O próximo Presidente da República deve “estar em posição central no sistema de partidos português” e ter uma atitude de “diálogo e abertura para os dois quadrantes fundamentais da vida política portuguesa”. Mais: “Quem quer que venha a ser candidato, no que se costuma rotular de centro-direita, tem de avançar com uma candidatura independente. Não pode ser um candidato de um partido nem de uma coligação.” As palavras são de 2015, do comentador Marcelo Rebelo de Sousa, seis meses antes de apresentar a sua primeira candidatura. Mas podiam ser de hoje, olhando para o tema do momento, para o espectro político e para os desafios que esperam o futuro chefe de Estado, em 2026.
As presidenciais ainda vão longe – pelo meio, há, no próximo mês, regionais na Madeira; a seguir, virão eleições europeias, regionais nos Açores, eleições autárquicas –, mas é a corrida a Belém que está no centro das atenções. E já há um forte candidato assumido na corrida: Luís Marques Mendes. Depois de recusar sempre falar do assunto e de o remeter para 2024, o conselheiro de Estado, que foi presença de honra na Festa do Pontal do PSD, neste verão, admitiu publicamente a hipótese de vir a avaliar uma candidatura a Presidente da República, colocando o tema na agenda mais cedo e sinalizando o seu interesse.