A troca de bens com a família é um ponto que todos temos em comum entre os que vivem fora de Portugal e os seus entes queridos. É inestimável o valor das verdadeiras preciosidades que se vão recebendo pelo correio e nos fazem estar mais próximos das nossas origens. Uma mesa cheia de sabores tradicionais que nos enchem o coração e dão ânimo aos dias em que nos sentimos mais longe de casa.
Estes miminhos são particularmente importantes nestas alturas difíceis em que nos encontramos, quando se multiplicam os voos cancelados para o tão esperado regresso às reuniões familiares para a tradicional celebração do Natal. Também é verdade que, quanto mais tempo se está fora do nosso país, maior é a dimensão que ganham estas tradições para quem está longe. Este amor é muitas vezes retribuído com o que achamos essencial enviar de cá (da Eslovénia) que pode ou não coincidir com o que os Eslovenos enviariam aos seus.
A Revista Luso-eslovena Sardinha há muito que se interessa pelo que nos aviva memórias de casa, e tem vindo a inquirir a comunidade sobre o que vão recebendo das suas famílias. O rei e senhor, não há dúvida, é o bacalhau. A Eslovénia faz fronteira com a Croácia e a Itália, onde se consome bacalhau, mas de uma forma muito diferente. O bacalhau é vendido seco e tem, tradicionalmente, que se demolhar e (literalmente) martelar muito tempo até que ganhe alguma condição comestível. E depois de tanto esforço, serve apenas para se transformar em patê, como aquele que um qualquer iniciado na cozinha faz ao juntar recorrendo a atum de lata com maionese. E, infelizmente, não dá para fazer nada do que estamos acostumados, pelo menos pelas experiências que tivemos e que nos foram partilhadas.
Outros itens recorrentes são, sem dúvida, enchidos e queijos. Não há como os portugueses e não há, nem de perto nem de longe, qualquer substituto. A não esquecer que a Eslovénia não tem qualquer supermercado com produtos portugueses, para além da campanha bianual o Lidl com alguns (muito poucos) produtos “ibéricos” de qualidade fraca para quem anseia pelos sabores tradicionais. Café, vinho e azeite são outros dos produtos de grande interesse, embora seja sempre um problema enviar garrafas pelos correios, até porque a partir dos 2 kg o escalão de preços muda para valores difíceis de gerir. Pois é, infelizmente estamos muito longe para poder comprar umas garrafas de vinho Português nos vários supermercados. Há recentemente uma exceção, um supermercado francês que, a custos de importação, tem vindo a disponibilizar algumas marcas mais conhecidas. Felizmente, devido à sua internacionalização, não é difícil encontrar Vinho do Porto, mas nem sempre o preço ajuda.
Há sem dúvida muitos outros produtos que fazem falta aos lares portugueses na Eslovénia, e que são difíceis de trazer. Sardinhas e qualquer peixe, claro está, só de conserva. O tempo que demoram as encomendas a chegar também dificulta a conservação de alheiras, requeijão e outros produtos mais frescos. O drama do bolor é uma realidade e muitas vezes há que aproveitar partes para não se deitar tudo fora. Para alguns (até eslovenos) a manteiga portuguesa, que tem mais sal, e o picante, feito com bom azeite, são produtos de interesse, mas que só se podem trazer de lá, não receber como encomenda. Há também quem encomende roupa e brinquedos de marcas portuguesas, também com a intenção de impulsionar o mercado nacional, usufruindo de produtos frequentemente de grande qualidade e a bom preço, que muitas vezes passavam ao lado quando ainda se vivia em Portugal. Enviam-se também livros, especialmente para quem tem crianças e quer manter viva a língua materna com leituras diárias de edições de todos os tipos que se querem em Português.
Para lá enviam-se os mais variados produtos nacionais, para além de alguns trabalhos dos infantários dos netos aos avós, para que todos se sintam um pouco mais perto. Entre os produtos tradicionais eslovenos contam-se: os pepinos em vinagre caseiros; o famoso bolo “potica” que é o ex-libris da confeitaria eslovena (e sobrevive à viagem); o típico licor de mirtilo “borovnica” feito com os frutos das florestas eslovenas; a aguardente de ameixa “slivovica” que muitas vezes é caseira; cogumelos secos, também do bosque e muito comuns à culinária eslovena; entre muitos outros. Por cá (Eslovénia e Croácia) também se gabam bastante de vinho e azeite, mas esses são, sem dúvida, produtos que não precisamos de enviar.
Nestes tempos difíceis e indefinidos em que muitos de nós não vão poder viajar, a Revista Sardinha quis ajudar a fazer deste Natal de 2020 uma ocasião um pouco mais confortável para as famílias Portuguesas na Eslovénia na troca de presentes e produtos para celebrar a Consoada. A empresa eslovena de logística Eurosender veio ajudar e, em colaboração com a Sardinha, oferece a todos um código de desconto – SARDINHA – que pode ser utilizado tanto para enviar prendas para a família em Portugal, como para receber por cá uns miminhos das famílias saudosas durante Dezembro de 2020. A Eurosender serve os seus clientes a partir de uma plataforma digital fácil de usar, e de um modelo de negócio de distribuição porta-a-porta. Sim, um pouco como os correios tradicionais, embora personalizado. A Eurosender veio responder positivamente ao desafio da Revista Sardinha para ajudar as famílias portugueses a estar mais perto neste Natal através de um código de desconto de utilização individual que pode ser usado tanto para enviar itens de Portugal para a Eslovénia como da Eslovénia para Portugal. Para além do desconto, a cada encomenda a empresa acrescenta 2 euros para apoiar a celebração do Dia Internacional da Língua Portuguesa que se irá realizar no início de maio em Ljubljana. A Comunidade Portuguesa na Eslovénia agradece por isso e irá aproveitar esta vantagem durante dezembro de 2020.