Viajei até à Côte d’Azur para experimentar o novo Ford Kuga. Já tinha tido um primeiro contacto com este modelo há cerca de um ano, durante a Semana do Design de Milão, numa apresentação que teve como foco principal o design e a tecnologia, por isso, não tinha tido ainda oportunidade de o conduzir. Desta vez o programa era bem diferente e contemplava muitos quilómetros pelas belas estradas da Riviera francesa. Logo à chegada ao aeroporto de Nice, tinha à minha espera um Kuga 2.0 TDCi de 163 cv, com caixa manual de seis velocidades, e repleto de equipamento. Ainda antes de me instalar ao volante e deixar que o sistema de navegação me ‘guiasse’ até Cannes, onde ficaria instalado nessa noite, pude experimentar uma das inovações deste modelo: o sistema de abertura ‘mãos livres’ da bagageira. Com um simples movimento do pé sob o para-choques traseiro acionei a abertura da porta elétrica, colocando a minha bagagem num compartimento que conta agora com 456 litros de capacidade, mais 46 litros em relação ao modelo anterior. Caso este espaço não fosse suficiente, bastaria um único movimento para rebater na totalidade os assentos traseiros. Já instalado ao volante do novo Kuga, sigo em direção a Cannes, num trajeto que incluía alguns quilómetros de autoestrada. O tempo chuvoso não foi problema, não estivesse este modelo equipado com o novo sistema inteligente de tração total (AWD), que reconhece de forma rápida as condições da estrada e se reajusta para readaptar a transmissão de energia às rodas, oferecendo assim uma excelente combinação entre tração e facilidade de condução.
Com o piso escorregadio, tive também oportunidade de experimentar o sistema de Controlo em Curva da Ford, muito útil, por exemplo, quando entramos numa curva com muita velocidade. Se ao entrarmos numa curva não reduzirmos suficientemente a velocidade, este sistema entra em ação e desacelera de modo seguro o veículo em cerca de 16 Km/h por segundo.
As condições climatéricas faziam prever uma visibilidade mais reduzida, algo que não notei graças à excelente iluminação do veículo. Saliento que o novo Kuga está equipado com faróis Bi-Xenon e luzes diurnas de LED.
Quanto ao sistema de navegação, apresenta comandos bastante intuitivos e funcionou na perfeição, guiando-me até ao meu destino sem qualquer precalço. Desde logo percebi que o novo Kuga é muito divertido de conduzir, bastante confortável e com um habitáculo bem silencioso, segundo a marca, é mesmo um dos mais silenciosos do seu segmento. Depois de uma noite chuvosa, o dia amanheceu solarengo e pareciam estar reunidas as condições para um dia agradável ao volante do novo Kuga. Antes de seguir viagem, tempo para apreciar a estética do veículo. Não tenho dúvidas de que está visualmente mais atrativo do que a versão anterior e parece mais espaçoso. Na realidade, é 81 mm mais comprido do que o modelo anterior, mas perdeu 4 mm em largura e 8 mm em altura. No entanto, ganhou em aerodinâmica e em habitabilidade, com dois lugares dianteiros bastante cómodos e lugares traseiros que não comprometem. Segundo os designers da Ford, o novo Kuga foi projetado para ser um veículo à escala global, capaz de satisfazer as necessidades dos seus clientes em qualquer ponto do planeta. Por exemplo, conciliaram a popularidade dos veículos de maiores dimensões nos Estados Unidos com a preferência europeia por carros mais compactos. Assim como adequaram o gosto pelas cores claras nos países asiáticos com a tendência dos europeus pelas cores mais fortes. A inspiração para o desenvolvimento dos revestimentos ou da paleta de cores surgiu de fontes tão diversificadas como o calçado desportivo, a cosmética, a joalharia ou o mobiliário. Durante o percurso pelos arredores de Cannes experimentei as várias tecnologias de assistência ao condutor disponíveis que incluem a Assistência ao Estacionamento, o Sistema de Informação de Ângulo Morto, Ajuda à Manutenção na Faixa de Rodagem, Reconhecimento de Sinais de Trânsito ou Travagem Ativa em Cidade.
Uma das inovações do novo Kuga é o Ford SYNC com Assistência de Emergência que em caso de acidente deteta a abertura de um airbag ou a ativação do corte de emergência do combustível dentro do veículo e recorre ao localizador de GPS existente e ao telemóvel emparelhado por Bluetooth para realizar uma chamada de emergência e fornecer as coordenadas GPS na língua local, neste caso em francês. Felizmente, este foi um dos únicos sistemas que não testámos.Como já referi atrás, durante este ensaio dinâmico conduzi a versão 2.0 TDCi de 163 cv, com caixa manual de seis velocidades, e fiquei agradado com o excelente comportamento do motor, potente e bem doseado. Saliento também que o novo Kuga é bastante ágil em curva. Para esta versão, a marca anuncia valores de consumo de combustível na ordem dos 5,9 l/100 Km e 154 g/Km de CO2.
Em Portugal, o novo Kuga está também disponível com o motor 2.0 TDCi de 140 cv e, a gasolina, com os motores 1.6 EcoBoost de 150 e 180 cv. Dependendo da versão, pode estar equipado com caixa de velocidades automática. Conduzir o novo Ford Kuga revelou-se uma excelente experiência. Trata-se de um SUV ágil, seguro, bastante confortável e repleto de equipamento. Esteticamente está bastante bem conseguido, despertando olhares curiosos por onde quer que passe, mesmo nas cosmopolitas estradas do Mónaco, por onde fiz questão de o passear.
Preços
1.6 EcoBoost 150 cv – desde 28.745 euros
1.6 EcoBoost 180 cv – desde 39.045 euros
2.0 TDCi 163 cv – desde 43.495 euros