que correu de forma exemplar. Provavelmente, outro qualquer que estivesse no cargo teria o mesmo sucesso, mas foi ela quem estava naquele momento no comando.
No restante, em termos gerais e com decisões mais erradas ou mais certas, a futura ex-ministra da Saúde é apenas mais uma na lista de bodes expiatórios. Mais uma a esconder a incapacidade dos principais responsáveis políticos – e destes destaca-se o primeiro-ministro, que repete que com ele continuará tudo igual em assumir o que é evidente: os problemas do atual sistema de saúde pública são irresolúveis. Ou seja: o SNS, pura e simplesmente, não pode funcionar de modo minimamente razoável enquanto não for repensado nos seus fundamentos mais básicos e na sua forma de atuar.