Terminou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP e o País, vencido pelo cansaço, respirou de alívio. Agora, o aguardado relatório final tem um destino traçado: a polémica. É sempre assim, e esta não será, com toda a certeza, a exceção, nestes tempos de elevada toxicidade. Sejam quais forem as conclusões apresentadas, Governo e oposição criticarão o que lhes for inconveniente e aplaudirão o que lhes trouxer vislumbre de vantagem. Pelo meio, crescem o enfado e o distanciamento do cidadão comum em relação às minudências de todo o processo e ao que entretém a classe política e a bolha mediática. Um distanciamento legítimo – e preocupante, porque causa mossa na imagem das instituições democráticas.
Quem esperava que a CPI desse certezas e clareza absoluta acerca do objeto da mesma não tem experiência nestas andanças. As CPI podem abordar temas essenciais e fazer luz sobre factos relevantes, mas muito se perde em retórica, distrações, nuvens de fumo e modos distintos de olhar para o mesmo problema. Na maior parte das vezes, o ponto de chegada não difere substancialmente do ponto de partida, até porque cada um valoriza apenas o que vem confirmar as suas suspeições iniciais.